Conversamos demoradamente, como se meia-hora fosse acabar no dia seguinte – ela cobrava por hora, cem paus.
Quando aquele cara se sentou ali na mesa, ela se prontificou a sussurrar no meu ouvido que, se resolvesse, eram 180 pra duas gozadas. Achei engraçado. Mas não. Eu não encaro.
Nunca imaginei que a velhice carecesse de sexo. Eles me sorriam e me ofereciam drinks, só para que fosse me sentar a seus lados.
Era como se, de repente, meu corpo fosse mais sagrado do que pensava. E sorrisos e brindes me ofendessem um pouco.
Ao mesmo tempo, lembrei da trepada da semana passada. Um cara nada atraente, nervoso, só desaguar aqui dentro, vestir as calças e ir embora – se ao menos pagasse...
Por que esses caras vão a um lugar em que têm que pagar? Tão mais fácil (e econômico) ir num bar qualquer, conhecer uma mulher qualquer...
Não é como se eles fossem ligar no dia seguinte mesmo.
Ela me disse que eles ligam. Mandam flores.
- Mandam flores?
- Você fala inglês?
- Falo.
- Menina! Você pode receber em dólar!
Tinha um cara que me conhecia. Fiquei pensando se, agora, ia dizer a outras pessoas que estava lá, fazia programas, será?
Por que a preocupação? Valeria menos por isso?
A garota se arrumou com um cara.
Ele era muito bonito. Mas muito mesmo. Alto, forte.
Eu não cobraria nada dele! Aliás, se bobear, acabaria pagando até o motel...
- O bar fica com alguma porcentagem?
- Não gata, é lucro líquido.
- E você não tem medo?
- Do quê?
- Sei lá! De pegar algum psicopata.
- Olha, isso nunca aconteceu. Os caras que vêm aqui são conhecidos. É só perguntar pro garçom se eles conhecem, pagam direitinho. É tranqüilo.
E eu pensava como poderia ser tranqüilo. Sair dali com um desconhecido. Para transar.
Lembrei que fazia isso todo fim de semana...
Quando aquele cara se sentou ali na mesa, ela se prontificou a sussurrar no meu ouvido que, se resolvesse, eram 180 pra duas gozadas. Achei engraçado. Mas não. Eu não encaro.
Nunca imaginei que a velhice carecesse de sexo. Eles me sorriam e me ofereciam drinks, só para que fosse me sentar a seus lados.
Era como se, de repente, meu corpo fosse mais sagrado do que pensava. E sorrisos e brindes me ofendessem um pouco.
Ao mesmo tempo, lembrei da trepada da semana passada. Um cara nada atraente, nervoso, só desaguar aqui dentro, vestir as calças e ir embora – se ao menos pagasse...
Por que esses caras vão a um lugar em que têm que pagar? Tão mais fácil (e econômico) ir num bar qualquer, conhecer uma mulher qualquer...
Não é como se eles fossem ligar no dia seguinte mesmo.
Ela me disse que eles ligam. Mandam flores.
- Mandam flores?
- Você fala inglês?
- Falo.
- Menina! Você pode receber em dólar!
Tinha um cara que me conhecia. Fiquei pensando se, agora, ia dizer a outras pessoas que estava lá, fazia programas, será?
Por que a preocupação? Valeria menos por isso?
A garota se arrumou com um cara.
Ele era muito bonito. Mas muito mesmo. Alto, forte.
Eu não cobraria nada dele! Aliás, se bobear, acabaria pagando até o motel...
- O bar fica com alguma porcentagem?
- Não gata, é lucro líquido.
- E você não tem medo?
- Do quê?
- Sei lá! De pegar algum psicopata.
- Olha, isso nunca aconteceu. Os caras que vêm aqui são conhecidos. É só perguntar pro garçom se eles conhecem, pagam direitinho. É tranqüilo.
E eu pensava como poderia ser tranqüilo. Sair dali com um desconhecido. Para transar.
Lembrei que fazia isso todo fim de semana...
- E não é estranho?
- Olha, depois que eu fiz a primeira vez, vi que não tem nada de mais. Ficou normal.
- E você gosta?
- Às vezes sim. Às vezes é muito bom. E aí você pensa que gostaria de não ser puta ali, com aquele cara.
Os lindos olhos amendoados brilharam horrores – já deveria ter se apaixonado, noite dessas.
Era uma boneca. Quem não gostaria de tê-la sentada em sua cama?
- Olha, depois que eu fiz a primeira vez, vi que não tem nada de mais. Ficou normal.
- E você gosta?
- Às vezes sim. Às vezes é muito bom. E aí você pensa que gostaria de não ser puta ali, com aquele cara.
Os lindos olhos amendoados brilharam horrores – já deveria ter se apaixonado, noite dessas.
Era uma boneca. Quem não gostaria de tê-la sentada em sua cama?
Ouvi um cara ali do lado comentar com outro que puta não valia nada. Me senti ofendida, sei lá porquê.
- Não me entenda mal. Faz um ano só que eu tou nessa. É só até me estabilizar. Você veio aqui pra começar, não é?
- Na verdade não. Achei que fosse um bar... hum... "normal". Aliás, só percebi quando o garçom me deu um toque. Mas estou achando muito interessante...
- Gata, pega esse cara aí então! Tá tão bêbado que não vai dar trabalho nenhum! Eu garanto!
- Eu não consigo... desculpe.
- Vou te falar uma coisa: os melhores são os velhos. Pagam direitinho, são educados e não dão trabalho. Aliás, às vezes só querem conversar...
Eram 3 da manhã. Peguei o telefone dela.
Paguei minha comanda e voltei pra casa. Deitei no sofá, liguei a TV. Não pude deixar de pensar que... se...
e dormi. Antes que pudesse completar o que pensava.
- Não me entenda mal. Faz um ano só que eu tou nessa. É só até me estabilizar. Você veio aqui pra começar, não é?
- Na verdade não. Achei que fosse um bar... hum... "normal". Aliás, só percebi quando o garçom me deu um toque. Mas estou achando muito interessante...
- Gata, pega esse cara aí então! Tá tão bêbado que não vai dar trabalho nenhum! Eu garanto!
- Eu não consigo... desculpe.
- Vou te falar uma coisa: os melhores são os velhos. Pagam direitinho, são educados e não dão trabalho. Aliás, às vezes só querem conversar...
Eram 3 da manhã. Peguei o telefone dela.
Paguei minha comanda e voltei pra casa. Deitei no sofá, liguei a TV. Não pude deixar de pensar que... se...
e dormi. Antes que pudesse completar o que pensava.