terça-feira, maio 30, 2006

A Saga do OB - parte I - AS NOVIDADES


Mais cedo ou mais tarde, sempre acontece. Quando somos novinhas, 11, 12 anos, hoje em dia, até 9, 8… Foi assim que, numa linda manhã de domingo, eu acordei sangrando. Fui até o banheiro, abaixei a calcinha para aquela mijadinha básica e lá estavam: três pinguinhos. E, me desculpem as mães, os pais, as avós e os psicólogos, mas, é uma bosta. Virar mocinha exige todo um novo conjunto de condições às quais eu não estava disposta no momento. A gente tem cólica, dor de cabeça, tpm, sem falar em ter que carregar, pelo menos uma vez por mês um tijolo no meio das pernas. Que é justamente o que vou discutir aqui, alvo da minha mais completa revolta de pré-adolescente.
Continuando a história, mamãe vibrou de alegria, papai também. Parecia que eu era a única incomodada com a situação. E eu não queria conversar sobre isso. Já sabia mais ou menos o que me aguardava todo mês daí pra frente. E chega a mamãe com um livrinho de educação sexual para crianças. O tal livro proibido que eu já havia lido umas oitenta vezes e sabia de cor, de trás pra frente. Meu interesse particular pelo livro era uma página em que aparecia as “fases do desenvolvimento masculino” e que me ajudaram bastante a me divertir debaixo dos cobertores por um tempo. O que eu queria na hora mesmo era um absorvente, pois estava lá, vazando e ninguém parecia ligar muito pra isso. De repente mamãe aparece com o tal modess. Cara! Aquilo era enorme! Era como brincar de cavalinho! Não dava nem pra andar direito! Foi aí que começou minha rusga.
Dias depois do acontecido, sem esquecer que ganhei flores do papai (o que me deixou bastante envergonhada, pois, afinal, ele era meu pai e não tinha nada que saber disso) e que só faltou minha mãe botar anúncio no jornal depois de comentar com todas as amigas dela (até minha avó veio me cumprimentar!), começou a perseguição. O tal pacote de novas situações. Eu não podia mais andar de pé no chão, porque isso não era bom para as “regras”. O nome já desagrada, né? Eu detesto regras. Nada de educação física na piscina. E correr de absorvente é a coisa mais desconfortável do mundo. Você não sabe se o menino está te olhando para que você passe a bola ou se ele está vendo o tijolão no meio das suas pernas. Foi aí que fiquei sabendo do nosso amigo: o OB. Ele veio para tornar aquela tortura menos torturante. Será?

quinta-feira, maio 11, 2006

Um pouco da minha confusão matinal!


Era mais uma história de um homem e uma mulher, de pessoas que se encontram sem querer, sem planejar, como acontece nos sonhos. Não falo de sonhos de contos de fadas, fantasias que algumas mulheres insistem em cultivar, falo em sonho no sentido mais psicodélico da palavra, inacreditável. Uma história bastante diferente de tudo o que já aconteceu antes, cheia de conversas interessantes, delírios picantes, momentos de carinho.
O que há de errado nisso tudo? Nesse tipo de história ninguém sabe o final, nem o meio, só conhecemos o início...e vem o medo. O medo de me perder no meio do caminho, de perder você ou até o medo de encontrar demais em você aquilo que parecia faltar em mim antes do encontro. Um medo enorme de errar, mas também um medo absurdo de acertar. Medo de errar a medida, de pedir demais, de me entregar demais, de te assustar, de querer fugir. Medo de não saber até onde posso ir, até onde tem espaço na tua vida. Será que estou pedindo demais, esperando demais de você? Se não é possível viver as coisas pela metade, fico aqui juntando todas as partes do meu mundo, todas as coisas que perdi e que ganhei no meio do caminho, tentando montar um quebra-cabeça desses sentimentos que não entendo.

O DILEMA DO PATINHO FEIO

Um pato não sabe que é um pato.
E um ganso não sabe que é um ganso.
Só um ganso no meio dos patos é que sabe o que signifia ser ganso.

O DILEMA DO PATINHO FEIO

Um pato não sabe que é um pato.
E um ganso não sabe que é um ganso.
Só um ganso no meio dos patos é que sabe o que signifia ser ganso.

quarta-feira, maio 10, 2006

mães



Elas sempre estão por perto, mesmo quando estão longe. Sempre preparadas pra lançar alguma frase de efeito, do tipo: “eu não te avisei?” ou “o que foi que eu disse? Você não me escuta mesmo”. É sempre assim. Não é à toa que a psicologia bota a culpa de todos os problemas da sua vida na sua mãe. É a isso que elas se dispõem: estar sempre lá, tentando te proteger deste mundo cruel. Afinal, apesar de você ter mais de trinta anos, “no fundo, no fundo, você ainda é uma criancinha”. A melhor parte disso é que ela repete essa frase para todo mundo. Inclusive seus paqueras, seu chefe, seu vizinho e afins...

Muitos homens estúpidos dizem que as mulheres deveriam vir com manual. Eu acho que os filhos deveriam nascer com um embaixo do braço: “como lidar com sua mãe em 40 capítulos ilustrados”. É que, num relacionamento homem-mulher, geralmente, existe uma conversa. Existe diálogo. Existem acordos. Quando você conversa com a sua mãe, existem dois acordos: ou ela fala e você escuta, ou você também fala, mas a palavra final é dela. E, por mais que muitos digam que sim, ninguém ousa contrariá-las. No fim das contas, a gente até gosta...

E, a pior coisa que existe é fazer o contrário do que ela sugere e dar errado. Meu deus! Elas vão te lembrar disso pro resto da vida. Não que elas tenham prazer na sua derrota, mas é que elas têm que proteger os seus pimpolhos e ensiná-los a seguir seus conselhos, senão eles vão se dar muito mal na vida. E, é claro que, elas sempre sabem o que é melhor pra sua vida.

Tem outras coisas complicadas: muitas vezes você está na Bahia, em janeiro, passando férias, liga pra ela, que está em Campos do Jordão, e ela está com frio. Resultado: você precisa se agasalhar. Não tem discussão, se ela está com frio, você vai ficar resfriado se não se agasalhar. Você não pode andar descalço, porque “toma friagem nas pernas”, o que dá cólica pras mulheres e, em longo prazo, reumatismo para todos. Você não sabe cozinhar. Mesmo tendo cinco filhos, cozinhando todo dia há dez anos, sua comida é péssima. É por isso que você está tão magro.

Quando você chega na casa dela, tem que comer. Mas tem que comer de qualquer jeito. Se você não comer ela pode até chorar. E, não existe nada mais feio do que um filho fazer a mãe chorar. Às vezes você acabou de mandar aquela feijoada, mas tem que comer, pelo menos um pouquinho.

Outra coisa: você precisa se conformar com o fato de que seu companheiro (a) nunca vai ser o suficiente pra ela. Em conseqüência, nunca vai ser o suficiente pra você... e ela vai te lembrar disso pro resto da vida. Mesmo que, depois de um tempinho, ela passe a gostar (bem pouquinho) dele (a). Aí ele (a) vai ser apenas aceitável... mas você sempre merecerá coisa melhor.

Se ela te liga no sábado à noite, é pra se certificar de que você não vai sair. Afinal, com tanta violência no mundo, ela não quer o bebê dela por aí, na rua, sozinho, à noite, no frio. Ela também vai te perguntar se você escovou os dentes, se está se alimentando bem (sempre), se já largou daquela mocréia que você chama de namorada, se anda indo à igreja...

A sua casa sempre vai ser suja demais, pequena demais, dar trabalho demais. Portanto, seria melhor que você voltasse a morar com ela, pois você está mal-cuidado. É isso que dá morar sozinho. Fica com essa cara de bandido...

Se você é mulher e vai casar, esqueça de tentar arrumar a festa do seu gosto. É ela quem vai decidir tudo. Aliás, ela já tem mais de mil revistas sobre noivas, que estão sendo estocadas desde que você nasceu. Não que ela queira que você olhe as revistas. Era só pra ela decidir tudo. O que significa que ela já sabe aonde vai ser a festa, o casamento, onde fazer os convites, como eles vão ser, qual vai ser o seu vestido, a que hora do dia, em que mês, enfim, tudo. Se bobear, ela escolhe até o noivo...

Se você é homem, você vai ser amaldiçoado pro resto da vida. Sua noiva é uma bruxa que veio de uma outra dimensão paralela psicodélica te roubar da sua mãe. E você é um ingrato que a está abandonando depois de tantos anos. E a sua noiva não sabe nem cozinhar... e ela nem é tão bonita assim. E tem um cheiro estranho de almíscar.

Às vezes sua mãe vai te ligar no meio da madrugada, dizendo que teve um sonho ruim, ou um mau pressentimento. Ela quer ter certeza que você está bem, então vai conversar com você por umas duas horas, até dormir no telefone bem na hora em que você já acordou e está empolgadíssimo contando alguma idéia legal que você teve.

Quando você for sair à noite com seu namorado (a), vai ter que explicar pra ela todo o roteiro. E, quando você for ao motel, especificamente, ela vai te perguntar com certeza aonde você vai. O problema, é que você não consegue mais mentir pra ela. Ela percebe, porque, quando você mente, sua boca entorta dois décimos de milímetros pra esquerda. E você acaba falando, bem baixinho, olhando pro lado, que vai ao motel. E, se você for mulher, ela chora durante três dias. Mesmo que você já tenha 23 anos e que ela saiba que você não é mais virgem há anos. O detalhe é que, quando você contou que transou pela primeira vez, ela chorou um mês.

Mas, no fim das contas, são elas que estão lá quando você toma um fora de alguém que gosta muito, quando você não consegue o emprego que tinha certeza que era seu, quando não consegue escrever sua tese de mestrado, quando está com gripe, enfim, em todos os momentos. Elas te põem no colo, fazem um carinho e fazem você se sentir bem. Sempre. É por isso mãe, que eu só tenho que te agradecer. Por me dar a vida e me conduzir por ela até o momento em que eu consegui andar com as minhas próprias pernas. Te amo.

terça-feira, maio 09, 2006

EFEMÉRIDES

Na classificação biológica existe uma família na ordem lepidóptera (a das borboletas e mariposas) em que os adultos duram apenas algumas horas. São as efemérides!
Elas duram apenas o tempo para se reproduzirem e botar seus ovos na água para que o ciclo comece novamente. Seus filhotes, larvas aquáticas passam a maior parte de suas vidas, doze meses, sob água se alimentando de crustáceos e algas. São jovens imaturos que quando adultos terão somente algumas horas num mundo totalmente diferente, voando, se reproduzindo e morrendo.
Que metáfora é essa?
Quero ser larva? Quero ser mariposa?
Acho que “eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Não há receitas, não há regras, não há controle sobre o que é o amor. Mas me desculpem os jogadores, não há jogo que não termine.

sábado, maio 06, 2006

Um pouco de erotismo barato

Estou desorientada na noite, jogada num canto de mundo que é só seu.

Seus dentes no bico do meu seio, você, no meio das minhas pernas.

Escorregando por todo meu corpo, me virando do avesso, me judiando.

O jeito como você me pega, sua força, seus apertos, sua dor.

Seu desespero, puxando meus cabelos, me derrubando na cama, no chão.

De repente, suave, lento, enlouquecendo meus sentidos, perdendo todos eles.

Encostada na parede, presa no seu abraço cruel e delicioso,

Você desce pelas minhas costas, meus pelos se arrepiam, estou sem ação.

Mas eu reajo! Também te ataco, te mordo!

Vou lambendo seu corpo inteiro, brincando de roubar seus beijos.

Levanto e danço, enquanto vejo você me olhando, sentado.

Me desejando enquanto passo meus pés no seu peito.

Seu olhar me dói e cada póro do meu corpo tem seu cheiro agora.

Subo nas suas costas e prendo suas mãos atrás, falando obscenidades no seu ouvido. Mas você se vira, bruscamente. É agora que você inverte esse jogo.

Agora estou perdida... não sei se sou ou você que sinto em cada pedaço, em cada toque, em cada...

vício...

sexta-feira, maio 05, 2006

EU TE PERDÔO!!!


Só agora eu consegui entender a importância da sua presença na minha vida. Achava que você só tinha aparecido nela pra me bagunçar, pra me deixar triste, por ter ido embora. Eu fiquei doendo por muito tempo. Sem saber que precisava disso, pra aprender a ir em frente, a superar meus limites. Porém, só pensava na dor que a sua ausência me trazia. E te culpava por você não estar aqui, ao meu lado.

Agora entendi. Já tinha entendido porque você tinha ido embora, mas ainda doía muito. Eu não conseguia te desejar bem, te desejar felicidade, não importa como, com quem. Demorei todo esse tempo pra perceber que a dona dos meus sentimentos sou eu, e não você, que fiquei triste por tanto tempo porque estava me reorganizando, porque precisava me botar em pé. Mas não com a ajuda de alguém, não com a sua ajuda, mas com a minha mesmo...

Finalmente, consegui ver que a culpa nunca foi sua, consegui te perdoar. Mas, não tenho motivos pra isso, pois você não fez nada de errado. Me desculpe a ousadia então, mas, perdoando a você, eu perdôo a mim mesma. Perdôo minha falta de sensibilidade comigo, minha falta de percepção sobre o tempo que precisava, minha falta de carinho comigo.

Eu te perdôo. Eu me perdôo.

Lembrei, enfim, de todas as coisas belas que passamos juntos (eu tinha esquecido! Parecia só fel). Queria te agradecer por elas. Não vou mais invejar sua felicidade. Vou construir também a minha. Estou construindo, todos os dias. Espero que você continue construindo a sua, do fundo do meu coração.

terça-feira, maio 02, 2006

Chega de Nóia!! Vou até repetir o tema, porque parece que não entenderam ainda (OU EU NÃO ENTENDI)!


Minhas amigas saem uma noite e beijam um cara. De repente, ele é o “homem da vida delas”! E elas surtam, se desesperam, choram, comem dúzias de chocolates, porque o cara não ligou nas últimas 24 horas.

Sabe o quê? Não vou esconder o jogo, não: eu também sou assim! Quando conheço um cara que acho demais, quando as coisas batem, quando rola “aquela química”, também fico nesse estado! Deixo todo mundo maluco falando do dito cujo, deixo de fazer o que deveria fazer, pensando no cara, enfim, viro uma doida.

Se o cara liga, se a gente começa a sair direto, se a gente curte se ver então... meu deus... é aquela piração! As expectativas vão se formando e, quando a gente vê, começa a pensar a nossa vida “com o cara”. E aí começam todas as nóias...

A gente fica com ciúmes. A gente quer botar coleira no cara. A gente quer o cara perto toda hora. A gente começa a achar que o cara tem alguma OBRIGAÇÃO de estar ali, com a gente, quando a gente precisa (sabe-se lá de onde tiramos isso). A gente acha que ele poderia ser mais romântico, às vezes. A gente percebe que nossos planos de vida não condizem e se desespera. A gente acha que o cara tem que mudar “algumas coisinhas”. A gente acha que precisa mudar umas coisinhas também. A gente começa a sonhar em apresentá-lo pra mãe. Concluindo: a gente caga tudo.

Por que não pensar no agora? Por que não curtir o momento? Que medo é esse de liberdade? Que medo do desprendimento! Que medo! Que medo! Os seres humanos são tão desprotegidos... sentem tanto frio... não conseguem imaginar suas vidas sem algum... como direi? Suporte!

Só que não dá pra transformar uma pessoa que a gente gosta em suporte, né? Que sacanagem!

Esse suporte que a gente precisa tem que ser construído com base em muitas coisas... porque... já pensaram? Se a gente bota tudo em cima de uma única pessoa? E se ela for embora? E se ela não quiser bancar esse suporte? Ou, o mais comum: e se ela não AGÜENTAR ser esse suporte (porque virar um suporte pra outra pessoa deve ser meio pesado, não acham?)? Daí acontece o inevitável: o nosso mundo desaba!

Pra isso não acontecer, o suporte deve ser a gente mesmo! Devem ser nossas amizades! Deve ser nosso trabalho! Nossos sonhos, conquistas! Nossas músicas favoritas, um banho de sol e de mar! Não um ser humano só, coitado, tendo que agüentar TODAS as nossas nóias...

Não quero ser hipócrita! Ainda estou aprendendo isso, gatas. Ainda não sei fazer. Mas estou querendo ser mais livre. Estou aprendendo a não querer “prender” o outro, também. Estou começando a pensar em curtir o hoje, pois o amanhã, ninguém sabe se vem. Por isso, CARPE DIEM!!!