quarta-feira, novembro 29, 2006

Mulher


Sou assim, toda razão. Sempre procuro entender os motivos.

Mas, pela minha razão, não entendo porque te procuro, mulher.

Eu não posso ser um homem para você. E nem quero. E não busco um homem em você.

Estou afastada dessa imensidão masculina que me machuca e me deixa só.

Já o nosso amor, é compartilhado... não invadimos nossas vidas.


Agora, a maciez das suas mãos, dos seus gestos, me seduz.

Eu me entrego ao teu toque, embriagada de carinho.


Busco essa leveza de mulher.

Busco você, eu mesma.

E nos contornos do teu corpo eu me perco toda; sem saber como tocar um corpo que não é meu. Mas é.

Gosto dessa delicadeza, dessa suavidade tua/minha.

E me pego refletida em seus olhos, fazendo amor comigo mesma.

Por isso peço que me guie pelas tuas curvas.

Quero aprender o teu prazer e te fazer brilhar.

Mais que o teu corpo, quero o teu sorriso

despontando em cumplicidade numa troca de olhares...

Numa troca de segredos.

segunda-feira, novembro 27, 2006

???? confusa ????

Eu queria dizer que, às vezes, a gente deposita nosso amor nas pessoas erradas. Porque elas parecem tão certas.

Será mesmo que a culpa é da gente? Que só enxerga o que quer?

Eu devo mesmo me odiar então. E ter me armado uma puta armadilha!

Mas tenho que dizer que gostei da ingenuidade com que amei essa pessoa.

Foi muito bom enquanto durou. Foi muito bom não manter os dois pés atrás.

Foi maravilhoso avistar aquele sorriso me acordando de manhã durante muitos dias.

E amar as nossas caminhadas fugidias.

Passar um fim de tarde gelado na rede, prometendo mentiras um para o outro.

E se enamorar no meio das madrugadas, nossa hora.

Acreditar que eu tinha encontrado uma pessoa para reencontrar pra sempre.

Mesmo que os caminhos fossem diferentes, sempre revivendo essa paixão passageira e intensa, ao longo do indeterminado tempo.

Achei errado.

No final, tudo parece ter se desintegrado.

O pior não é sentir ódio, ou mágoa. Isso passa.

O pior é sentir algo. Qualquer coisa. É lembrar. E sentir falta!

Isso me deixa irritada. Sentir falta de alguém que me magoou.

Que não foi legal comigo.

Procurar essa pessoa nas pessoas novas.

Ficar com medo de começar alguma coisa nova.

Ter esperança de recomeçar alguma coisa velha, que já foi estragada e não tem conserto.

(por quê a gente se tortura assim?)

Eu sempre digo que não me arrependo das coisas que faço.

Agora estou em dúvida.

Foi tão bom mas... me fez tanto mal.

Me faz tanto mal. Ainda. Às vezes, sozinha, antes de dormir.

É. Na verdade, eu não me arrependo de quase nada. Só do desfecho.

E de não entender mais nada. Odeio não entender as coisas!

Odeio não entender o que eu ainda sinto por essa pessoa.

Eu fiz tudo tão errado assim?

Por que eu lembro dela? Porque ela me faz falta?

Por que ela não...

volta...?

Constelação

Constelação que se agrega e se amontoa sem nenhuma razão de ser, a não ser, ser, e me perturbar e me balançar, me tirar de mim, me colocar neste universo imaginário do simbólico como uma de suas estrelas...

Você é um debate, uma discussão,

Um argumento que me constitui,

Me determina, me ensina e motiva.

Algum sol

Num intervalo do universo,

Meu assujeitamento, minha deixa.

É aqui que entro sem me deter,

Senhora que sou das verdades que não são minhas,

Mas do imaginário do mundo.

É neste buraco que entro e me perco,

Entre os diversos caminhos desta caverna dos sentidos...


segunda-feira, novembro 20, 2006

SE... VOCÊ É CORNO!


Este texto não é para malhar os homens. Diferentemente da grande maioria, este texto é para ajudá-los! Ajudá-los a não serem cornos.

Para começar, temos algumas afirmações básicas para que vocês saibam se são cornos, ou não. Se mais de quatro alternativas forem parecidas com seu relacionamento... bem...

  1. Se, quando você vai dormir, deita-se ao lado de sua mulher, com um livro na mão, acende o abajur, dá um beijo na testa da digníssima e lê até cair no sono... tu é corno!
  2. Se, quando você chega do trabalho, vê uma lasanha e sua fêmea de lingerie preta, maquiada, com velas acesas e passa reto por ela, corre pra mesa, come como um animal e não vê a hora de cair na cama pra... dormir... tu é corno!
  3. Se sua mulher o convida pra fazer algo diferente e a primeira coisa que você pensa é convidar seus amigos pra tomar uma gelada no boteco com ela... tu é corno!
  4. Se sexo só rola uma vez por mês, papai-mamãe, meia horinha... tu é corno!
  5. Se a sua mulher começa a ouvir muita música e passar horas olhando pro nada, enquanto você senta no sofá da sala e assiste ao domingão do faustão... tu é corno!
  6. Se o ápice da sua emoção nos últimos tempos foi a vitória do seu time no campeonato (mesmo que ele seja da 15ª divisão)... tu é corno!
  7. Se, quando você vai a um almoço de domingo na casa da sua mãe, com a família correndo pela casa, uma partidinha de pôquer com o cunhado, enquanto as mulheres da casa se reúnem pra arrumar a cozinha, você se sente, finalmente, casado e seguro... pode ter certeza! Tu é corno e tua mulher vai te largar logo!

Bem... todo problema tem solução, né? A gente não vai só te deixar desesperado com sua situação. Vamos tentar explicar como fazer para tentar não ser corno! Vamos lá, anime-se, não é tão difícil assim...

Leve flores! Olhe pra ela! Perceba se está com um brilho diferente nos olhos! Perceba seus toques, carinhos, olhares, sorrisos. Sinta essa mulher perto de você.

Não deixe as coisas do cotidiano acabarem com seu tesão. Você namora/casou/está enrolado! O sexo, nesse caso, vai ser um dos únicos prazeres não pagos. Aproveite-o, ao máximo! Não precisa muita coisa! Informe-se, tome um banho com ela, faça uma massagem... aposto que você ainda tem algumas artimanhas...

Mulheres brabas não falam por quê estão brabas. Nós nascemos com um defeito que não passa com o tempo: nós queremos que você adivinhe o nosso problema do momento. E, se você não adivinhar, nós vamos surtar! Então, antes de nos deixarem loucas, veja se não deixou cuecas jogadas no banheiro, louça na pia no seu dia de lavar, cds espalhados e afins. Se a casa estiver no lugar... o problema é com a mulher.

Se o problema é com a mulher, lembre-se: nós não queremos que você os resolva! Queremos apenas reclamar, chorar e... ganhar colo. Então, dê colo! Normalmente as mulheres sabem como resolver seus próprios problemas, mas curtem um mimo.

“Fazer uma coisa diferente”, se a mulher não explicitar o que é, é uma coisa A DOIS! E, provavelmente, vai envolver sexo depois... então, fique contente e não ligue pra turma... afinal, você vai transar.

Almoço na casa da sogra não é ideal de casamento pra uma mulher. Isto é de suma importância! A gente já levou a vida inteira tentando convencer a nossa mãe a não dar palpite na nossa vida e, quando finalmente conseguimos, você vem com uma sogra? Fala sério!

Por último, trocar sexo por futebol é coisa de florzinha. Vire gente! Se você fizer isso, merece ser corno!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Pra você que parece não me notar II

Gosto sim de você. Mas não aqui, nem agora. E sim em algum outro lugar, de madrugada. Num apartamento vazio que não existe além dos meus sonhos. Gosto de você na minha cabeça apenas.

O modo como me conduz. Os beijos desesperados que arregaçam a minha boca (como come uma maçã?). Gosto da correria, do nervosismo, da necessidade, do calor, do suor...

Gosto da sua posição insensível, da falta de amor, da presença apenas do desejo. Somente uma brutalidade despontando num cheiro (cheiro) tão entorpecedor quanto o toque das suas mãos ao redor do meu pescoço...

Fico assustada com a sua violência, mas é ela mesmo que tanto me seduz. E quando tento fugir de você, já estou totalmente envolvida pelo seu clima tempestuoso. E me rendo. E você me devora.

É esse você que eu amo e me apaixono todas as vezes que me ponho a desejar. Mas esse você não existe.

E me desaponto, e me freio, e não te quero de verdade. Essa triste mistura de solidão, carência e sensibilidade. Tudo isso que é você, eu já tenho. Quero todas as diferenças, mas você não as tem. Só na minha cabeça. Quero a falta do seu afeto... Quero que se aproveite de mim... Que me use... Que se satisfaça de maneiras não convencionais...

Então não te procuro mais. Não tento te apaixonar. Sei que posso, mas não quero (sei que o faço, mas não quero). Porque assim os papéis do meu sonho se invertem. Sou eu que te destruo, te sugo, te estrangulo. Sou eu que te devoro. Mas esse papel eu já encenei demais. Quero a novidade.

Não. Prefiro, então, te ver no mundo da realidade com outros olhos, com olhos amigos (tento). E deixo meu olhar doente, demente para cruzar os seus, famintos e cruéis, nos meus sonhos. Pois é só neles que o você que eu desejo existe.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Salvador: um marco

Brindemos ao fato e porque não a felicidade de estar sozinha nesse momento.
De se sentir completa, única, autônoma e independente.
Brindemos a chegada desse momento especial: a chegada de EU.
Sozinha, em Salvador, num quarto de hotel, uma 4ª feira à noite, com desejos de ver pessoas, coisas, lugares distantes.
Uma sensação boa me vem ... de poder ir, de ter prazer em olhar, de ser livre para ir ou de fazer o que eu desejar. Sem amarras.
Pego um táxi e chego ao Pelourinho, deslumbrante numa roupa cor de rosa. Me sinto bonita e desejada. Os homens me olham e também as mulheres. Com e sem intenções, curiosidades, indiferença, desfaçatez ou uma potencial turista consumidora.
Sinto a cada metro o confronto das imagens desse lugar com minhas histórias de leituras nas obras de Jorge Amado. O cheiro de acarajé, de moqueca, de mijo, o lixo jogado nas ruas, a gente morena, os cortiços, a música, os sorrisos. Misteriosos sentimentos se fundem nessas memórias. Pensamentos sobre ser, sobre viver, sobre amar, sobre esse planeta tão pequeno e tão grande... Só EU e o Pelô.
Sento num bar e peço uma cerveja e petiscos. Observo o movimento e me observo com orgulho. Estou viva!
Aquela criança tímida e assustada que mora aqui dentro, brinca agora, brinca de ser gente grande e percebe que cresceu. Uma vontade imensa de continuar o caminho, olhando para os lados, sem saber o final dele. Percebe que tudo é possível, apesar dos pesares.