segunda-feira, junho 30, 2008

Série primeiros passos: O QUE É ESCOLA?




Escola é uma construção em formato de caixote, onde seres humanos de diversas idades são agrupados em subdivisões, também cúbicas do caixote, chamadas salas de aula. Nestes locais, os seres humanos em questão são alocados de acordo com suas idades, classe social e capacidade de memorização de coisas completamente inúteis.



Desta forma, se você é um ser humano fodido, pobre, filho de assalariados de baixa renda ou mesmo um assalariado, você será direcionado a uma escola pública. Se você é um filho de assalariados daquele lixo social ao qual chamamos de classe média, você será alocado numa escola particular. E se você é um filho de ricos, irá para uma escola fora do país. Como eu sou do lixo urbano chamado de classe média e, professora de pobres, vou me deter a estes dois assuntos.
Dependendo da idade, um ser humano será alocado, inicialmente, na primeira série. Se, com o passar do tempo, conseguir memorizar parte das coisas inúteis que um ser maléfico chamado de professor considerar satisfatório, passará para a série seguinte – isto nas escolas particulares. Nas escolas públicas, mesmo que não memorize nada do que aquele energúmeno considera satisfatório, ao final do ano, será automaticamente “passado” para uma série seguinte – pois os energ... digo, os professores não agüentam olhar para a sua cara por dois anos consecutivos.
Vale lembrar que os seres humanos agrupados no caixote são chamados de alunos. Obviamente, você já ouviu falar que esta palavra, em sua origem significava “sem luz”. O que nos leva a crer que todo aluno é um cretino fundamental, que poderá ser iluminado se, e somente se, decorar aquela enorme quantidade de bobagens sobre eles despejada em seus anos na escola. Isto é o que se chama, amplamente, de educação.
E o motivo alegado para reunir crianças e jovens no caixote é a tal educação. Analisando-a mais profundamente, trata-se de uma lavagem cerebral muito bem mascarada, na qual, ao mesmo tempo em que se desvia a atenção dos seres humanos alocados no caixote para coisas completamente inúteis, posteriormente cobradas em exames idiotas (exames de cretinice fundamental), ensina-se, nas entrelinhas, muita coisa...
Nas escolas, ensina-se que o modo correto de se viver consiste em acordar às 6 da manhã, mesmo que você morra de sono o dia todo. Ensina-se que o correto é sentar-se num cubo com janelas altas, para ouvir um professor terrorista despejando idéias assustadoras em cima de você, quando você queria mesmo era olhar pra fora da janela.
Mas, não se frustre! Um dia, quando decorar todas aquelas babaquices, você poderá se tornar um professor (um cretino fundamental com um certificado de cretinice) e descontar em seus alunos toda a sua raiva, exercendo o papel de seu ex-professor de maneira muito, mas muito pior! Digo, mais enfática.
De longe, ficar quieto é a coisa mais ensinada na escola. E o ensino desta prática é tão eficiente que acabamos nos calando para o resto da vida, diante de quaisquer situações. Ou seja, na escola, você aprende que o jeito certo de aprender é o seu silêncio.
Aprende também que meninas não devem sentar com as pernas abertas. Mas, que meninos, não só devem como têm que sentar com as pernas abertas. Pois se não sentarem, são gays. E isso é muito ruim. Ninguém explica porque é muito ruim, mas “é sabido”. E, se a cretinice for bem aplicada, ninguém nunca vai querer saber o porquê.
Questionar coisas é uma das práticas a serem “desaprendidas”. Afinal, ela faz muito mal a você, desviando sua atenção de coisas realmente importantes, como ser pontual (porque disseram que você deve ser pontual), escrever dissertações sobre a guerra fria (mesmo que você não tenha nenhuma idéia do que seja a guerra fria), relacionar a reprodução das briófitas existentes na escola (conhecimentos completamente importantes para sua vida!), entre outras atividades escolares singelas com as quais você venha a se deparar e que não te interessam de maneira alguma.
Se você não consegue memorizar muitas bobagens em pouco tempo, você é burro. E isso nada tem a ver com a sua história. É culpa sua mesmo, por não estudar o suficiente, ou seja, não reler aquele monte de bobagens em livros didáticos chatos, como se não bastasse ouvi-las de um professor durante todo o ano.
Na escola, aprendemos a projetar em outros seres humanos ali presentes o inimigo: afinal, são tantas diferenças... que tem que haver um melhor! E este melhor pode ser você! Portanto... nada de solidariedade, socialização, ou afins. Você está ali para ganhar ou perder! Apesar de nunca ninguém ter esclarecido o quê, ou por que ganhar ou perder...
O mais confuso é que, ao mesmo tempo, você é igual a todo mundo, uniformizado numa massaroca de alunos cuja função comum simplificada é obedecer.
Algumas diferenças surgem nas ordens dadas a cada aluno: desta maneira, quando um professor diz a um aluno que este é um idiota, ele provavelmente obedecerá esta ordem e será um idiota. Se um professor diz a um aluno que saia da sala, ele obedecerá a esta ordem e continuará saindo da sala indeterminadamente. Se um professor diz a um aluno que ele escreve brilhantemente, ele provavelmente obedecerá esta ordem e se tornará um escritor. Mas, normalmente, o que se aprende na escola, durante o tempo todo em que estamos lá, é a como ser um cretino fundamental perfeito.
Na escola, também aprendemos que nossos corpos devem permanecer sentados, voltados para frente, não nos distraindo com nossos colegas, estes outros seres humanos que são colocados no caixote conosco. Para esta vontade insana que temos de nos relacionar com estes outros alunos, foram-nos reservados os dez (DEZ!) minutos de intervalo entre as três primeiras e três últimas aulas. Ou seja: temos praticamente todo o tempo do mundo para aprendermos a lidar com outras pessoas que estão numa posição semelhante à nossa... por isso mesmo, fazemos isso tão bem durante a vida toda!

quarta-feira, junho 25, 2008

O fim de semana mundial das minhas pálas – parte 1


Foi implementado por decreto, após debate interno (dentro da minha cabeça - é incrível a variedade de coisas que acontecem aqui!) que os dias 21 e 22 de junho correspondem agora aos meus dias mundiais das pálas.
Talvez nem tanto pela quantidade, mas pela qualidade das pálas ocorridas nesse final de semana, resolvi estabelecer os dias para que, no ano que vem, eu já esteja preparada.
Ou, para tomar vergonha na cara e me lembrar dos ocorridos deste ano e nunca, nunca mais fazer algo parecido.
Para começar, na madruga de sexta para sábado, vou para o bar com amigas, curtir o aniversário de uma delas e admirar o vocal da banda.
O vocal da banda já havia sido agarrado por mim três vezes. Se bem que eu só agarrei mesmo na primeira. Nas outras, foi só chegar perto.
O vocal da banda, na última vez, antes de me agarrar, ficou de papo com uma minazinha de uns 15 anos. E eu fiquei com ciúmes. Devido ao elevado teor de álcool no meu sangue e à impossibilidade de formar uma frase, neste dia, eu me conformei em apenas beijá-lo e não xingá-lo. Especialmente porque, logo depois, abandonei-o para pegar um motoqueiro gatésimo e fundamental para passar o resto da noite.
Voltando ao sábado, teor alcoólico elevado, mas nem tanto, ele vem. E eu não quero papo. Ele faz um agrado, pergunta o que houve. Pra quê?
- Na outra vez que ficamos, você foi um idiota! Porque ficou conversando com uma menininha de quinze anos por horas e horas, ao invés de vir falar comigo! E você não me ligou! E eu só te encontro quando vou ao seu show! E blá... bló... blé... blá!
Ele diz pra eu ter calma. Que a menina não tinha nada a ver. E perguntou se a gente não poderia sair um outro dia. Disse que era pra eu mandar uma mensagem pra ele quando tocasse uma banda legal lá mesmo, que ele iria me encontrar.
Fiz cara de bunda. E ele me pergunta: “você não vem sempre aqui? Deve saber quando tem shows legais”.
Pála 1: “eu venho aqui quando vocês tocam aqui”.
(o demoniozinho na minha cabeça ria que se mijava da cara de descrente que o cara fez. Assim como o cara, ele também sabia que eu ia lá todo fim de semana, porque estava escrito na minha testa). A performance continuou (pala ápice):



Levantei o dedo em direção ao nariz do vocal da banda. A outra mãozinha levemente apoiada na cintura e dei-lhe:
- Cara! Eu sou uma mulher! Tenho 28 anos de idade! Você tá pensando o que? Que eu sou uma dessas minazinhas vagabundas que ficam dando para tudo que é cara de banda?
Se qualquer (qualquer um!!) amigo meu estivesse ao meu lado durante a pronúncia dessa frase, teria enfartado de tanto rir.
Na hora em que eu disse isso... dentro da minha cabeça apareceu a minha cara, rindo muito, junto do demônio, e dizendo: "é óbvio que você é uma minazinha que sai dando pra tudo que é cara de banda! E ele pode perceber que isso está escrito, mas não na sua testa: talvez na sua micro-saia de couro, no seu coturno, no cinto cheio de pregos ou outro desses acessórios característicos de groupies maria-xampus! Mas, fique firme, pois talvez ele não repare nesses... detalhes! E não ria! Senão estraga toda a sua performance!"
Virei prum lado. Virei pro outro. E não agüentei: dei uma gargalhada fenomenal!
Enfim, dei pála...

segunda-feira, junho 23, 2008

POLIAMOR


Dessa vez o Jung não tem nada com isso.... eu acho... ou será que vocês vão chegar a conclusão que isso tem a ver com consciente coletivo???

Pessoas! Atordoadas criaturas desse começo de século!Vocês também se sentem como um ratinho que fareja o queijo e não sabe de onde vem o cheiro, então fica rodando em círculos?Você não é o único! E não está só, embora pareça....
Todos estamos desorientados com a avalanche dinâmica dos novos tempos, onde as coisas acontecem com tal fluidez e nossas mentes e corações não estão preparados para tanta desvairança!
Daí vem tanta neurose, tantas angústias e tantas aflições, essas que questionamos aqui mesmo neste blog...
A humanidade está em plena mudança, a sociedade mundial está.... e a própria mudança está em mudança, de tal forma que estamos todos nos sentindo perdidos e ... sozinhos...
Os psicanalistas, de novo eles, prevêm uma " revolução" que dizem não saber, se será prá melhor,mas que para eles é fato.
O amor romântico, esse dos contos de fadas, estaria com os dias contados, e dará espaço ao que eles chamam de "poliamor", o amor do futuro! Portanto, Pandora, Branca de Neve vai cair da moda!
Um embrião de poliamor já parece estar acontecendo na sociedade atual, mas ainda tem que nascer e muito a engatinhar e tomar forma, e ainda está muito aquém do que é previsto, pois as pessoas ainda estão muito e muito arraigadas nos padrões antigos.
No poliamor, as pessoas se relacionarão com vários parceiros ao mesmo tempo; como funciona a amizade agora, serão os relacionamentos amorosos do futuro.Hoje em dia, se pode ter vários amigos, mas não vários amores... É só uma questão cultural...
Sem que percebamos exatamente, já estamos em meio a uma transição, o furacão está passando, e o mínimo que podemos nos sentir numa situação dessa, é meio que zonzos.... por isso que todo mundo assim; meio que cada um na sua, meio que sem saber o que quer, meio que ora querendo ficar sozinho, ora querendo ficar com alguém, não ficando satisfeitos de nenhum dos jeitos, meio que todos desconfiando de todos...
Essa " nova ordem mundial" do amor, aparece justamente na hora e por causa da supervalorização da individualidade , esta, hoje, um bem precioso que ninguém quer e nem deve abrir mão. Homens e mulheres, estão acordando, para o fato de que não é certo nem saudável depositarmos o nosso " estar bem ou não estar" em outra pessoa.Isso é insano!
( Rê Bordosa em um lampejo de lucidez! Alguém vê se eu to com febre!)
A pessoa terá que calcar em si mesma,os seus anseios e prazeres e não mais existirá esse amor de entrega, de dedicação pura a outro.Os relacionamentos vão ser líquidos, e não mais sólidos, mas poderão ser confiáveis e embasados em amizade, liberdade e inclusive segurança. As pessoas vão tender a confiar, uma vez que não podem ser “traídas”, pois o fator exclusividade sai de cena.
Hoje em dia o que se vê são pessoas carentes, com medo de se machucarem, e que formam por isso um escudo de proteção, que as distanciam cada vez mais das outras...busca-se no “outro", o sonho.... porque a realidade é dura de ser arrastada sobre a crosta terrestre, temos necessidade de uma fantasia, que nos arranque um pouco que seja, pras nuvens....Acontece que com o passar do tempo o sonho vira realidade também, às vezes mais árdua do que a que fugimos anteriormente, e o ciclo se inicia novamente...
Quem sabe será uma saída para sermos sozinhos mas não solitários; livres porém não inseguros;sensíveis mas não fracos...Quem sabe os homens, tão criticados nesse blog, resgatem a doçura, o carinho e a fragilidade de humanos que são, e nós mulheres possamos de uma vez e sem culpas, assumirmos outros papéis negados a nós por tantos séculos...Quem sabe possamos, todos nós resgatarmos o lúdico, o prazer, o sonho, mas sem medos...
Claro que não vai ser um mar de rosas e ninguém vai estar isento de uma fossa,um pé na bunda, uma paixonite desvairada não correspondida, mas já que é inevitável segundo eles, que seja bem-vindo o poliamor e torçamos para que seja um rearranjo social onde homens e mulheres sejam mais felizes...

Comentários adiantados: Rê Bordosa disse: que texto sério pra uma Rê Bordosa não?Mas é que não resisti falar sobre isso, porque que vai ser uma putaria da boa vai, né não? Será que vai ser algo assim, tipo um Império Romano? Nossa! Tomara! Que venham os bacanais! Num vejo a hora....Só espero que não venha nenhum Jesus estragar a festinha...Vixi, será que eu mesma não entendi meu próprio texto??? Ou to sonhando alto demais???

domingo, junho 22, 2008

INSIDE ( THE NIGHT )


Descobri que a relação mulher/árvore ou mulher/poste pode ser bem mais estreita do que desconfia nosso vão raciocínio.
Estava eu em casa, sossegadamente assistindo alguma merda na TV, consumindo uma garrafa de vodka e outras coisas que mulheres sozinhas em casa numa sexta-feira a noite consomem, quando minha amiga Janis Joplin me chamou pruma balada. ACDC cover!Vão bora!
Deixe-me fazer aqui um pequeno adendo prá quem pode tar estranhando o nome da minha amiga.Acontece que, lá nos idos dos 60, enquanto a mãe dela paria um robusto rebento,ou mais especificamente rebenta, o pai dela passava 3 dias no festival de Woodstock. Voltando ao Brasil, com a cabeça cheia de idéias drogadas e contraculturais, o escrivão perguntou:- qual vai ser o nome da criança?no que ele prontamente respondeu - Janis Joplin de Oliveira! taí...
O som tava de primeira. Minha cabeça já tinha saído da esfera terrestre e viajava a horas talvez dias, banhada 100% em vodka e embalada em música de qualidade...Falta mais alguma coisa??
Precisei fazer uma aterrisagem fugaz e forçada, quando percebi uma encoxada por trás e uma fungada no pescoço. Olhei prá trás e tudo o que vi foi um boné imenso. Depois percebi, no auge da minha doidera, que havia alguém embaixo do boné.Aí que pensei:-ou essa pessoa é um artista famoso e não quer ser reconhecido, ou ele comprou um boné bem maior que a cabeça...Tirei o boné e dali prá frente num prestou mais. Aí não faltava mais nada mesmo...Quem olhava de fora,aqueles dois seres, devia ter a sensação que um ia engolir o outro e o outro o um, e não sobrar nada...
A alquimia do coquetel; droga, vodka, beijo e rock, parecia que tinha vida própria, e quando a gente já tava quase acasalando ali mesmo, o meu amigo ( o do boné), ou se preferirem ( o da fungada) teve uma brilhante idéia - Vamos terminar esse ciclo lá fora ? Bora!
O ciclo a que ele se referia era o ciclo do amor, caracterizado pelas seguintes fases: paquerar, conquistar, beijar, acasalar ... e a última fase, graças ao bom senhor, facultativa, procriar...pode haver algum tipo de variante ,mais incomum, como no meu caso aqui em questão:fungar, encoxar, beijar e acasalar. Mas tudo acaba em sexo memo....
Lá fora não havia muita opção de local, além da velha e boa árvore, amiga de todas as horas... Agora, o que aconteceu depois disso, é algo assim, inenarrável...Quando abracei aquela árvore gigante, enorme, acolhedora,e ela me abraçou de volta , foi amor a primeira vista, comecei a beijá-la sem parar...Foi aí e somente aí, depois de tantos anos , que consegui compreender o personagem Zezé, de "Meu pé de laranja lima".Porra! eu sempre desconfiei que aquele muleque cheirava alguma coisa... Quem , completamente são, fala com árvores, abraça, beija, e o pior, é correspondido...
me lembro que naquela época, o Zezé, era uma espécie assim, de Jack( do Titanic), por cujas aflições e tristezas todas as meninas do colégio choravam...
A propósito, vocês sabem porque que a laranja tinha que ser lima? puro recurso poético... vocês já imaginaram se o livro se chamasse " Meu pé de laranja"... tá , e daí? não parece que tá faltando alguma coisa?... a palavra lima, faz toda a diferença... essas sutilezas, somente os escritores e poetas sensíveis podem proporcionar,elas às vezes passam despercebidas aos nossos desavisados olhos nus, e é aí que eles se diferenciam dos outros mortais...
Mas o que passa agora, é que tou apaixonada pela árvore...não consigo tirar da cabeça.... aquela copa frondosa, aqueles galhos fortes, aquela raiz saindo prá fora da calçada....ui...só que voltei lá e ela não me deu muita pála não...
agora, me falaram... que nada como uma nova paixão prá esquecer outra.... sei lá... quem sabe conheço um poste saradão por aí...

sexta-feira, junho 20, 2008

O TRATADO DAS PÁLAS


Este tratado se destina a especificar: 1. o que é pála; 2. sua função na vida humana; 3. os tipos existentes de pála; 4. frases palosas consagradas; 5. as leis que regem a fenomenologia da pála. 6. referências Palográficas

1. Sobre o que é pála

A palavra pála vem do latim palermun, que em sua origem, se referia ao herói romano Palermanun, sobre o qual não se encontra nenhum paloso parágrafo na história ocidental. Diz a lenda palosa que Palermanun, após visualizar a face da deusa Afrodite, nos calendários de pedra da época, jurou à deusa seu amor eterno, iniciando, assim, um ciclo infinito de pálas. A primeira delas foi ir até o Olimpo, pedir a mão de Afrodite e oferecer-lhe, em troca, qualquer coisa (tipo assim, qualquer coisa) que ela quisesse. Afrodite, aquela filha duma puta, exigiu que Palermanun que realizasse 7 provas mortais que o tornariam digno de seu amor (especialmente porque, ela achava o cara um loser e queria que ele morresse mesmo). Após realizar as 7 provas, o paloso, persistente, fundou, juntamente a Paleassus (o segundo paloso da história do mundo ocidental), a primeira dupla sertaneja romana, cuja primeira canção foi a versão caipira de “Total Eclipse Of The Heart”. Tocada pela dupla, noite e dia, embaixo do monte Olimpo, na tentativa de conquistar o coração de Afrodite. Esta, cansada de ouvir “Vire aquiiiiii... de vez em quando eu fico um pouco cansado... Vire aquiiiii... Nada que eu possa fazer, total eclipse do meu coraçãooooo..”, simplesmente jogou um raio neles. Foi o fim dos dois primeiros palosos, porém, seu legado ainda permanece no coração de todos os palosos do mundo, que cantam, até hoje, “Total Eclipse of The Heart”, enlouquecidamente.



Conclui-se, portanto, a partir da análise etmológica da palavra, que ela não se relaciona, como muitos pensam, às qualidades “palerma” ou “palhaço”, mas sim, ao amor que existe dentro de cada um de nós, inconveniente, incessante, que transborda, aleatoriamente, em várias direções. E que não pode ser contido, até que um raio atinja as nossas cabeças.

2. Sua função na vida humana

A função da pála é preencher vazios. Ou seja, Quando você não tem mais o que fazer, você dá pála. O curioso é que, quando você tem, você também dá pála! Ou seja, dar pála é inevitável, inexorável e intrínseco a todos os palosos, de diferentes regiões, nações, religiões, etnias, gostos musicais, idades e opções sexuais.

3. Dos tipos existentes de pála

A pála sobre a qual temos focado nossa atenção refere-se à pála amoureuse, ou amorosa. Recebeu este nome porque, afinal de contas, os franceses são os mais palosos seres viventes em matéria de amor, tanto que atribuem à sua capital, Paris, o título de cidade do amor, quer dizer, cidade luz, quer dizer, do amor, enfim, esquece, dei pála...
Todas as outras pálas, no fim das contas, são subordinadas à pála amorosa. Porque todas se originam do impulso inconsciente de buscar a completude extasiante da primeira pála que, em geral, é amorosa.
A pála primeira é direcionada aos pais. Sobre esta Freud escreveu sua teoria do complexo de Édipo, de Electra e todos os outros, porque, afinal, era um paloso.

- Pála Jason: é aquela que você desenterra, retorna dos mortos, nos dias de carência extrema, quando não tem o que fazer. É aquela que nunca, nunca morre, nem que você coloque sua cabeça num liquidificador, jogue álcool e taque fogo.
- Pála do momento: aquela que se dá para a bola da vez, constantemente consumindo todos os pensamentos do seu dia, com a intenção de elaborar e re-elaborar a pála que será dada, com toda certeza.
- Pála pueril: aquela que você dá inocentemente, sem ter consciência de que está dando pála.
- Pála bêbada: aquela que você dá depois de tomar oito cervejas no bar, jurar para si mesmo, em nome da sua mãe, do seu pai e de tudo que é mais sagrado que nunca mais vai ligar praquele desgraçado e, ao final deste discurso, pega seu celular escondido no banheiro e manda um torpedo-pála.
- Pála platônica (ou sublime): aquela em que você passa as manhãs rabiscando versos vagabundos no quardanapo da pastelaria para uma pessoa que você nunca beijou.

Sobre as outras pálas não vamos dizer mais nada, pois o texto é nosso e a pála também. Ficamos apenas caladas.

4. Frases palosas consagradas

“Pála é amor”. (Platão)
“A primeira pála a gente nunca esquece”. (Menina do primeiro sutiã)
“Os gordinhos são muito mais palosos”. (Jô Soares)
“Every now and then I fall apart” (Bonnie Tyler)
“Dê pála, não faça guerra”. (autor desconhecido, anos 70)
“Quem sabe dá pála, não espera acontecer”. (Geraldo Vandré)
“Exagerado, jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado. Adoro uma pála inventada”. (Cazuza)
“A pála é o melhor remédio”. (Dráuzio Varella)
“A pála é sempre relativa” (Eistein)
“Onde houver ódio que eu leve a pála” (São Francisco de Assis)
“A pála é nossa” (Carlos Alberto de Nóbrega)
“Eu tenho um sonho no qual um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de suas pálas” (Martin Luther King)
“As pálas que você fez pra mim” (Maria Bethânia)
“É dos palosos que elas gostam mais” (autor desconhecido careca)
“Romeu, Romeu, por que és Romeu?” (Julieta)

5. As leis que regem a fenomenologia da pála

Art. 1° - A pála não deve ser reprimida. Quando reprimida, esta pode ocasionar uma série de distúrbios, ainda maiores que ela mesma.

Art. 2º - Uma pála dada não pode ser revertida, correndo-se o risco de torná-la uma pála pior ainda.

Art. 3° - A pála deve ser despretensiosa, sem que se espere uma pála em retorno. Caso contrário, você pode continuar dando pálas até morrer.

Art. 4° - É vedada qualquer forma de discriminação da pála alheia, pois, nunca se sabe o dia paloso de amanhã.

Parágrafo único - É considerado um paloso padrão aquele que, no intuito de controlar as suas pálas, analisa incessamente a repercussão que suas pálas terão no objeto de sua pála. E, mesmo assim, continua dando pála. É considerado um paloso loser, aquele que reavalia suas pálas passadas e acaba por podar as pálas presentes, em função dos resultados negativos das anteriores, sendo também considerado, um paloso enrustido.

Art. 5° - Pála dada é pála compartilhada, ou seja, após dar uma pála, você tem a obrigação de socializá-la, de preferência, tomando uma cerveja com um outro paloso, que vai te compreender.

6. Referências Palográficas

ALENCAR, José. “O Guarani”. Brasil, 1857.

BEATLES, The. “And I love her”. Londres, 1960.

CARLOS, Roberto. “Como é grande o meu amor por você”. Brasil, 1991.

CHITÃOZINHO, ? & XORORÓ, ?. “Foram tantas pálas que eu perdi a conta. E nos muros, quantas pálas escrevi”. Brasil, 1980 e tantos.

HOUSTOUN, Whitney. “I’ll will always love youuuuuuuuuu uuuu uuuu uuuuu aaaaa”. Nitestates, 199...

IGLESIAS, Julio. “Eu sei, você nunca me quis, agora eu sei. Fingia que me amava e eu te amei”. Sei lá de onde é esse gringo, 1982.

MARQUEZ, Gabriel Garcia. “O amor nos tempos da pála, ops, do cólera”. Colômbia, 1....??

NAZARETH. “Love hurts”. Wherever, 197...

NOVA, Roupa. “Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir”. Brasil, 80’s.

PIXINGUINHA, Alguma coisa. “Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê”. Brasil, 1940 e poucos. Acho.

SHAKESPEARE, William. “Romeu e Julieta”. Londres, 1500 e bolinha.

SWAYZE, Patrick & MOORE, Demi. “Ghost”. Nitestates, 199...

WHITESNAKE. “Is this love that I’ feeling”. EUA, 198...

?, Eurípedes. “Medéia”. Grécia, sabe-se lá quando.





Maria Cláudia S. Lopes & Mari Brasil

quarta-feira, junho 18, 2008

RÊ BORDOSA EM:


DETONANDO 3


Resolvi deixar o Jung de fora, afinal, não o odeio tanto assim e tamém a gente num dá tanta moral, hehe...Só "Detonando" ficou simpático também, a minha cara....

Bom, vamos nós prá última sessão:

Cheguei eu no jardim da terapeuta(aquele dia eu tava particularmente com vontade de dar) e lá estava o jardineiro tesônico dela com a tesoura na mão...pensei em ficar ali mesmo a observar flores e a colher rosas....Nossa, na real,eu tiraria até mato com enxada se fosse o caso...quando meus olhinhos já estavam faiscantes e ele já tava dando mole, uma voz estriônica estupra os meus ouvidos: " Regina! sua vez! era a vaca me chamando prá sessão. Caralho! ela deveria ser a primeira a colaborar com o meu bom humor e bem-estar...

-Na real, essa coisa de bipolaridade que vocês encontraram em mim, me sinto um pouco...incomodada...prá não dizer até ofendida, de vocês me acharem tão... normalzinha...afinal bipolar todo mundo é hoje em dia...to achando que meu caso não é bem esse não,na verdade eu sinto que tem umas 9 Reginas dentro de mim...

Ela arregalou os olhos , pediu licença e ligou pro psiquiatra, o viado que me receitou lítio.

-Dr., aquele nosso caso de bipolaridade, da paciente Regina Bordosa, na verdade, é um pouquinho mais grave, se trata de nonapolaridade. Após um breve silêncio, a vaca me disse que o viado falou , prá continuar com as terapias...

Bom, pela primeira vez na vida,comecei a ficar preocupada...Primeiro:a vaca liga pro viado no meio da sessão;segundo:o viado fingiu de paisagem e tirou o dele da reta;terceiro:a cara que a vaca tá fazendo agora de " eu quero a minha mãe".

Diante desse quadro todo, desesperei; e só não quero a minha mãe também porque seria uma a mais prá encher o meu saco!!

Aí tentei apaziguar, alguém tem que tar lúcido aqui nessa porra!!!- Veja bem,mas todas as 9 convivem muito bem.

Ela tentou se recompor e disse: me fale delas...

- bem, prá ser sincera, elas são 10...É que uma dorme o tempo todo e esqueço que ela existe...

Ela pegou o telefone de novo:- Dr, é deca!! isso muda alguma coisa?

Depois disso ela mandou eu espairecer no jardim, o que eu achei muuuuuuuuuuuuito melhor idéia!

Só sei que da janela, eu vi ela telefonando mais uma vez, mas dessa vez acho que prá terapeuta dela...

O fato é que terminei a noite numa banheira cheia de pétalas de rosas e jasmins, falando de girassóis e crisântemos e 10 Rê Bordosas acordaram tão harmônicas entre si, que entoavam em conjunto um canto gregoriano em latim casto e brincavam com passarinhos azuis... Essa terapia me faz um bem....


sexta-feira, junho 13, 2008

Detonando Jung 2


Ó a mais nova da minha terapeuta! Desconfiou que eu sou bipolar e me encaminhou para um psiquiatra, que inventou que sou mesmo...Poxa! Eu sou a Rê Bordosa, que se deve esperar de mim além de extremos?? Sensatez é a última coisa que tenho e que quero ter! Além do mais, gente sensata é chata prá caralho!!Não quero ser chata...

Aí , ele me mandou tomar lítio. Lítio! Remédio prá louco!Segundo ele , o elemento sólido mais leve da tabela periódica e por isso mesmo ia me deixar nas nuvens... " uma droga mágica que irá te transformar..." Tranforma, eu sei! como transforma! Te deixa com cara de pastel, de Monalisa! Já percebeu como a sociedade , os laboratórios farmacêuticos e os psiquiatras adoram gente com cara de Monalisa? Há mais falsificações e cópias de Monalisa pelas ruas por aí, do que o original de Da Vinci!

Larguei a receita em cima da mesa, e peguei minhas trouxinhas.... -Doutor, as minhas " drogas" eu mesma escolho!E mais....sou uma doida inofensiva,vou todas as noites pra minha jaulinha sozinha, não precisa ninguém me levar não......como diria o Lobão.... "não posso causar mal nenhum, a não ser a mim..."

Fui prá casa pensando: se eu não tomar a porra das drogas do médico, tenho que arrumar algo que substitua, caralho!

CARALHO!! É isso ! Talvez isso substitua por algum tempo as "tais drogas da felicidade"...Passei no sex shop e comprei um "último tipo", que acende uma luzinha azul quando você goza.... um luxo!!

Mas não ainda contente, lembrei que , prá piorar as coisas, o dia seguinte era o tal "dia dos namorados".... Bom.... pensei.... tenho 24 horas pra arrumar um... essa parecia idéia bem melhor...

Mas... peraí, um namorado não... não sou mulher de me contentar com migalhas...vou arrumar logo um troféu.... um gigolô...

Gigolô( do Aurélio) : Indivíduo, geralmente moço e bem-parecido, que vive a expensas de prostituta ou de mulher........em português mais coloquial; um gostosão memo, bem saradão, que se você sustentá-lo, cede a todas as suas exigências e desejos, inclusive ( e o mais importante), ser levado por uma coleirinha e latir (na hora certa) para ser exibido e matar as outras de inveja...Agora sim! Uma idéia que me faz juz!!

Ó, isso não é feio não,véio! É bem bonito por sinal ! Tá na moda! a Júlia Roberts, por exemplo, encafifou com um , mas o infeliz era casado. Não teve dúvida, pegou o contra-cheque,viu quanto ele custava e desembolsou U$ 500 mil para a esposa calar a boca. Ela literalmente comprou o brinquedinho!

E foi o que fiz! Tratei de arrumar um que agora está dormindo acorrentado aos pés da minha cama!Pelo menos assim não escapa e meu dia dos namorados foi garantido!

Bom, o próximo passo é ver se esse remedinho substitui a "droga" do doutor a longo prazo... e se tudo der certo.... patenteio a idéia, escrevo um livro, fico rica, compro um harém, e ainda descongestiono as filas dos consultórios de terapia....

PS:Para as encalhadas, espero que tenham tido um "Ótimo Dia do Poste"!

PS 2: falando de Monalisa, saudade da vadia....

quinta-feira, junho 12, 2008

FELIZ DIA DA ÁRVORE!


Para não perder o hábito, mais um ano se passa e, mais um ano sem um namorado (a). O que significa mais um texto sobre o dia dos namorados - já que hoje eu não vou fazer nada mesmo!
Eu sei que nos anos anteriores escrevi textos bem fofinhos e divertidos sobre como não é necessário “ter” um namorado. Sobre como é legal só ficar com alguém que a gente curta e não “ter alguém”. Dar liberdade, ter liberdade. E blá blá blá.
Pois é. Esta merda acabou! A Branca de Neve dentro de mim resolveu dizer algo. E eu resolvi deixar, desta vez, nas mãos dessa florzinha palósa, todo o trabalho sujo. Vamos ver se funciona.
Tudo começou há uns dois meses atrás, quando eu vi esse cara, num dia normal, no meio da rotina do horário do almoço e... encasquetei! Pirei mesmo no jeito que ele me olhava, no modo como sentava, falava, sei lá. Em tudo.
Cismei de conhecê-lo. E, quando isso acontece, eu sei que vai rolar algo especial.
(Adendo em que eu faço a Branca de Neve calar a boca por um segundo: eu simplesmente sei que este saber pode ser inventado pela minha Branca de Neve, que o Jung diz que isso é projetar imagens nas outras pessoas e o caralho. Mas... explica isso pro meu cérebro! Eu não consigo!)
E eu consegui conhecê-lo e começamos a ficar. Nessa época, eu estava ficando com mais três pessoas. E ele começou a me procurar demais. A me ligar sempre. Apenas para saber como eu estava...

A princípio, o pânico tomou conta de mim: achei que esse cara estava invadindo, sem ser convidado, a plenitude da minha solidão. Nada a ver isso! Deu medo. O que esse cara queria comigo?
Já dei logo meus avisos: “não sei ter relacionamentos”. Não sei mesmo! Sinto muito...
Foi quando as outras três pessoas todas perderam a graça, assim, de uma hora para a outra. E quando meu coração começou a disparar todas as vezes que recebia uma mensagem no celular – seria ele? O maluco que estava me cercando? Frequentemente era. E quando começamos a nos ver, dia sim, dia não.
De repente, na cama com um dos três que não eram “ele” (reparem que, “ele” já ganhou aspas!), percebi que, mesmo estando ali, com aquela pessoa fofa, eu estava pensando era... “nele”!
Aí não deu mais! Dispensei os outros três e ficamos só nós: eu e ele (reparem que ele perdeu as aspas, mas ganhou o status de ele – o único!).
Me dei conta de que a frase “não sei ter relacionamentos” era seguida de um longo silêncio meu, que significava: “será que você pode nos ajudar nisso”? E ele entendeu e me ajudou por um tempinho: um mês, dois.
E quando eu estava me acostumando àquela situação, quando comecei a me perceber... como direi? Namorando-o! e estranhamente confortável com isso... ele mudou de idéia.
Foi assim que, após uma semana desaparecido, ele reapareceu, me explicando com argumentos filosóficos bastante coerentes os motivos pelos quais ele “nunca mais iria namorar na vida”...
Tudo bem. Eu entendo. Eu compreendo. Especialmente dentro da minha concepção de namoro que consiste no seguinte: namorar significa um contrato, onde você promete à outra pessoa não comer mais ninguém e a outra pessoa promete a mesma coisa de volta. Outra cláusula do contrato é que você deve conhecer a família da pessoa em questão e ela deve conhecer a sua. Uma outra, diz que vocês não sairão mais sozinhos apenas com seus amigos, especialmente para baladas interessantes nos sábados à noite. Uma outra diz que a pessoa com quem você estabeleceu o contrato vai querer mandar na sua vida e você vai deixar. E vice-versa. Entre outras coisas bem babacas que as pessoas fazem quando estão namorando.
Fiquei curiosa para saber se ele pensava isso sobre namoros, porque aí seria bastante compreensível. E ele me deu esta definição: “namorar alguém é quando seu dia começa numa pessoa e termina nela. É quando você dedica grande parte de seus pensamentos a coisas que envolvem os dois”.
E ali, no meio daquela explicação, eu percebi que: primeiro, era isso que eu queria, já há um bom tempo. Segundo, que era isso que vinha fazendo, já há um bom tempo!
Assustadoramente, meus quatro últimos relacionamentos consistiram em eu namorar os caras e eles... não me namorarem de volta!
Meus dias começavam e terminavam neles: eu acordava pensando neles, corria para encontrá-los, sempre que me chamavam, às vezes, largava qualquer coisa que estava fazendo pra isso!
E eu me senti meio loser com isso, já que sempre me gabei de “não entrar em contratozinhos de namoros”. Justo eu, namorei muito, sem saber...
Mas, ao mesmo tempo, percebi uma outra coisa: se isso é namorar... é isso que eu quero! Quero muito, quero demais... mas também quero ser namorada de volta!
O fato é que ele não quer. E eu estou me desacostumando a encontrá-lo sempre, pensar nele sempre e mudar todos os meus planos para ter aquele momento tão desejado, onde nossos corpos se encostam e, como depois de devorarmos uma barra de chocolate, tudo fica melhor!
E me pergunto se esse meio de campo – não namorando, não sendo apenas amigos, ou mesmo, não nos desencontrando para valer – é o lugar onde devo ficar. Como escolher entre o que ele pode me oferecer e o que eu posso ir atrás, sem a presença dele, para ter o que eu realmente quero? Entre a segurança do moderado e o risco do pleno?
O fato é que ele não quer ME namorar. E eu quero namorá-LO. Não sei o que acontece quando se mudam as pessoas dessa equação. Esse cara me inspira a acordar pensando nele e a ir dormir pensando nele. Com “ele”, todo esse estado de espírito que eu considero insano, mas muito gostoso, é viável.
Jogar tudo para cima parece-me a saída mais razoável. Afinal, tenho muitas coisas para pensar e fazer na vida, além dele. Mas, ao mesmo tempo, parece tão triste... estar pronta, agora, para assumir o fato de que quero sim, namorar com você... e ter que deixar desaparecer toda a magia envolvida na percepção deste meu sentimento, porque você não quer.
Mas... já está decidido. Já está em curso.
Fazer o que? Quem sabe, no ano que vem, não haja texto... talvez eu finalmente tenha algo melhor para fazer no 12/06...
Por enquanto, vou fazer como um amigo me ensinou: comemorar, hoje, o dia da árvore e ir abraçar uma... ou várias!