Gisele estava sentada no sofá quando ouviu aquele zumbido insuportável. Levantou os olhos em direção à janela e percebeu uma daquelas moscas idiotas que não consegue compreender o fato de que, entre ela e o lá fora, há uma camada de vidro.
Tuc, tuc, tuc, bzzzzzzzzzzz, tuc, bzzzzzzzzzzzzz, tuc. E a mosca não desistia.
Gisele a observava e pensava em como aquele animal poderia ser tão estúpido. Não percebia o vidro? Não é possível!
A cada cabeçada, deveria percebê-lo! Recuava, tomava certa distância e, ao invés de mudar a direção, tentava um novo ponto da vidraça!
Cabe dizer que talvez, dentro da alma do pequeno inseto, haja um não sei quê de esperança de que, um dia, a janela se escancare e, com ela, seus sonhos de vôos longos e altos: campos de papoulas, nuvens carregadas, água de riacho, areia. Areia. E mel.
E como será, que depois de tantas e tantas tentativas de se encontrar nos braços abertos de outra pessoa... de vislumbrar o desejo de conviver... de deitar, lado a lado... ainda alguns seres persistam em dar com a cabeça no vidro?
Os braços se fecham. Conviver dá medo. Lado a lado não faz sentido dentro da insegurança – as nossas vidraças. Todos sabemos que isso acontece. Então, por que continuar tentando?
Nossas janelas fechadas são tantas, que não é possível continuar tentando! É ilógico! É irracional! É coisa de mosquito!
O certo é simplesmente nos confortarmos em ficar dentro de casa, do nosso casulo emocional, observando o mundo lá fora distante, passando do outro lado do vidro...
Gisele começou a rir da persistência do bichinho: “Vou pegar o mata-moscas”.
E, ao retornar, parou um segundo. E... apiedou-se.
Porque ali naquela mosca, estava ela, buscando a liberdade de se jogar contra o vidro e surpreender-se com uma lagoa de prazeres inimaginados... janela aberta, mesmo que por alguns instantes...
Mas, tão raro era encontrá-la aberta, que foi desistindo de tentar. E agora sentia um prazer amargo em observar as outras pessoas, como as moscas, cabeceando vidraças...
Uma mistura de compaixão, pena, piedade e...
abriu a janela. Viu a mosca voar para longe. Sentiu o estômago embrulhar e começou a chorar.
Não adianta: voltaria a bater com a cabeça na vidraça... quem sabe alguém, algum dia, deixasse a janela aberta...
E a mosca, a partir da qual se resgatou, ao prover de liberdade...
se esborrachou no pára-brisa do primeiro carro que passou!
(Mas, dizem por aí que valeu a pena...)
Tuc, tuc, tuc, bzzzzzzzzzzz, tuc, bzzzzzzzzzzzzz, tuc. E a mosca não desistia.
Gisele a observava e pensava em como aquele animal poderia ser tão estúpido. Não percebia o vidro? Não é possível!
A cada cabeçada, deveria percebê-lo! Recuava, tomava certa distância e, ao invés de mudar a direção, tentava um novo ponto da vidraça!
Cabe dizer que talvez, dentro da alma do pequeno inseto, haja um não sei quê de esperança de que, um dia, a janela se escancare e, com ela, seus sonhos de vôos longos e altos: campos de papoulas, nuvens carregadas, água de riacho, areia. Areia. E mel.
E como será, que depois de tantas e tantas tentativas de se encontrar nos braços abertos de outra pessoa... de vislumbrar o desejo de conviver... de deitar, lado a lado... ainda alguns seres persistam em dar com a cabeça no vidro?
Os braços se fecham. Conviver dá medo. Lado a lado não faz sentido dentro da insegurança – as nossas vidraças. Todos sabemos que isso acontece. Então, por que continuar tentando?
Nossas janelas fechadas são tantas, que não é possível continuar tentando! É ilógico! É irracional! É coisa de mosquito!
O certo é simplesmente nos confortarmos em ficar dentro de casa, do nosso casulo emocional, observando o mundo lá fora distante, passando do outro lado do vidro...
Gisele começou a rir da persistência do bichinho: “Vou pegar o mata-moscas”.
E, ao retornar, parou um segundo. E... apiedou-se.
Porque ali naquela mosca, estava ela, buscando a liberdade de se jogar contra o vidro e surpreender-se com uma lagoa de prazeres inimaginados... janela aberta, mesmo que por alguns instantes...
Mas, tão raro era encontrá-la aberta, que foi desistindo de tentar. E agora sentia um prazer amargo em observar as outras pessoas, como as moscas, cabeceando vidraças...
Uma mistura de compaixão, pena, piedade e...
abriu a janela. Viu a mosca voar para longe. Sentiu o estômago embrulhar e começou a chorar.
Não adianta: voltaria a bater com a cabeça na vidraça... quem sabe alguém, algum dia, deixasse a janela aberta...
E a mosca, a partir da qual se resgatou, ao prover de liberdade...
se esborrachou no pára-brisa do primeiro carro que passou!
(Mas, dizem por aí que valeu a pena...)
Mari Brasil
3 comentários:
nossa, qdo vc disse q ia escrever este texto nao dei nada, acho q vc viu minha cara de: será q vai ficar bom?
Sensacional, amei, de verdade...
parei pra pensar e reiterar o q eu sempre questiono...pq q a gente nunca aprende e continua a dar cabeçadas no vidro???? Nao seria nosso cérebro mais inteligente q o de uma mosca????
Quero falar com Pandora!
Sou eu sou a Crica! A Crica reclamenta do Cricasdivertidas.blogspot.com
Além de crica sou também distraída e só hoje vi que você me deixou lá um convite para me meter por aqui.
Pô será que venceu o prazo de validade do convite? Se tiver em tempo aí vai meu email crica.mor@hotmail.com
Quem sabe a companhia de feras como vocês devolvam-me o ânimo da escritura.
Bjcas Cricas pra vocês!
Está convidada!!
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