sexta-feira, maio 17, 2013

Deixa pensar e amar como quiser!


E ele simplesmente disse que não sentia minha falta. Depois do sexo. “Mas, o sexo foi bom”. Eu entendi que poderia ser uma boa prostituta, ao invés de uma boa “namorada” ou a “mulher amada”. Não sei se deveria representar algum papel. Depois de um final de semana maravilhoso na praia, em uma cabana com banheira, muitos carinhos e risos, ele fica “ausente” uma semana e diz depois que não entendia porque não sentia vontade de me ligar, talvez não gostasse mesmo de mim. Queria um tempo para pensar. Eu fiquei lá, me revoltei, falei. Cansada de ser boazinha. Ah esse papel da boazinha me cansou. Nessa hora eu vi que esse desejo de ser boa, essa ideia de amor tranquilo, amigo, preocupado, é balela. Então eu quis gritar, sair correndo. Diante da dúvida, fiquei. Poderia ter ido embora. Deveria? Não sei. Fomos comer uma carne assada, engoli minha raiva junto com a farofa, a carne e a maionese. E pra descer bem direitinho, tomei uns quatro copos de cerveja. E desceu. Mas é óbvio que desceu rasgando. Depois, durante os outros dias fizemos amor, saímos, namoramos e não falamos mais disso. Deu a entender que as palavras antes ditas haviam desaparecido. Na última noite, num bar mexicano, falamos coisas banais. E falamos de nós. Deu a entender que a história continuaria apesar do que foi dito. Fiquei pensando no meu modo de ser e na necessidade de mudar meu modo de agir com ele. Não por ele, mas por mim. E pensei, sobretudo, na necessidade de mudar meu modo de agir comigo. “Não, sua boba. Ele não vai te amar mais se você for boazinha e estiver sempre lá”. Então, melhor ser a praga que eu sei ser. Melhor deixar que ele pense o que quiser e que fique se assim o quiser. E também que parta, pelas razões que quiser. 

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