terça-feira, junho 20, 2006

sobre amor

Há de se ter o desejo de que dure pra sempre
E se empenhar para que isso aconteça
Mas não ter a ilusão de que é pra sempre
E ir apenas levando...

segunda-feira, junho 19, 2006

A Saga do OB - parte III - OS FINALMENTE



Isso já estava indo longe demais. Peguei aquele negócio, voltei pra cama que havia virado consultório ginecológico tipo “faça você mesma” e, decidida, comecei a procurar o buraquinho gostosinho de novo. Meia hora depois, entre carnes cor-de-rosa, rôxas pêlos, becos sem saída e outros não tão agradáveis, achei de novo. O OB grudado na minha mão.
Meto-lhe lá. Empurrei pra dentro. Dói! Que droga! Doía pra caralho! Além de tudo, mais isso. E olha que era tamanho mini! Pensei na hora que eu nunca iria transar na vida! Nunca vai caber um pinto aqui (mal sabia eu). Quando estou quase conseguindo enfiar o negócio todo, lembro que tenho que enfiar o dedo junto. Ah droga. Vamos lá. Dor. Quase lá. Momento de suspense: será que conseguirei agora?
Foi quando meu pai entrou no quarto pra me chamar pra escola.
Eu não quero saber o que ele pensou. Aposto que ele também não quer saber o que eu estava fazendo. Fizemos um pacto de silêncio. Eu nunca toquei no assunto, nem ele. Fiquei com a chana dolorida o dia todo, porque não tinha enfiado o OB suficientemente e ficou incomodando. A menstruação vazou um pouquinho. Mas aquele dia eu fiz natação na educação física. Mas essa primeira experiência não foi a pior.
Pior foi quando eu fui viajar com a minha prima e ela ficou menstruada. E não queria ir para a piscina por isso. Aí eu tive a brilhante idéia. Só que no hotel não tinha espelho e, advinha… ela também não sabia onde era a entrada da vagina. Aí eu me ofereci pra colocar o OB na entrada da vagina dela. E, quando eu coloquei, entrou a minha avó no quarto (essas pessoas deveriam aprender a bater antes de entrar)! No fim deu tudo certo. Mas a minha avó ainda deve achar que eu e a minha prima somos amantes lésbicas e que ela perdeu a virgindade com um OB.

segunda-feira, junho 12, 2006

A Saga do OB - parte II - AS INSTRUÇÕES

Mamãe me levou ao ginecologista. Tudo bem lá embaixo. Com hímen complacente. Posso usar o tal OB. Foi aí que apareceu o próximo imprevisto: colocar aquele troço. Naquela época não tinha aplicador. Era na raça mesmo. Dedão lá dentro. Comprei, morrendo de vergonha, escondido. Imaginem se o cara do caixa sabia o preço? Deu um puta berro lá no meio da farmácia. Sorte que eu já previ isso e comprei bem longe de casa. E fui pra casa, alegre e contente com meu novo melhor amigo. Mal sabia eu.
Comecei, como uma boa futura cientista, mulher moderna, independente: lendo as instruções. Ninguém imagina mas, tudo, tudo mesmo, pode funcionar se você ler as malditas instruções. Menos OB. “Tire somente a parte de baixo do plástico que envolve o OB”. Ok, saiu tudo. Vamos tentar com o outro. Três OBs depois, consegui tirar só a parte de baixo. “Abra a parte de baixo, coloque o dedo indicador na parte inferior e o polegar para segurar o corpo do OB” – não entendi nada. “Retire o resto plástico”. É brincadeira, né? Joguei três troços daqueles no lixo e era pra tirar todo o plástico! Eu odeio instruções.
“Posicione o absorvente na entrada da vagina”. Ok, isso deve ser fácil. Deixe-me ver, entrada da vagina… deve ser por aqui. Ah meu deus! Eu não tenho entrada da vagina! Não! O médico disse que estava tudo bem, então eu tenho que ter. Mexi, mexi, mexi. E só sentia aquele monte de carne, e nada de entrada. Achei outra entrada, mas não era aquela. Aquela era muito longe e saía outra coisa de lá. Até pensei que aquele seria um troço bom para disenterias, mas, no momento estava a fim de tapar outro vazamento. Cheguei à conclusão de que eu precisava ver a tal entrada, já que, tateando não estava dando certo. Deixei pra amanhã. Antes de ir pra escola.
Acordei uma hora mais cedo (eu não tinha idéia de que ia precisar de pelo menos duas), tirei o espelho gigante da parede do quarto e coloquei-o em cima da cama. Cinco almofadas para me encostar, o espelho no meio das pernas, os pés na cabeceira da cama. Tudo pronto. Menos o OB que eu tinha deixado no banheiro. Corri pro banheiro, peguei a caixinha e me posicionei novamente. Coloquei o OB na mão direitinho, só com o plástico de cima e comecei a procurar a tal “entrada da vagina”, entre os lábios grandes e pequenos. Tudo o que eu via era um monte de carne bem esquisito e uns pelos no meio do caminho atrapalhando e mais nada. Resolvi pegar uma lanterna.
Entrei no quarto dos meus pais com as calças arriadas, bem quietinha. Êxito enfim. Lanterna e OB na mão. Resolvi largar o OB, porque não dava pra eu mexer lá com as duas mãos ocupadas. E foi. Mexi, mexi. Aquele monte de carne cor-de rosa, indistinguível ia de um lado pro outro, pra cima, pra baixo e nada. De repente, vi alguma coisa que poderia ser um buraco. Tentei o dedo. Wow! Entrava o dedo. E era bem bom (coisas que se aprende ao tentar usar OB pela primeira vez). Aposto que era ali. Fui correndo pegar o OB, com um dedo lá na tal entrada, as calças arriadas e a lanterna sei lá aonde. Cadê o OB? Tá aqui, na beira da cama. Eu alcanço sem ter que tirar o dedo daqui! Quase lá. Quase. Quase mesmo. Aquele bastãozinho de algodão caiu e rolou para baixo da cama. Eu desacreditei. Queria botar fogo naquela coisa desgraçada. Aposto que não tinha ido tão longe. Me estico toda pra pegar o troço embaixo da cama. Como já era de se esperar, caio eu!


Um feliz dia normal pra você!

Hoje é dia dos namorados. Mas eu não tenho namorado. Eu tenho apenas a mim mesma – e é o máximo de humanidade por onde consigo expandir meus domínios. Mas eu acho muito bom. Não quero mesmo “ter” alguém. Nem ser “tida”.

Passei um dia muito bom ontem, rolando na cama, embaixo de cobertores. Foi um dia estranho, daqueles que a gente tira para não fazer nada e acaba fazendo tudo de bom: passeando, comendo coisas gostosas, vendo filminho na cama, jogando conversa fora, falando bobagens, abraçando, beijando...

Acho que namoro deveria ser assim.

O problema é que não é. Quase nunca. As pessoas começam a se sentir donas umas das outras. Começam a querer que as outras ajam sempre de um jeito certo, façam sempre as mesmas coisas. Acham que hoje, por exemplo, a gente tem obrigação de trocar presentes. Ou de fazer alguma coisa “especial”.

É esquisito não? Depois que vira namoro, a gente tem dia certo para as coisas serem especiais...

Tem dia certo para trocar carinhos, para trocar olhares. Tem dia certo para transar, tem dia certo para passear num lugar legal.

Enfim, perde-se a espontaneidade, a efemeridade de um momento que é bom, simplesmente porque... é bom! E não porque foi programado institucionalmente para ser bom.

Por isso, gostaria de desejar a todos um feliz dia. E só. E não só hoje, mas todos os dias. Porque, em todos os dias podemos nos encontrar com pessoas especiais, que nos façam bem apenas por existir e compartilhar sua companhia num dado momento. Quero estar enamorada desses momentos... e não dessas pessoas...


... mas tenho que dizer... que tem umas pessoas que são foda de a gente não querer amarrar no pé da cama!!!! Huauhhauuhauhauhahu!!!