sexta-feira, dezembro 29, 2006

Espírito de verão


Daí eu acordei... e já era dezembro!
E eu continuava chorando paixões de inverno...
E minha amiga me disse sobre o espírito de verão
E o sol queimou minhas virilhas!
Aquele safado!

Uma bela noite, no boteco de sempre,
As queimaduras me fizeram lembrar
De outra coisa que ardia em mim...
De que eu não lembrava,
Mas queimava...

Por dentro, por fora, por todo lugar.
Alguma coisa começou a pulsar.
Foi quando eu lembrei...
De beijos na boca,
Passadelas de mão,
Flertes,
Safadezas.

Todo um mundo que eu havia esquecido.
Ou que estava apenas, adormecido
Em mim.
Em tudo.

E eu olhei ao redor,
Todo aquele calor,
Minha boca chamava, pedia o sabor...
E eu voltei.

Calma e tranquila,
Ao lugar de onde vim.
Muitos foras.
Mas muitos “dentros” também.

Muitas bocas beijadas
Por todo lugar,
Muitas fugidas, dribles, medo!
Pois nem todo troço estranho que chega,
Foi feito pra beijar...

Mas...
Se bobear...Eu PEGO!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Reviravoltas fantasiosas

A gente pensa que se passar um tempão longe, a dor acaba, as feridas se fecham e a gente esquece. Então a gente queima todas as fotos. Esconde os canhotos de shows e cinemas, que guardava de lembrança de dias e noites deliciosos. Enfia a cara num novo projeto de trabalho, de cabelo, de ginástica, de vida. Arruma uma(s) nova(s) distração(ções) e pensa que tudo está, finalmente, de volta ao lugar de sempre.
Mas, basta uma mensagem no celular, um cartão de natal, um e-mail, perguntando se você está bem...
E o seu novo projeto de vida vira uma bobagenzinha qualquer. Porque a sua mente é invadida por dúvidas latejantes, que não param de te cutucar.
As dúvidas geralmente começam com “e se?":
E se ele estiver novamente interessado?
E se ele estiver com alguém? E se esse alguém for aquela desgraçada por quem ele te trocou?
E se ele só estiver a fim de tirar uma casquinha? E se eu também estiver a fim de tirar uma casquinha?
Mas e se eu gostar ainda dele? E se aquela paixão louca voltar? E se voltar só da minha parte?
E se passou de vez?
E... o pior de tudo...
E se ele só queria, realmente, saber se eu estou bem, ou desejar feliz natal?
Essa última a gente ignora...
E voltam mil lembranças. Das partes boas e das ruins.
E você pensa que talvez seja interessante esquecer as partes ruins, dar uma nova chance à vida e ter pensamentos mais alegres te acompanhando daqui pra frente. Todas essas bobagens de final de ano...
E você perdoa todos os pecados dele e esquece de perdoar os seus...
E você passa pelas ruas que vocês passavam, pelos lugares que vocês se encontraram, por acaso, e revive aquelas delícias em memória.
E pensa que ele não deve nem se lembrar de nada, encantado que deve estar com a outra... (que você tem certeza que existe, apesar de fingir, pra si mesma, completa ignorância) revivendo as memórias dela.
E o ciúmes te dói bem forte, no estômago, te esquenta a cara e te dá tonturas...
E você se xinga por ser tão fraca e não conseguir se dominar por completo, não conseguir odiá-lo ou lhe ser indiferente.
E você se sente a pior das mortais e, de novo, não se perdoa.
Você sonha com ele, dormindo e acordada, esperando que ele volte e que tudo continue como era antes de todas as bobagens que aconteceram e transformaram tudo num verdadeiro inferno.
Mas, se algo for recomeçado, será, contudo, começado do zero. Não é lógico recomeçar algo que deu errado.
Você não tem conseguido ver que as coisas nunca serão como antes. E talvez, por isso mesmo, não consiga começar nada novo, com as pessoas que aparecem na sua vida. Talvez por isso, você busque nos outros todos os elementos que o compunham. E nunca se satisfaça, porque o que já foi... já foi!
Nem mesmo ele é o mesmo. Nem mesmo você é a mesma.
Por isso eu me perdôo por sentir agora, esse frio na barriga só de pensar na possibilidade de, novamente cruzar o seu caminho. Eu me dou o direito de sentir e de não controlar o que sinto. Ansiedade, saudade... saudades demais... vontades de começar o novo em outros tempos, outros caminhos, outros desejos por você.
E, mesmo que isso só caiba na minha fantasia... eu me perdôo também por fantasiar...

domingo, dezembro 03, 2006

Uma nova mulher!


Bom, essa aconteceu há alguns meses... eu estava me recuperando da última paixonite, que tinha sido bem forte e mexido um pouco com a minha cabeça.

O fato era que eu não tava achando muita graça em ficar com ninguém. Eu ia pra balada, conhecia uns caras, beijava e achava tão sem graça. Todos.

Às vezes até me esforçava pra curtir algum, mas não rolava. E aí... aí acabei passando uns bons 2 meses sem ficar com ninguém, sem dar bola pra ninguém que chegava, nada. Saía pra dançar, pra encontrar meus amigos, outra perspectiva. Ficava até meio incomodada se algum cara chegava em mim.

Aí comecei a compartilhar essa pira com as minhas amigas, porque eu achava que tinha mudado. Eu contava que não tava mais a fim de ficar com uns caras só por ficar. Que agora parecia tão sem graça isso. Que eu tava era a fim de conhecer alguém legal, de quem eu gostasse muito, pra daí sim, ficar e curtir e todo o resto.

A verdade é que, como eu não tinha nenhuma vontade de ficar com ninguém, não deixava nenhum cara chegar perto. Eu achava até que estava meio assexuada. Que só ia conseguir, por exemplo, transar com outro cara, se eu estivesse muuuuito apaixonada.

Obviamente, minhas amigas me zoaram muito, tiraram sarro, falaram que eu não tava enganando ninguém e blábláblá... até que começaram a perceber que eu... realmente não estava ficando com ninguém! E que não era por falta de oportunidade...

E, bem no auge dessa época, passei com uma amiga no barzinho que a gente ia sempre e encontrei um amigo que eu não via há tempos tomando uma cerveja com outro cara. Sentamos com eles e, no meio do papo, veio à tona essa minha “nova postura” perante a pegação.

Meu amigo ficou surpreso quando me ouviu falando que eu era uma nova mulher. Que a paixão havia me mudado. Que eu estava mais sensível. Que não queria mais só pegação por pegação. Porque um amor acaba mudando as pessoas mesmo.

E eu estava lá, toda orgulhosa desse novo ser que eu havia me tornado. E meu amigo achou bem legal saber disso, apoiou pra caramba essa minha nova forma de encarar os relacionamentos.

E a gente continuou falando disso a noite toda. Eles me contaram algumas experiências também. E eu fiquei feliz em saber que eu não era um E.T. por estar pensando dessa forma. Estava achando tão bontio, tão poético...

Mas o cara que estava com o meu amigo falava que as coisas não eram bem assim... e sempre dizia uma frase: “sempre conte com o inesperado”.

Lá pelas tantas, o bar ia fechar. Decidimos então, ir pra casa da minha amiga continuar bebendo por lá. Ela tinha acabado de ganhar uma garrafa de tequila.

Chegamos, conversamos mais, bebemos mais tequila. E o papo era sempre esse: “como o amor é lindo”. “como ele muda as pessoas”. “como eu estava diferente”. “que legal que eu estava diferente”. “que bonito”. E a frase do cara também era a mesma: “o inesperado isso, o inesperado aquilo”.

Até que uma hora eu estava deitada no sofá. Minha amiga levantou e foi no quarto atender um telefonema. E meu amigo levantou e foi ao banheiro. E o outro cara...

Levantou e me disse, caminhando na minha direção: “quer ver uma coisa surreal”? e eu achei que, sei lá, ele ia me mostrar uma poesia (porque a gente tava lendo uns livros também), uma música, sei lá! Qualquer coisa!

Mas o que ele fez foi ajoelhar ao meu lado e tascar um beijaço na minha boca!

Caralho! Eu nem vi de onde veio!

Mas chegou e arrebatou.

Eu não sei se foi ficar 2 meses sem transar e praticamente sem beijar na boca, mas me deu um tesão tão furioso que... puta que o pariu!

Quando nossos amigos voltaram pra sala, a gente tava quase se comendo naquele sofá.

Obviamente, ninguém entendeu nada. Nem eu tinha entendido, imagina os dois.

A gente se recompôs e resolveu ir embora. E ele me acompanhou até a porta de casa.

Quando chegamos, ele disse no meu ouvido “me convida pra subir. Quero te beijar sem roupa”.

Meu deus! Que tarado! Que saco! Esses caras só querem isso! Eu sou só um pedaço de carne pronto pra ser batido, frito e comido!

Não é bem isso que eu estava esperando...

De mim...

Mas a resposta foi “só se for agora”.

Subimos.

E fodemos.

Mas fodemos muito.

Caralho, como eu tava precisando daquela foda!

E, é verdade, o inesperado é show de bola. Assim como foi comer aquele cara e acordar das nóias em que eu tinha me enfiado.

Algum dia eu tenho que agradecer a ele – não só pela foda, que foi ótima, mas por me fazer parar de ficar besta!

A verdade é que o amor me mudou sim. Eu agora, pelo menos, acredito que ele existe e sei que é muito melhor fazer qualquer coisa quando estamos apaixonadas.

Por outro lado, eu não preciso virar uma otária assexuada só porque não tou apaixonada.

Amar é lindo... mas foder também é!

Dormi que nem um gatinho. No dia seguinte, de manhã, acordei, olhei pra cara dele... e mandei ele ir pra casa, porque eu tinha que sair. Da mesma forma que eu sempre fiz. Antes de me tornar...

uma nova mulher...