domingo, dezembro 03, 2006

Uma nova mulher!


Bom, essa aconteceu há alguns meses... eu estava me recuperando da última paixonite, que tinha sido bem forte e mexido um pouco com a minha cabeça.

O fato era que eu não tava achando muita graça em ficar com ninguém. Eu ia pra balada, conhecia uns caras, beijava e achava tão sem graça. Todos.

Às vezes até me esforçava pra curtir algum, mas não rolava. E aí... aí acabei passando uns bons 2 meses sem ficar com ninguém, sem dar bola pra ninguém que chegava, nada. Saía pra dançar, pra encontrar meus amigos, outra perspectiva. Ficava até meio incomodada se algum cara chegava em mim.

Aí comecei a compartilhar essa pira com as minhas amigas, porque eu achava que tinha mudado. Eu contava que não tava mais a fim de ficar com uns caras só por ficar. Que agora parecia tão sem graça isso. Que eu tava era a fim de conhecer alguém legal, de quem eu gostasse muito, pra daí sim, ficar e curtir e todo o resto.

A verdade é que, como eu não tinha nenhuma vontade de ficar com ninguém, não deixava nenhum cara chegar perto. Eu achava até que estava meio assexuada. Que só ia conseguir, por exemplo, transar com outro cara, se eu estivesse muuuuito apaixonada.

Obviamente, minhas amigas me zoaram muito, tiraram sarro, falaram que eu não tava enganando ninguém e blábláblá... até que começaram a perceber que eu... realmente não estava ficando com ninguém! E que não era por falta de oportunidade...

E, bem no auge dessa época, passei com uma amiga no barzinho que a gente ia sempre e encontrei um amigo que eu não via há tempos tomando uma cerveja com outro cara. Sentamos com eles e, no meio do papo, veio à tona essa minha “nova postura” perante a pegação.

Meu amigo ficou surpreso quando me ouviu falando que eu era uma nova mulher. Que a paixão havia me mudado. Que eu estava mais sensível. Que não queria mais só pegação por pegação. Porque um amor acaba mudando as pessoas mesmo.

E eu estava lá, toda orgulhosa desse novo ser que eu havia me tornado. E meu amigo achou bem legal saber disso, apoiou pra caramba essa minha nova forma de encarar os relacionamentos.

E a gente continuou falando disso a noite toda. Eles me contaram algumas experiências também. E eu fiquei feliz em saber que eu não era um E.T. por estar pensando dessa forma. Estava achando tão bontio, tão poético...

Mas o cara que estava com o meu amigo falava que as coisas não eram bem assim... e sempre dizia uma frase: “sempre conte com o inesperado”.

Lá pelas tantas, o bar ia fechar. Decidimos então, ir pra casa da minha amiga continuar bebendo por lá. Ela tinha acabado de ganhar uma garrafa de tequila.

Chegamos, conversamos mais, bebemos mais tequila. E o papo era sempre esse: “como o amor é lindo”. “como ele muda as pessoas”. “como eu estava diferente”. “que legal que eu estava diferente”. “que bonito”. E a frase do cara também era a mesma: “o inesperado isso, o inesperado aquilo”.

Até que uma hora eu estava deitada no sofá. Minha amiga levantou e foi no quarto atender um telefonema. E meu amigo levantou e foi ao banheiro. E o outro cara...

Levantou e me disse, caminhando na minha direção: “quer ver uma coisa surreal”? e eu achei que, sei lá, ele ia me mostrar uma poesia (porque a gente tava lendo uns livros também), uma música, sei lá! Qualquer coisa!

Mas o que ele fez foi ajoelhar ao meu lado e tascar um beijaço na minha boca!

Caralho! Eu nem vi de onde veio!

Mas chegou e arrebatou.

Eu não sei se foi ficar 2 meses sem transar e praticamente sem beijar na boca, mas me deu um tesão tão furioso que... puta que o pariu!

Quando nossos amigos voltaram pra sala, a gente tava quase se comendo naquele sofá.

Obviamente, ninguém entendeu nada. Nem eu tinha entendido, imagina os dois.

A gente se recompôs e resolveu ir embora. E ele me acompanhou até a porta de casa.

Quando chegamos, ele disse no meu ouvido “me convida pra subir. Quero te beijar sem roupa”.

Meu deus! Que tarado! Que saco! Esses caras só querem isso! Eu sou só um pedaço de carne pronto pra ser batido, frito e comido!

Não é bem isso que eu estava esperando...

De mim...

Mas a resposta foi “só se for agora”.

Subimos.

E fodemos.

Mas fodemos muito.

Caralho, como eu tava precisando daquela foda!

E, é verdade, o inesperado é show de bola. Assim como foi comer aquele cara e acordar das nóias em que eu tinha me enfiado.

Algum dia eu tenho que agradecer a ele – não só pela foda, que foi ótima, mas por me fazer parar de ficar besta!

A verdade é que o amor me mudou sim. Eu agora, pelo menos, acredito que ele existe e sei que é muito melhor fazer qualquer coisa quando estamos apaixonadas.

Por outro lado, eu não preciso virar uma otária assexuada só porque não tou apaixonada.

Amar é lindo... mas foder também é!

Dormi que nem um gatinho. No dia seguinte, de manhã, acordei, olhei pra cara dele... e mandei ele ir pra casa, porque eu tinha que sair. Da mesma forma que eu sempre fiz. Antes de me tornar...

uma nova mulher...

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