terça-feira, dezembro 26, 2006

Reviravoltas fantasiosas

A gente pensa que se passar um tempão longe, a dor acaba, as feridas se fecham e a gente esquece. Então a gente queima todas as fotos. Esconde os canhotos de shows e cinemas, que guardava de lembrança de dias e noites deliciosos. Enfia a cara num novo projeto de trabalho, de cabelo, de ginástica, de vida. Arruma uma(s) nova(s) distração(ções) e pensa que tudo está, finalmente, de volta ao lugar de sempre.
Mas, basta uma mensagem no celular, um cartão de natal, um e-mail, perguntando se você está bem...
E o seu novo projeto de vida vira uma bobagenzinha qualquer. Porque a sua mente é invadida por dúvidas latejantes, que não param de te cutucar.
As dúvidas geralmente começam com “e se?":
E se ele estiver novamente interessado?
E se ele estiver com alguém? E se esse alguém for aquela desgraçada por quem ele te trocou?
E se ele só estiver a fim de tirar uma casquinha? E se eu também estiver a fim de tirar uma casquinha?
Mas e se eu gostar ainda dele? E se aquela paixão louca voltar? E se voltar só da minha parte?
E se passou de vez?
E... o pior de tudo...
E se ele só queria, realmente, saber se eu estou bem, ou desejar feliz natal?
Essa última a gente ignora...
E voltam mil lembranças. Das partes boas e das ruins.
E você pensa que talvez seja interessante esquecer as partes ruins, dar uma nova chance à vida e ter pensamentos mais alegres te acompanhando daqui pra frente. Todas essas bobagens de final de ano...
E você perdoa todos os pecados dele e esquece de perdoar os seus...
E você passa pelas ruas que vocês passavam, pelos lugares que vocês se encontraram, por acaso, e revive aquelas delícias em memória.
E pensa que ele não deve nem se lembrar de nada, encantado que deve estar com a outra... (que você tem certeza que existe, apesar de fingir, pra si mesma, completa ignorância) revivendo as memórias dela.
E o ciúmes te dói bem forte, no estômago, te esquenta a cara e te dá tonturas...
E você se xinga por ser tão fraca e não conseguir se dominar por completo, não conseguir odiá-lo ou lhe ser indiferente.
E você se sente a pior das mortais e, de novo, não se perdoa.
Você sonha com ele, dormindo e acordada, esperando que ele volte e que tudo continue como era antes de todas as bobagens que aconteceram e transformaram tudo num verdadeiro inferno.
Mas, se algo for recomeçado, será, contudo, começado do zero. Não é lógico recomeçar algo que deu errado.
Você não tem conseguido ver que as coisas nunca serão como antes. E talvez, por isso mesmo, não consiga começar nada novo, com as pessoas que aparecem na sua vida. Talvez por isso, você busque nos outros todos os elementos que o compunham. E nunca se satisfaça, porque o que já foi... já foi!
Nem mesmo ele é o mesmo. Nem mesmo você é a mesma.
Por isso eu me perdôo por sentir agora, esse frio na barriga só de pensar na possibilidade de, novamente cruzar o seu caminho. Eu me dou o direito de sentir e de não controlar o que sinto. Ansiedade, saudade... saudades demais... vontades de começar o novo em outros tempos, outros caminhos, outros desejos por você.
E, mesmo que isso só caiba na minha fantasia... eu me perdôo também por fantasiar...

2 comentários:

Leila Diniz disse...

Pois é, essas coisas acontecem. Os caras somem, desaparecem, reaparecem como se não tivessem deixado um estrago (por menos que possa parecer) nas nossas fantasias. O que fazer? O que não fazer? Aliás, uma coisa que não é legal é ficar pensando nos "e se...", sei que às vezes é inevitável, mas não dá pra ficar brincando de adivinhar as coisas, a gente nunca sabe o que se passa na cabeça do outro. Talvez algumas vezes até suspeitamos, mas certeza mesmo, não. Nessas horas seguir a intuição (que a gente muitas vezes ignora, pois isso é papo de mulherzinha), pode ser uma boa. E tenho que dizer, por experiência própria, que é muito bom nos darmos o direito de não controlarmos o que sentimos, acho até que é um dever...mesmo que a gente quebre a cara mais tarde (mas temos que ter consciência disso)! beijos

Pandora disse...

ai gata... q merda... minha intuição diz, berra: calma...
e eu tou calma.
mas meus sonhos dizem q eu estou perdendo tempo... q devia sair correndo...
e minha cabeçaq, racional, diz "se liga bobona. desencana, sai fora, vai procurar sua turma, pára de ser retardada".
tá foda conciliar... heheheheh
bjos,
saudades!