quarta-feira, janeiro 31, 2007

Meus Medos...



Meus medos...


Não têm nada a ver com você mas,

Têm... porque você está aqui.

Desculpe, mas eu sou insegura

E, apesar de pregar a ausência de expectativas... eu espero tanto...

Não sei bem o quê, mas espero demais


Sinto que não te deixei nada para se lembrar de mim...

Sinto que estou em desvantagem nessa nossa brincadeira...

Eu só tenho você pra pensar agora...

E tem ocupado meu tempo

De um jeito maravilhoso. E eu não quero que passe, como outras vezes...


Eu me pergunto se você também pensa...

Mas eu não quero querer nada em troca.

Será esse meu defeito?

Não me sinto autorizada a pedir nada,

Porque parece que você já me deu tanto...


Eu tenho tido idéias idiotas

De meter os pés pelas mãos

Correr atrás de você como louca e te perder pela ansiedade...

De ficar e te perder pela minha ausência...

Eu devia ter deixado algo mais...


Além dos meus pensamentos mais sinceros...

Além de como eu sou de verdade, no fundo...

Querendo colo...

Além dos meus planos, que não te incluíam...

De jeito nenhum...


O medo é porque...

Na verdade... eu me deixei toda...


quinta-feira, janeiro 18, 2007

Pessoas especiais?



Eu tinha várias dúvidas, sobre o que diferenciava essas pessoas por quem a gente se apaixona dos nossos amigos queridos. Eu tentava entender as diferenças, o que deixava a gente tão louco e tão ansioso pra encontrar de novo, pra ouvir essa voz, pra sentir o toque das mãos no nosso rosto...

Porque... a gente não ama esses nossos amigos demais? Não quer estar com eles pra sempre? Não sente saudades, não anseia por ouvir suas risadas?

Eu achava que isso tinha a ver com as certezas e incertezas. Temos certeza que nossos amigos estarão lá... mesmo depois que a gente os dispensar naquele sábado à noite pra sair com a nova paixão... aquela sobre a qual a gente não tem certeza nenhuma...

Mas e os namoros longos? A gente pensa que sim, mas não tem certeza de nada assim mesmo! Mesmo depois de conhecer o namorado, de saber dos seus defeitos e vícios, de suas qualidades.

E, outra coisa: que certeza é essa de que teremos esses amigos pra sempre? Mesmo que não façamos nada de ruim pra eles... as amizades também se desgastam, também enfraquecem, também acabam...

A conclusão a que cheguei é que... no dia em que descobrir isso, eu escrevo um livro e fico milionária! Desculpem, mas é isso aí mesmo. Vai entender o que faz algumas pessoas serem especiais pra gente! Não dá! É uma coisa doida! Parece um vício!

Às vezes por anos, elas estiveram ali, do nosso lado... e, num dia que acordamos, do nada, elas simplesmente estão contornadas por uma esfera de maravilhas! E a gente se pergunta: “meu deus! De onde é que isso veio? Como eu não percebi isso antes?”

Às vezes a gente ainda está triste, pensando numa outra pessoa e, de repente, alguém cruza o nosso caminho. E basta um olhar, uma conversa boba... um sorriso diferente.... e fodeu!

Todas as nossas certezas não servem pra nada nessas horas. E eu tenho a péssima mania de racionalizar tudo! E eu fico muito brava quando não consigo!

É cheiro? É feromônio? Mas se fosse isso, como pode-se explicar aquelas paixões por pessoas próximas, que sempre estiveram ali, mas nunca notamos nesse sentido?

E como é que acaba? Como é que todas as pessoas têm essa coisa? E como é que a gente só se encanta por algumas...

E por que é tão difícil de isso acontecer e, quando acontece, acontece nas piores horas, nas piores situações? Nas mais difíceis! Eu pergunto isso, porque os malditos psicólogos dizem que coisas boas só acontecem quando a gente está bem. E eu acho bom me apaixonar. Vocês não? Mesmo que ferre tudo...?

Quem controla essas coisas? Se for um deus... ele tem um senso de humor bizarro...

E o mais louco... quando acaba. Se acaba... a gente perde o chão! E por isso dá um medo tão grande de começar! Mas, mesmo assim, a gente não consegue controlar! A gente quer! Isso é seleção natural? É pra garantir o sucesso reprodutivo da espécie? Mas a gente quer ficar junto de qualquer jeito, mesmo sem se reproduzir! Que coisa de gente louca!

E, se acaba... a gente fica desesperado, tentando ter de volta aquela sensação. E a gente se pergunta, desesperado, onde vai encontrar outra pessoa como aquela? Porque é tão difícil!

E a resposta vem... e a gente percebe, depois de algumas tentativas... que não vamos encontrar outra pessoa como aquela. Mas outra pessoa que nos encante, com outro lindo conjunto de características que podem ser tão diferentes... e que nos deixe, de novo, deslumbradas do mesmo jeito... ou pior...

E os nossos amigos simplesmente terão que aguentar outros surtos psicóticos, outros canos, outras choradeiras, etc, etc, etc... o papel deles nessa brincadeira é outro. Ainda não sei o que diferencia a amizade e a paixão. Mas sei que elas se diferenciam muito bem.

Então... chega de tentar escrever teses sobre isso. Eu me conformo com o fato de me apaixonar de novo, sem saber explicar o porquê, de onde veio, o que aconteceu, se vai durar, se vai dar certo e o diabo. Afinal, é tão bom... e é tão possível! Acho melhor ser mais calma...

sexta-feira, janeiro 12, 2007

O que você levaria pra uma ilha deserta?

Eu levaria algo que tocasse música! Uma caixa de cds, um toca-cds com baterias infinitas!
Eu levaria a Ella Fitzgerald e a obrigaria a cantar toda hora. Ou a Alanis Morissette. Ou... sei lá. Eu levaria muita gente que cantasse.
Provavelmente seria presa por seqüestro e continuaria a ouvir música na prisão.
Eu me pergunto por que não se toca Bach na prisão... porque, se tocasse... as pessoas poderiam sair em uma semana, encantadas.
Um outro jeito de se encarar o vida, ouvindo Bach.
Eu levaria uma caixinha de fósforos, pra poder batucar. Morreria de frio por não usar os fósforos. Mas eu iria batucar na hora da morte... um sambinha do Vinícius.
Eu levaria o Cazuza e um violão. Não só pra ouvir as coisas geniais dele. Também pra tirar uma casquinha... ele era lindo demais e eu não sou de ferro.
O fato é que é que eu não consigo pensar em mais nada que seja tão, mas tão essencial para se ter numa ilha deserta do que música.
Comida é bobagem quando não se está feliz. Também é bobagem quando não se está triste.
Mas música serve para os dois momentos. Para todos os momentos.
Na ilha deserta, quando falta água, a gente escuta Bridge over troubled water, e a sede passa.
Quando sentimos saudades... todas aquelas músicas bregas que temos vergonha de admitir que gostamos nos fazem companhia.
A saudade não passa. Mas a gente fica mais bonito.
E quando sentimos que a ilha está nos massacrando e que não há mais esperança, ouvimos paciência, do Lenine.
E essa ilha bem poderia ser um planetinha perdido no meio do universo... porque eu me sinto assim às vezes, aqui na Terra, e essa música me ajuda a entender que ninguém disse que seria justo... ou fácil.
A verdade é que não dá nem pra pensar sem música. É o que mais gosto no mundo.
Um ex-namorado até brigou comigo, dizendo que não acreditava que eu gostava mais de música do que dele...
que bobo... existem coisas com as quais não devemos nos meter se quisermos preservar as companhias. Esse namoro acabou logo depois dessa cobrança. Foi a gota d’água. Aquela do chico.
E quando, lá pelas tantas na ilha, a solidão pegar forte e eu me apaixonar por aquela gaivota que aparece de vez em quando, mas nem sabe que eu existo... eu vou cantar pra ela... song to the syren. Eu vou cantar “no meio de tanta gente chata eu encontrei você”.
E quando ela voar... eu vou cantar flor de lis, baixinho, olhando pro horizonte.
E no dia em que acordar dessa paixão, com o sol queimando meu rosto, vou sair correndo pela praia, lembrando de como é bom estar viva. Ouvindo bicycle, do queen!
Eu realmente não entendo aquelas pessoas que dizem que “não ligam pra música”. Eu acho que é mentira. Ou elas vieram com algum defeito de fabricação.
Aquelas pessoas que chegam em casa e ligam o rádio, ou a tv, só pra ter um barulhinho no fundo. Eu tenho pena delas. Porque elas não entendem.
Se todos falassem música... o mundo seria bem melhor...
Eu sinto, na verdade, é um descaso com essas pessoas.
Mas, quando eu estiver de descaso com a ilha, pensando que tudo é assim mesmo e que o máximo que dá pra fazer é curtir... vou ouvir ac~dc e balançar a cabeça como louca. Sentir meu cabelo se escorrendo pelo meu rosto e minhas costas. O toque de cada nota na ponta de cada fio.
Vou nadar no mar pelada, olhando pro céu estrelado, escutando fever, com a aretha...
E, quando eu for embora da ilha... vai tocar time, do pink floyd.
E eu vou caminhar, pensando no tempo passado, nas lágrimas choradas, no sol que continua o mesmo, enquanto eu mudei tanto...

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Depois Daquela Noite


Alguma coisa forte me levava a você que, na superfície, não parecia fazer sentido. Não era lógico.
Eu sabia que tinha mais, mesmo que você negasse com todas as forças e lutasse para nada transparecer...
eu sabia que havia mistério.
Mesmo que disfarçasse esse você, tão lindo, com o que parecia ser uma mistura patética de arrogância, rispidez e desapego...
sem querer, os olhos traem.
Por trás daqueles olhinhos que me sorriam junto com o seu sorriso debochado...
Muita delicadeza. Muita.
Tentando não ser reconhecida. De forma alguma.
Era tão sutil, mas ficou tão forte e clara...
depois daquela noite.
E, escondida e dolorida: uma sensibilidade vazia...
que gostaria de abraçar algum mundo, mas não se solta...
por medo?
Do cheiro de chuva... do cheiro e da chuva...
Tanto carinho, atrás daquela armadura fria de incertezas...
que até me deu vontade... de te oferecer o meu mundo...
como uma flor que cai da árvore nas suas mãos...
Mas, mesmo estando encantada por esses olhos...
Talvez eu esteja apenas lendo o que quero. E não o que deveria ser lido...
no seu sorriso.