quarta-feira, janeiro 10, 2007

Depois Daquela Noite


Alguma coisa forte me levava a você que, na superfície, não parecia fazer sentido. Não era lógico.
Eu sabia que tinha mais, mesmo que você negasse com todas as forças e lutasse para nada transparecer...
eu sabia que havia mistério.
Mesmo que disfarçasse esse você, tão lindo, com o que parecia ser uma mistura patética de arrogância, rispidez e desapego...
sem querer, os olhos traem.
Por trás daqueles olhinhos que me sorriam junto com o seu sorriso debochado...
Muita delicadeza. Muita.
Tentando não ser reconhecida. De forma alguma.
Era tão sutil, mas ficou tão forte e clara...
depois daquela noite.
E, escondida e dolorida: uma sensibilidade vazia...
que gostaria de abraçar algum mundo, mas não se solta...
por medo?
Do cheiro de chuva... do cheiro e da chuva...
Tanto carinho, atrás daquela armadura fria de incertezas...
que até me deu vontade... de te oferecer o meu mundo...
como uma flor que cai da árvore nas suas mãos...
Mas, mesmo estando encantada por esses olhos...
Talvez eu esteja apenas lendo o que quero. E não o que deveria ser lido...
no seu sorriso.

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