segunda-feira, abril 09, 2007

as horas

E hoje, pela primeira vez, eu vi uma coisa... uma coisa que eu sempre tive medo, que eu sempre fingi não poder existir, que eu sempre achei besta, etc, etc, etc.
Eu sempre achei que idealizava demais tudo. E que só amava as coisas dessa forma. Eu não conseguia nem imaginar as coisas no sossego de uma rotina.
Eu odeio rotinas.
As rotinas vão me sufocando. E as novidades, as raridades me trazem novo ar.
E, nessa noite...
Quando ele fez a curva para entrar na rua da minha ex-casa, um sentimento bem diferente veio me incomodar.
Eu pensei, naqueles segundos, em como seria essa cena repetida por todos os domingos. Ou por alguns domingos à noite.
E eu imaginei isso sorrindo, bem boba mesmo, sentindo coisas boas demais.
Sentindo um conforto incontrolável, daqueles que as rotinas me privam sempre, mas não hoje.
Pensei em como seria se ele me deixasse em casa... e se eu tivesse que acordar cedo amanhã, pra dar aula.
Pensei se eu o deixaria me deixar em casa, ou se o seqüestraria para dividir um acordar comigo, tomar café da manhã ouvindo música e sair para dar aula...
Pensei mesmo em repetir essa cena muitas vezes, essa curva da minha ex-casa. Pensei no sorriso dele, muitas vezes por semana. Nos olhos dele sorrindo muitas vezes por semana.
Pensei em descobrir se existem tantas imperfeições nele quanto eu imagino. E tantas perfeições também. Pensei que seria interessante descobrí-las!
Pensei coisas que eu nunca achei possíveis de me deixarem feliz. Pensei coisas que eu acreditava sempre estragar tudo: pensei em conviver, um pouco mais...
E foi tão gostoso pensar tudo isso naqueles segundos. Foi toda uma história diferente que se embrenhou na minha cabeça.
Talvez, por ser apenas uma idéia, tenha sido uma das mais deliciosas de se sonhar acordada. E, na hora em que ele parou o carro, eu não consegui me conter. Fiquei bem emocionada, enroscada naquele peito, imaginando poder sentir aquele cheiro muito mais do que tenho sentido. Apertar aquelas mãos muito mais do que tenho apertado. Beijar aquele rosto, muito mais do que eu tenho beijado.
E eu nunca pensava isso. E agora pareceu tão plausível...

5 comentários:

Anônimo disse...

E quem diria que a florzinha se revelaria um dia. Que a "Amélia" adormecida dentro dessa pilastra de mármore acordaria e sonharia com a rotina deliciosa de duas pessoas que se amam, fazem planos juntas e querem simplesmente compartilhar coisas, sobretudo sorrisos.

Pandora disse...

em primeiro lugar, Amélia é puta q te pariu! E se tu é mulher, é vc mesma! Em nenhum momento eu disse q seria legal passar fome junto, ou lavar cuecas, ou viver sem vaidade... e qdo eu digo rotina, não tou falando em casamento tradicional estilo "meus avós", mas sim de conviver mais com alguém... tu começou esse comentário cagado e terminou bem demais... e só por isso eu perdôo...
pode uma coisa dessas? é só a gente dar uma chacoalhadinha q já kerem me enfiar na cozinha... faz favor...
só para constar: amélia pra mim não é música, é xingamento e dos piores!

Pandora disse...

e, depois do meu surto psicótico... (foi mal, mas amélia é a vó...)
eu keria dizer q esse texto só faz sentido pra kem conhece essa história... e sabe q eu moro a muitos mil quilômetros de distância dessa pessoa... e q eu a vejo muito pouco...

Anônimo disse...

Nossa, ficou ofendida mesmo...
E se eu não conheço a história a culpa é sua ou pq ultimamente nos falamos muito pouco, menos do que deveríamos nos falar já que nos consideramos tão amigas.

Pandora disse...

vaca! vaca! vaca! se é minha amiga e me chamou de amélia é vaca! huahuahuahuuha!
e se tu não fosse tão minha amiga... eu até falava aki em público kem era...
vaca! vaca! vaca!
eu sabia q conhecia esse jeitinho de escrever...