quarta-feira, março 19, 2008

Oito Grandes Amores


Estava hoje me lembrando de quantos relacionamentos que considerei “mais sérios” já aconteceram na minha caminhada em busca de algo que se pareça com amor... seja lá o que for isso!
Pensei também no que ficou, de todas as histórias sem final feliz que fazem parte da minha... e no que foi-se embora de mim – algumas ilusões, em mil pedaços, que não encontram mais morada em meu peito.
Aprendi demais convivendo com estes “ex”. Ex-amigos, ex-amantes, ex-irmãos, ex-filhos, ex-brinquedos educativos, eis: aqueles que não estão mais aqui, ao meu lado, como motivo de toda minha paixão.

Ao primeiro deles, agradeço pelas tardes passadas de mãos dadas em parques, ao som de um violão muito velho, de tão dedilhado para me fazer serenatas. Agradeço o amor de criança incondicional: ter sido verdadeiramente amada pela primeira vez, de um jeito tão inocente e bonito. E qual não é a minha surpresa quando, anos depois, nos encontramos novamente e, estava lá o mesmo amor, quando eu precisava demais. Agradeço e peço desculpas, por ter-me ensinado também que um amor não dura se a intensidade não for a mesma para os dois lados... espero que esta garota nova possa corresponder à altura o seu.

O segundo, foi um amor pelas drogas e pela liberdade. Foi um amor de outra cidade, para a qual eu viajava, moleca adolescente revoltada, a cada 15 dias, para encontrar esse menino e... todo o descontrole do mundo! Nem era você, mas a cerveja, o cogumelo e outras cositas más, que vinham junto. Era sair a pé para a balada, sem o controle dos meus pais. Invadir a casa do vizinho e nadar sem permissão... era só aventura, sem nenhuma, nenhuma poesia. Mas era uma aventura necessária. Obrigada por colocar-me outros óculos para ver este mundo tão pequeno e frágil...
E por me ensinar uma outra lição: foi o primeiro a me negar. E eu precisava ouvir um não algum dia. Pelo menos para saber como soava... me preparou para o que estava por vir!

Com o terceiro, aprendi a fazer sexo! Não que eu não fizesse antes, mas, com este, aprendi a confiar, a ficar à vontade, a não ter pudores! - lição útil para toda uma vida, quando se considera o sexo importante num relacionamento (e eu... considero... muito!) - Agradeço a intimidade e a proximidade que foi possível construir por tanto companheirismo. Foram muitas horas de filmes, jogos, músicas baixadas na internet, pizzas, praias e... cama! Saudades de alguém assoprar minha barriga e me matar de rir de vez em quando! Agradeço por estar lá, pro que fosse. Agradeço por estar lá até mesmo quando eu não queria, até que eu tivesse forças para me impor e fazer valer a minha vontade. Você foi a primeira coisa que precisei desfazer naquela época de total comodismo: um primeiro passo para tudo mudar. Obrigada por me fazer perceber que eu não tinha que ficar com você apenas por me sentir segura por "ter alguém", mesmo que eu não amasse esse alguém...

O quarto... era tudo, tudo, que eu queria num namorado! Era bonito, divertido, gostava de sair, estudava, trabalhava – tudo que mamãe pediu a deus! E, apesar de ter tudo isso, ele... me escolheu! Me escolheu num momento em que eu me achava a última escolha possível: ele foi meu príncipe, me resgatando num cavalo branco. E a vida dele era tão mais interessante que a minha, os amigos dele tão mais interessantes que os meus, que eu fiz a opção: deixei tudo que era meu de lado e fui viver essa outra coisa, dele, com ele. Qeria, também, ser uma princesa! E era como me sentia a seu lado... foi muito legal a princípio... até que eu comecei a notar seu completo desinteresse pelo que eu fazia, pensava e acreditava do mundo! Percebi uma falta de assuntos entre a gente, percebi uma cabecinha fútil e vazia que, simplesmente, não combinava com a minha. Obrigada por sua existência motivar a força que descobri aqui dentro para conseguir negar “tudo que mamãe pediu a deus” e me sentir bem... sozinha! Por me fazer perceber o quanto eu era boa, também, de um jeito diferente. E que, de agora em diante, eu poderia escolher alguém... e não apenas ser escolhida.
Agradeço, também, a receita de torta de banana da sua mãe – ela é uma ótima desculpa para se ter, sempre, alguém por perto!

O quinto... não: a quinta. Ela bagunçou todas as minhas convicções... e depois de passar uns dois anos confundindo minha imensa amizade sem motivos com minha paixão avassaladora, ela se revelou num dos piores momentos: no meio da minha dor de cotovelo pelo meu príncipe encantado. E... toca para a psicóloga! Descobrir se havia alguma coisa de errado comigo por ficar fissurada numa... menina! Obrigada por me fazer perceber que, além de cor, credo, tamanho, o amor também não liga para o sexo da pessoa-alvo... isso praticamente duplicou as minhas chances!
Obrigada por ser amiga para todas as horas. Obrigada também, por me fazer perceber que, quando se trata de amor, às vezes, mesmo que por algumas horas, as amizades se dissolvem, sem avisos.
Obrigada também por me negar tanto, tanto... que eu já nem ligo mais... e aproveito o que é possível. Sei que nunca vou ser completamente dona do seu coração... me falta uma coisa...
Não. Na verdade, talvez... te faltem muitas...

Agradeço ao sétimo por me lembrar como eu amava música... pelas voltas de carro para... ouvir música... pelas mensagens “nonstop” no meu celular, dizendo que deveria... ouvir uma ou outra música... por uma coleção de cds com... músicas fenomenais! Por me lembrar de como eu adoro falar sobre... música. E por me fazer descobrir que eu queria muito mais de ti, ao som de músicas maravilhosas, do que você poderia me dar. No meio de tantas músicas incríveis, ficou difícil escolher a nossa. Talvez porque ela nunca tenha tido espaço para existir de verdade. Talvez porque ela nunca tenha existido de verdade: uma confusa amizade, disfarçada de música de amor.

O oitavo... resgatou uma escritora que andava com preguiça de ler, passeando pelos cantos com um coraçãozinho despedaçado de papel na mão, com umas letras de música dos outros desenhadas...
De início, nem parecia nada... porque estes poetas surgem meio camuflados de falta de rima. Mas colocou em versos o meu jeito de sentar, fumar e ser e... foder (nossa! Que foda! Agradeço as fodas! Agradeço)!
Agradeço também construir a ilusão de musa: ser, mesmo que de faz-de-conta, aquela que inspirava e suspirava tantas poesias do moleque-velho que habitava aquele poeta.
E todo o desprezo depois... serviu para perceber o quanto a gente se deixa levar ao pé da letra pela metáfora... e saber que poesia se escreve também na leveza de amar e não apenas na força de se ter... e deixar...

Eu pulei um... o sexto...
O sexto... na verdade é apenas “o”... sem números. E eu nem sei bem o porquê...
Destaquei o parágrafo para colocar aqui tudo que foi especial... como eu me sentia, entorpecida, embriagada só de pensar nele, caminhando na rua... seu cheiro, toque, beijos... e tudo... todo aquele meu sonho que você era...
mas, ainda, não sei bem porquê: ainda cabe tanta tristeza e mágoa quando penso em você...
E como eu sentia medo de te dizer... que era isso: se havia, então, um amor da minha vida, daqueles que se fala com brilho estranho nos olhos... era você – e mais ninguém.
Agradeço, porque agora não há mais medo. E se algum dia, numa lua azul, meu coração permitir se entregar dessa forma novamente, eu vou dizer que te amo...
Vou dizer que deveria insistir mais um pouco, me decifrar... é tão simples...
E quanto tempo passou para que eu pudesse pensar em outros alguéns, sem doer, no fundo, que você não me quis... E quantos tempos forem necessários de novo para esquecer, mesmo que esse tipo de amor dure um dia... eu quero! Agradeço pois sei disso agora!

(E quando soprar uma vozinha acima do ombro... ela deve ser ouvida. Agradeço, porque agora acredito nela. Mas, não em você.)

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa! Eu ja tava desistindo depois de hmmm, acho que só 2, talvez 3 que mereçam mais que uma linha na minha história frustrada. Me deu um bom animo pra tentar um pouco mais. Se bem que o final te entregou, pois todos nós temos aquela especial que não importa o que passa, temos a triste certeza de que não havera substituta. O desafio é tentar acreditar que estamos errados...

Celso Amâncio disse...

ah esse amores perdidos, loucos, tristes, risíveis, queridos...

tem sempre uma prazer mesquinho e gostoso de revivê-los...

adorei conhecer os seus (e fatalmente ainda vou colocar a cena do casal invadindo a piscina em algum roteiro futuro... hehehe)

MONALISA disse...

Nossa que texto bacana! Muito bom! Ainda mais quando a gente conhece algunsl hahhahahahah

Pandora disse...

ah! mas eu me entrego sempre Hugh! heheheh! e, sim, existe akele q é mais "akele" do q todos os outros... mas, existem os outros, q tb são ótimos! e despertam emoções fantásticas! e deixam a gente sem chão tb! e eu espero, com certeza, um substituto para "akele"! ou, kem sabe, espero akele mesmo de volta... uma vez ele me disse "não é impossível, mas é pouco provável"... e, se não é impossível... kem sabe?
Celso, aproveite a piscina, as baladas, os cogumelos e tudo mais para os roteiros! se kiser saber mais... conto tudo! se bem q, boto fé no seu espírito criador! espero ansiosa!
amores... são tudo na vida... revivê-los, vivê-los, reencontrá-los... já, eskecê-los...
monalisa... pra vc saber q é possível: mais q um, mais q dois... elevado ao número de estrelas do céu...
espero seus oito!