terça-feira, outubro 28, 2008

Síndrome de Branca de Neve e Complexo Napoleônico. Ou, os Sete Anões e o Chucky.



Alguém já reparou que todo baixinho pira quando pega/quer pegar a gente, mais alta?

(Vejam bem, não estou estabilizando uma estatura: baixinhos são relativos! Eu sou bem baixinha, na verdade. Definindo aqui, para que não me chamem de pós-moderna: baixinhos – caras menores (em altura) do que a gente. Beleza? Resolvido? Então tá.)

O fato é que, toda vez que me aparece um chaveirinho, não importa o quanto eu trate mal, o quanto eu mande embora, o singelo pintor de rodapés gama. Mas, gama mesmo! Se apaixona perdidamente, quer casar e ter filhinhos. Na melhor das hipóteses, quer trepar até o pau cair...
Mas o problema é que eu não curto caras mais baixos que eu. Todo mundo tem suas manias, preferências, preconceitos criados pela nossa sociedade elitista, blá blá blá, whatever! A minha é: cara menor que eu é possível. É comestível até. Mas não apaixonável. Sei lá, simplesmente não rola... não me sinto atraída.
Acontece que, se de um lado eles estão fadados, para mim, a serem os sete anões, eu estou fadada, para eles, a ser a Branca de Neve. Porque não interessa o que eu diga, faça, ou xingue, essas desgraças vivem aparecendo na minha vida... e elas me adoram!
O interessante é que a pequena estatura desperta nos anõezinhos um conjunto de sintomas aos quais os especialistas atribuem o nome de “Complexo Napoleônico”. Parece que, para compensar a falta de altura, estes pequenos e curiosos seres pirilâmpicos projetam, nas minas mais altas, toda uma possibilidade de poder de conquista, pelo qual lutam, muitas vezes, até a morte.
Ou seja: os baixinhos vêem uma mina mais alta e surtam! Querem porque querem, de qualquer jeito! É como escalar o monte Everest! O desafio supremo na vida...
Vocês já devem ter visto por aí um anãozinho todo sorridente, de mãos dadas às de uma mina grandona. Gente! Pra eles é a conquista divina! Eles desfilam, orgulhosos. Quanto maior o salto, melhor...
E a gente até pensa que isso é preconceito, que nem todo baixinho é assim e... voilà! Dá mais uma chance pra um gnominho! E o que tem em troca? Mais um gremlin no cio, tentando agarrar nas suas pernas e se satisfazer ali mesmo (porque, geralmente, eles não alcançam o resto).
É um desespero que eu não consigo entender. Parece que o mundo vai acabar amanhã, com toda certeza! E eles precisam ser “felizes para sempre”, urgentemente e... comigo! Já me deparei com quase todos os sete anões:
Teve o Zangado, aquele que não se conformava com o fato de eu não querer nada mais além daquela noite (e que eu só peguei porque era o único cara disponível no local). Ele ficou me ligando e resmungando, brigando, reclamando, enfim, um cara muito bravo mesmo, que vivia intensamente o seu complexo, achando que iria, mais cedo ou mais tarde, me ganhar na briga. Fala sério...
Teve o Dunga, aquele que era meigo, mas, como um bom Dunga, não fedia nem cheirava e, especialmente, não trepava direito. É desses mais bobos que a gente se aproveita pra fazer um ciuminho no cara que tá a fim... auto-estima no pé, oferecido, do tipo “por favor, me ameeeeeeeeeeeeeee”! Esses a gente não dispensa, senão eles choram. A gente vai dando cano, pede desculpas e, enfim, nunca mais, graças aos deuses dos contos de fada, encontra a desgraça! Mas, de vez em quando ele ainda liga!
Teve o Feliz. Meu deus! Esse cara deu trabalho! Era o típico “pincher” tentando montar numa “dobermann” no cio (observe-se que quem parecia no cio era o cara). Aconteceu que, depois de muita bebedeira, ele até lembrava um basset... aí olhei aquela cara de cachorro vira-latas, desencanei e levei pra casa. Cara! Uma noite inteira sem dormir, balançando o rabinho! Como é que o cara tem esse pique? Não é possível ter tanta energia naquele corpinho tão pequeno! Eu tinha que mandá-lo sair de cima, porque tava tentando me comer até enquanto eu dormia... depois, como nos víamos sempre, era aquela cara de cachorro babão diante de vitrine de açougue! Hiperativo até umas horas, toda vez que um cara chegava perto de mim, ele rosnava. Mesmo que eu explicasse a ele que não rolava mais. Enfim, ele encontrou uma Lassie e se deu bem. Aí parou de me assediar e nos tornamos bons amigos!
Mas nem tudo são horrores... teve também o Dengoso, que era um fofo. Todo inteligente, todo gatinho, apesar de... pequenino! Conversa deliciosa, pegada de gente grande, enfim, tudo para ser perfeito. Exceto o tamanho! Era um tímido meio safado e... não fosse o fato de eu estar de férias surtando, até consideraria a possibilidade de me arriscar Branca de Neve, só pra ver no que ia dar.
E eu não posso esquecer, de forma alguma, o Mestre! Que esse era mestre mesmo: me deu três nós e virou do avesso quase! Afff! Que cara bom de cama! O problema é que ele queria, como um bom baixinho, fincar sua bandeira no meu topo! Passar o meu monte pro nome dele! Não bastava só me escalar, queria era casar! Cruz credo, que medo! Gamou mesmo, muito, fez declarações de amor. Até aí tudo bem... mas começou a aparecer sem que eu convidasse, aliás, sem que eu desse sinal de vida, ou mesmo quando eu dizia claramente que não queria! E daí... fodeu tudo... mostrou o ladinho “zangado” e já era. Acabou o encanto da maçã envenenada que era aquela boca...
Teve o Soneca! Esse, na verdade, não gamou. Não encarou, encaretou. Ao contrário da maioria dos anõezinhos, dormiu no ponto e... já era! Devo destacar que esse não era menor que eu de verdade... era do mesmo tamanho! Só ficava menor quando eu tava de salto. Deve ser por isso que não pirou o cabeçote... heheheheh.
E o Atchim... bom, esse tá por vir ainda. Que eu sei que essa síndrome de Branca de Neve não passa fácil assim...
Enfim, dentre todos esses pequeninos cutchi-cutchis, sempre há um com o qual devemos nos preocupar: eu o apelidei de “brinquedo assassino”. Ou Chucky, para os mais íntimos (se é que exista alguém no mundo que queira ficar íntimo desse inferno na terra). O Chucky parece até engraçadinho à primeira vista, né? Você até acha que pode confiar e virar as costas praquela figurinha. Mas... espere contrariar sua vontade... espere não fazer exatamente tudo o que ele quer. Espere, exatamente, não lhre dizer nenhum "sim". Aí... aí o bicho pega! O cara vai fazer de tudo pra te foder. Vai te enfiar uma tesoura nas costas! (é claro que pra isso ele precisaria de uma escada pra alcançar, mas... vai que ele consegue!). Por isso meninas... cuidado com certos anõezinhos... afinal, Napoleão quase conquistou o mundo! E não foi com seus encantos...

4 comentários:

Rê Bordosa disse...

Meu Deus!!!! muito bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!! valeu tanta espera desse texto! rolei de tanto rir e ja li 3 vezes!
agora, o meu problema é o contrário, já que a baixinha sou eu,eu que tou com a síndrome e tou na fase dos grandões, ou será que existe a "síndrome dos gigantes" tbm e a gente não sabe....caso pra se analisar. pq ando atraindo...mas sei que vai ter quem vai falar que essa história de baixinho e grandão puro disfarce porque: e vadia lá tem tipo....

Anônimo disse...

A história até está bacana mas não posso deixar de dar a minha opinião. Você é muito metida, tem muita marra e se acha demais! Tudo se resume a sexo e podes crer que isso não faz de ti mais mulher, acredita. Pelo contrário, isso é uma falsa emancipação.
Tens os conceitos todos distorcidos apesar da mentalidade original e fértil. Tens mesmo uma marra que enoja e te digo mais, transmite uma imagem sexual podre e sem graça, não mostra nenhum cenário de conhecimento sexual, apenas de falta de auto-estima e necessidade de ser olhada e desejada....
De resto a história ta legal, mas tenta ultrapassar essa putaria toda. Se calhar é por isso que não te calha um "anãozinho" como gostarias. Tenta ser mais profunda!

Unknown disse...

concordo com o de cime vc parece ser uma cocozenta q c axa mas naum passa de uma simples perua q axa q faz alguma merda

Pandora disse...

Nossa, qtas críticas! bacana. sei q qdo a gente expõe qualquer tipo de produção, está sujeita a ser lida e julgada pela mesma. A idéia aki era ñ ser politicamente correta e chutar o pau das estranhas coincidências de tantos caras baixinhos se interessarem por mim seguidamente. Acho válidas as análises, ainda q, completamente parciais. As pessoas ñ têm lados únicos ou maneiras únicas de se relacionar com sexo, especialmente ao materializar estas maeiras em um texto escrito... enfim, se vcs lessem alguma outra produção minha, talvez entendessem q falo de uma forma aki, de outras em outros escritos...
tb acho engraçado a capacidade de certos leitores de traçarem todo um perfil psicológico meu através da leitura de um texto bem debochado... enfim...
ao mesmo tempo, me pergunto o q levou-os a escolher exatamente essa leitura, dentra tantas outras no blog. talvez uma identificação pessoal? rsrsrsrs!
abraços! e continuem lendo e comentando!