terça-feira, maio 29, 2018

Acabou a Gasolina


E ele entrou em greve.
Me olhou nos olhos e disse:  - assim não dá mais.
- Você rompe todos os acordos.
- eles nem dizem respeito a mim, mas a você.
Ele sabe, só formou três frases com o que eu também já sabia (só não ousava formular a pergunta, que nem diz respeito a nós).
(mas a desatar, ou não)
A rota cotidiana já passou.
E fica: eu quero ficar ou (part)ir?
E como não poderia ser mais irônico,
no meio da escassez de combustível,
Eu tenho que me perguntar se quero sair do lugar…
Eu que ando passos de tartaruga,
Nessa coisa de ir,
Porque indo, algo tem que ficar,
Nem que seja a paisagem.
E eu que estava só passando,
Recebi essa notificação de desvio…
Coisa que eu sempre ignoro.
Prefiro ficar parada,
Até meio estagnada,
Nessa minha própria lentidão de andar a pé.
Esperando um sinal,
abrir.
E quando, eu avanço devagar,
Fico divagando pelo asfalto,
Tenho medo de velocidade,
Mas tenho ido longe.
Agora basta saber,
Se vou só.
Não sei se caso, ou compro uma harley.

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