Faz tempo...
Que tudo que me lembro de bom reside em seu sorriso. Em seus braços.
Sei que as cartas de amor são cafonas. Sei que amar nem existe de verdade – é apenas mais um modo de se esquecer da vida que anda sem sal demais, chata demais... – mas lembro.
Sinto a falta do seu cheiro, de como me acordava de manhã. Seus cabelos ainda enroscados nos meus. Seus olhos meio verdes, meio não.
Lembro de como não queria, nunca, sair de perto, mas te deixava ir, todas as manhãs.
Te encontrava na rua... e era sempre um jeito sem graça de fingirmos que não éramos o que éramos: dois bobos que se gostavam feito bobos...
e que não conseguiam disfarçar os desejos de colocar um ao outro em seu próprio bolso. Para espionarmos, de vez em quando... para acariciarmos, de vez em quando, para apenas sorrirmos um ao outro, que era o que mais fazíamos juntos. Acho que nunca fui tanto um verbo como naqueles dias:
Sorria de graça, sorria para o mar, mas, para o mar é fácil. Sorria para o que não gostava também. Sorria para o jiló do prato. Pro síndico... sorria apenas... sem motivos...
Um estado de latência, como se a vida tivesse sido suspensa por ora – imagino que as drogas causem isso aos desavisados – , estava de licença para ser cínica...
Nem me lembro das coisas ruins, para ser sincera. E sei que houve coisas horríveis... mas não sei onde pus. Talvez numa dessas pastas empilhadas na estante.
Ainda desejo esse modelo de... de, sei lá, de “coisinha romântica”. Um egoísmo meu para enfeitar o meio do caminho...
Já faz tempo, não? Anos... três ou quatro?
Às vezes me reprovo... às vezes não: sempre me reprovo, por desejar, assim, de novo. Improvável? Agora que analisei friamente? Distração hollywwodiana mental? Isso não existe. Inventamos. Bobagem, deixa de lado...
Mas quando as coisas apertam, fico deitada nessa lembrança do seu peito, acariciando meu próprio rosto... imaginando a sua mão ali...
E não estou aqui tentando resgatar uma faísca que ateie fogo no que já foi. É só um carinho especial por esse tempo ao qual retorno quando as coisas pesam demais.
Você se transformou no meu quadro de descanso...
Que tudo que me lembro de bom reside em seu sorriso. Em seus braços.
Sei que as cartas de amor são cafonas. Sei que amar nem existe de verdade – é apenas mais um modo de se esquecer da vida que anda sem sal demais, chata demais... – mas lembro.
Sinto a falta do seu cheiro, de como me acordava de manhã. Seus cabelos ainda enroscados nos meus. Seus olhos meio verdes, meio não.
Lembro de como não queria, nunca, sair de perto, mas te deixava ir, todas as manhãs.
Te encontrava na rua... e era sempre um jeito sem graça de fingirmos que não éramos o que éramos: dois bobos que se gostavam feito bobos...
e que não conseguiam disfarçar os desejos de colocar um ao outro em seu próprio bolso. Para espionarmos, de vez em quando... para acariciarmos, de vez em quando, para apenas sorrirmos um ao outro, que era o que mais fazíamos juntos. Acho que nunca fui tanto um verbo como naqueles dias:
Sorria de graça, sorria para o mar, mas, para o mar é fácil. Sorria para o que não gostava também. Sorria para o jiló do prato. Pro síndico... sorria apenas... sem motivos...
Um estado de latência, como se a vida tivesse sido suspensa por ora – imagino que as drogas causem isso aos desavisados – , estava de licença para ser cínica...
Nem me lembro das coisas ruins, para ser sincera. E sei que houve coisas horríveis... mas não sei onde pus. Talvez numa dessas pastas empilhadas na estante.
Ainda desejo esse modelo de... de, sei lá, de “coisinha romântica”. Um egoísmo meu para enfeitar o meio do caminho...
Já faz tempo, não? Anos... três ou quatro?
Às vezes me reprovo... às vezes não: sempre me reprovo, por desejar, assim, de novo. Improvável? Agora que analisei friamente? Distração hollywwodiana mental? Isso não existe. Inventamos. Bobagem, deixa de lado...
Mas quando as coisas apertam, fico deitada nessa lembrança do seu peito, acariciando meu próprio rosto... imaginando a sua mão ali...
E não estou aqui tentando resgatar uma faísca que ateie fogo no que já foi. É só um carinho especial por esse tempo ao qual retorno quando as coisas pesam demais.
Você se transformou no meu quadro de descanso...
Saudades...
4 comentários:
A Felicidade não existe.
Existem momentos de felicidade. Períodos. Semanas ou meses.
E estes períodos, mesmo quando o afeto morreu, permanecem intactos. Como o flash que cristalizou uma festa numa foto. E aquilo fica para o todo-sempre.
Não existe mais. Mas fica.
E é bom que fique.
A Terceira Idade vive disso.
Maioria dos amigos já mortos. Parentes distantes.
Às vezes, a solidão dum asilo, se for de parcas condições econômicas.
Ou numa moderníssima casa geriátrica, se os filhos forem abastados.
Mas é tudo a mesma merda. Solidão. Melancolia.
O que salva este tipo de idoso são estes flashs mentais. Estas migalhas de felicidade guardadas no embolorado porão da memória. Salvo que o Alzheimer tenha chegado. Porque daí não se distingue a felicidade dum pé de mandioca...
Bj
James Pizarro
bom, vou fazer comentario do comentario pra depois ir ao texto, porque num mi guento qdo o james, escreve,muito bommmmmm!
do texto posso dizer> Pandora, você escreve pra caralho, precisa se profissionalizar nisso, até mesmo quando o texto é florzinha nesse naipe!
Bom, um quarto de descanso é sempre bom.
CARALHO PANDORA!!! CASA COMIGO?
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