terça-feira, janeiro 05, 2016

todo dia




todo dia
em que estamos juntos,
perto ou longe,
me
desdobro…

perguntas, suposições
planos loucos de estrelas
e de mar.

Não importa o que ela quer – você diz.

Não importa mais nada?
Além de…
Esse momento frouxo de insanidade,
dobrados em ansiedades
de colocarmos,

nossos corpos um no outro?
E o que somos…
E o que mais não importa?

A minha boca, perto.
da sua boca, perto.
Sorrindo-se enquanto tudo vai pelos ares
destes nossos sons,
de se dizer.

Ando roubando suas palavras,
pelas frestas da janela,
enquanto o sol nasce.
e você pensa que me distrai

Não estou sozinha
em nenhuma delas.
todas tem a sua presença
como condição.

são decorrentes,
desse encontro
dos olhos
cotidianos
que se olham
pela primeira vez

todo dia.




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