Os homens que me desculpem mas, as mulheres sentem e sentem muito. E, quando elas sentem, têm que se manifestar a respeito. Nós simplesmente não conseguimos ficar quietas esperando soluções pros nossos problemas. Temos que falar, berrar, esganiçar.
Quer ver depois de uma foda. Poxa. A gente tem que falar sobre isso! Tem que falar se foi bom, se foi ruim. Tem que falar das sensações, tem que falar do cheiro, do contorno do corpo, do toque, do brilho dos olhos, da cor da bochecha, enfim, tem que falar da foda, porra! Porque ela é um momento especial.
Mas acontece que, ultimamente, não tem dado tempo. Porque nenhum cara fala mais nada depois da foda: ou eles somem – o que é o mais comum – ou eles fingem que nada aconteceu. Como se um corpo comportar outro corpo fosse pouca coisa. Como se eu não tivesse sido totalmente invadida, como se eu não tivesse permitido que compartilhassem comigo o auge da minha intimidade, buscando prazer mútuo.
Que merda! Eu quero falar sobre isso! Quero dar risadas junto! Eu estava lá, lembram? E vocês também! Foi divino, não importa com quem, quando, de que jeito.
Não é possível que sexo tenha virado uma tão coisa banal como tomar banho, escovar os dentes, ou passear juntos no parque. Cada um vai pra sua casa, se encontram no outro dia e conversam sobre como estão cansados, porque trabalharam demais na semana... ou sobre o clima, ou a última notícia de jornal. Fala sério! Que medo é esse?
Conversar sobre a foda de ontem não quer dizer relacionamento sério, casamento, ou essas coisas às quais os homens (e eu) parecem ter adqüirido um séria alergia. Quer dizer que, pelo menos pra mim, uma transa é importante. É um momento legal, no qual rola uma troca fenomenal! A gente se gasta pro outro, se doa, se apaixona por umas horas. É um encontro desumano, instintivo, animal. E depois... nos sentimos vazios... a energia se esvai e podemos relaxar.
Mas... é só isso? Um encontro pra se descontar a raiva, o cansaço? Pra se aliviar do estresse? E depois relaxar? Caralho, parece uma mijada! Duas horas de academia! Uma corrida! Tomar um chope depois do trampo...
Me desculpem, porém, eu não consigo sentir só desta forma. Sinto milhões de emoções, de sensações incompreensíveis, sinto intimidade, sinto carinho, sinto amizade, sinto medo, ansiedade, proximidade, sinto, sinto, sinto, sinto muito!
Isso não quer dizer que eu sinta amor, ou que eu queira botar uma coleira no cara, para levá-lo pra passear. Quer dizer que eu sou gente e que tenho expectativas. Uma delas é que a pessoa que compartilhou comigo um momento como esse seja gente e sinta também. Mas como eu vou saber? Os homens, geralmente, não querem falar sobre isso...
Um comentário:
Concordo plenamente... Será que as pessoas estão virando robô? Nossa, isso de agir no outro dia como se tivesse comido uma pizza e já ter descarregado no banheiro é foda! Está virando coisa comum... Será que os homens estão sendo lobotomizados após o sexo pelos extra-terrestres?
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