Felicidade: palavra estranha de largos passos. Alguns sempre à frente, mas, em sua maioria,
sempre para trás.
Sonha-se, à frente, a felicidade: na barriga que cresce sorrindo o porvir;
na fantasia do beijo que ainda não aconteceu;
na linha de chegada, quilômetros à frente...
Lembra-se para trás: aquela primeira viagem, muito mais para dentro de si, do que para fora do estado;
um “eu te amo”, baixinho no ouvido, sob imenso céu azul;
quatro horas de cervejas e discussões e besteiras no bar da esquina;
uma bicicleta nova trazida pelo velho Noel...
A cada música tocada, um pedacinho dos passos é reconhecido pelos pés. Fecha-se os olhos como se este movimento nos levasse de volta para lá: lá do passado e lá do futuro:
um gosto de jabuticabas estourando no céu da boca; um cheiro de quarto de avó; um castanho-esverdeado dos olhos...
Mas,
Quantas vezes se sente, sem passos à frente ou, cem passos atrás? Parado, ali, o gosto da jabuticaba?
Quando, estático? Como se flutuasse rasante o olhar naquele minuto?
Uma vez:
O tempo suspenso, enquanto, do teto do céu, via-se as quatro amigas no carro, descendo o morro cantando e dançando aquele minuto estacionado entre os universos.
Uma vez:
No ir e vir da rede, uma hora fria em que se confessa, embriagado, a paixão...
Uma vez:
Uma tarde jogada debaixo de cobertores, embalada por um silêncio sincero entre amigas.
Uma vez:
A música de que não se lembra tocando brincalhona numa rádio de cidade do interior.
Uma vez, uma lagoa tocando seus pés num dia quente de verão.
Uma vez a emoção de voltar a enxergar sem nenhuma lente. A saudade de casa. O nhoque da outra avó. O sorriso do pai. O passeio com cachorra!
Uma vez...
E... quando de novo?
Me coloco a imaginar uma nova cena. E os passos, novamente, adiante!
A felicidade, tomando o caminho da ansiedade, estranha a passos largos. Quando, de novo?
A felicidade, de novo, saudade do que foi e do que está para nascer.
Uma vez...
mais.
sempre para trás.
Sonha-se, à frente, a felicidade: na barriga que cresce sorrindo o porvir;
na fantasia do beijo que ainda não aconteceu;
na linha de chegada, quilômetros à frente...
Lembra-se para trás: aquela primeira viagem, muito mais para dentro de si, do que para fora do estado;
um “eu te amo”, baixinho no ouvido, sob imenso céu azul;
quatro horas de cervejas e discussões e besteiras no bar da esquina;
uma bicicleta nova trazida pelo velho Noel...
A cada música tocada, um pedacinho dos passos é reconhecido pelos pés. Fecha-se os olhos como se este movimento nos levasse de volta para lá: lá do passado e lá do futuro:
um gosto de jabuticabas estourando no céu da boca; um cheiro de quarto de avó; um castanho-esverdeado dos olhos...
Mas,
Quantas vezes se sente, sem passos à frente ou, cem passos atrás? Parado, ali, o gosto da jabuticaba?
Quando, estático? Como se flutuasse rasante o olhar naquele minuto?
Uma vez:
O tempo suspenso, enquanto, do teto do céu, via-se as quatro amigas no carro, descendo o morro cantando e dançando aquele minuto estacionado entre os universos.
Uma vez:
No ir e vir da rede, uma hora fria em que se confessa, embriagado, a paixão...
Uma vez:
Uma tarde jogada debaixo de cobertores, embalada por um silêncio sincero entre amigas.
Uma vez:
A música de que não se lembra tocando brincalhona numa rádio de cidade do interior.
Uma vez, uma lagoa tocando seus pés num dia quente de verão.
Uma vez a emoção de voltar a enxergar sem nenhuma lente. A saudade de casa. O nhoque da outra avó. O sorriso do pai. O passeio com cachorra!
Uma vez...
E... quando de novo?
Me coloco a imaginar uma nova cena. E os passos, novamente, adiante!
A felicidade, tomando o caminho da ansiedade, estranha a passos largos. Quando, de novo?
A felicidade, de novo, saudade do que foi e do que está para nascer.
Uma vez...
mais.
Mari Brasil
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