segunda-feira, julho 07, 2008

O fim de semana mundial das minhas pálas - parte II

Acordaria no domingo com um pedaço de pau cravado no peito.
ui, drama!
calma, que melhora...
O cara havia mesmo se apaixonado pelo meu cérebro. (que beleza!)
E eu queria era um cara que não parasse de pensar no meu sexo, no meu corpo, no meu cheiro...
(será que nunca vai rolar as duas coisas juntas?)
fuck!
Um mês sem que alguém me escancarasse os sonhos naquele domingo... eu e duas outras loucas corremos ao bar para umas polentas e muitas cervejas...
Tudo caminhando bem, até que começou a coçar um desejo idiota de obrigar o doido a olhar para minha poética e abandonar sua lógica...
(é que sou uma adepta dos objetivos inalcançáveis quando morro de amores - coisa de otária, fazer o quê?)
meu celular virou um canhãozinho disparando nos torpedos para todos os contatos "fodíveis":
"ei, tou com saudade, hein gato?"
"ow, vou pra sampa semana que vem. vamos fazer algo?"
"aí gatão... saudades do show do iron. foi demais"
"it's a kind of magic..."
e por aí foi, cada uma frase pra um menino diferente, esperando um carinhozinho-pelo-amor-de-deus naquele fim de domingo vagabundo, que eu só fiz trabalhar e pensar em planos de ensino, pesquisas sobre tv, e...
nele...
pensando o dia todo na minha decisão de não vê-lo mais, não conversar mais, fazer ele desaparecer desencruado da minha vida - como havia dito no e-mail que ele nem se dera ao trabalho de responder...
que ele já tinha era desaparecido mesmo, voltado com a ruiva serial killer, agarrado uma aluninha cretina de pedagogia, trepado com uma dona de biblioteca só pra poder compreender o sentido da vida no meio dos cheiros de livro velho...
tá, tá passou.
E não é que dos 4, nenhum me disse nem oi?
Olhava praquele celular (arma em mão de bêbada), olhava pra cara das amigas... pras polentas...
ninguém conseguindo me dar uma resposta satisfatória (como se fosse possível).
e aí véi... aí fodeu:
cheguei em casa, abandonei os pudores todos, disquei o número dele.
nem sabia o que ele tava dizendo de verdade, porque tudo ecoava como "não", cada uma das palavras que eu ouvia, eram todas "não","não","não" e "não".
Ah, mas segura que eu aguentava mais um não naquela hora! Não aguentava não! E, mesmo que jure de pés juntos que dizia outras coisas, eu sei que ali eram os nãos...
Peguei só um casaco, minha caneca de cerveja, corri pro portão dele, in-sinceridade aflorada de tanta mágoa, tanta raiva, e, na verdade... tanta falta...
toda a falta tava ali: eu virei um buraco ambulante, onde mal cabia nada, de tão vazio, dolorido, saudoso, sei lá... um cu. Eu era um cu.
E exigi mesmo: por que não respondeu meu e-mail? Porque não vem me ver? Por que não é tudo como eu quero? Por que eu não consigo aceitar que não é tudo como eu quero? Nhe nhé nhé! Sou uma menininha mimada de cinco anos novamente! Faça o favor de me freiar!
E foi aí, nessa exigência de que me colocasse os limites, que virei a ditadora da história que era toda uma anarquia bonita demorada a ser contruída, sem revolução, só de muita afinidade...
"que e-mail? eu não vi o seu email..."
"diga tudo o que quiser, eu não te darei os limites..."
"seja tudo o que quiser, eu não te direi o que ser..."
E eu, desacostumada da liberdade, entendi que ela dói. Talvez, por isso, ninguém queira. Mas entendi também que sou muito livre. Talvez, por isso, ninguém queira também.
(Antes, aqui seria a hora de eu dizer "alguém me ponha o cabresto"! Agora não, não... faltaram palavras, mas eu entendi.
Fuck!
chega de poesia, filosofia e auto-ajuda barata porra!
resumindo a pála:
Num domingo de carência extrema, enchi a minha cara. Não bastasse o álcool e duas amigas me fazendo companhia, mandei 4 mensagens pra 4 caras comestíveis diferentes no celular. Nenhum deles me respondeu. Resolvi desenterrar o cara pra quem eu andava dando a pála suprema nos últimos meses: liguei pra ele, bebaça, fui na casa dele dar escândalo, passar vexame...
Afinal... o cara tinha que ter respondido o meu e-mail! Era a coisa certa a se fazer com alguém que te manda um e-mail terminando tudo, encerrando a história, caralho!
A surpresa foi o cara não ter lido o maldito e-mail...
A cara de besta da pessoa aqui foi pro chão. Bêbada num nível de não conseguir formar uma frase, cobrando coisas impossíveis de se cobrar numa história onde não havia cobranças, viajando completamente...
tava a fim de merda, saca? Acordei da pá virada. Parecia que alguém tinha passado a noite mordendo minha bunda...
Caguei qualquer possibilidade de alguma coisa com esse cara. Fui dormir tristésima. Acordei numa ressaca moral que dava vergonha até de ligar para pedir desculpas. Mas, liguei... quase morri, de tão minúscula que fiquei ali...
E, o pior foi ao longo do dia: os quatro caras foram me respondendo os torpedinhos, um por um... e cada vez que eu lia uma mensagem, era um pouco mais da minha estupidez catársica que ia se desnudando...
Por que esses filhos da puta não me responderam ontem, antes de eu surtar?
fuck!
Algumas pálas superam o status de pálas. Essas pálas devem ser contidas. Ainda vou pensar num nome para elas... por enquanto, são as pálas-polenta.


2 comentários:

Rê Bordosa disse...

conter pálas... será que tem um método? talvez se a gente parar de comer polentas......

Maria Cláudia S. Lopes disse...

pála documentada se eterniza
huahuahuahuah
bju