segunda-feira, agosto 25, 2008

Caralho...


Tenho aqui um nariz trancado e queixas. E o umbigo do mundo no centro. Queixas bobinhas e um espírito que não cabe dentro delas.
- Quer um cigarro?
- Eu tenho.
- Vamos pra sua casa?
- Acho que não.
- Por quê?
- A lua ainda não encheu.
- E...?
- Ah, vai à merda.
O irmão dela nunca mais falou comigo. Talvez tenha entendido que não sou dada a amores certinhos, a visitas à casa da mãe, a flores, essas coisas.
Ele sabe das coisas.
Eu não.
- Você sabe que eu vou te maltratar de no...
- Eu gosto que você me maltrate. – não deixei que terminasse, dando um sorriso malicioso e quase babando no canto da boca.
Vira-latas, SRD, baldia.
Eu o mandaria à merda, mas sou viciada em caras que me fodem bem. Especialmente os que me maltratam. Muito mais, nos que não me tratam. Aqueles que me dedicam completa indiferença...
Mas, acabei, eventualmente, mandando-o à merda.
- Estou indo praí, pra Sampa.
- E está me avisando por quê?
- Nada, só queria compartilhar.
- Bem, eu sei que não é só isso. Quando quiser me falar o verdadeiro motivo do aviso, a gente conversa.
Naquele sábado, de madrugada, ele, bêbado, me mandou uma mensagem, dizendo algo do tipo que queria me chupar toda, ou coisa assim.
Gosto de gente que assume a merda toda... mas não fui encontrá-lo. Perdi meu celular. E a melhor chupada do mundo.
Paciência. O show foi bom, mesmo assim...
- Vamos ao cinema, então?
- Ah meu, não dá. Tenho coisa pra fazer essa noite.
- Então, amanhã, tomar umas no bar tal, tal hora?
- Posso ser sincera?
- Pode, claro.
- Eu tou com preguiça...
- Preguiça? Ué, se você quiser a gente pode ir num lugar mais perto então.
- Não, você não entendeu. Eu tou com preguiça... de você.
Ah, mas demorou a pensar nisso, não garota? Aquela má vontade toda, querendo ficar no micro, jogando paciência, sair para uma balada só (de sozinha mesmo!). Não poderia ser outra coisa. Quando ele diz algo, minha mente boceja...
- Vem tomar uma aqui no bar.
- Vou.
- Mas amanhã preciso acordar cedo.
- Olha, o negócio é o seguinte: eu pego meu carro, vou até a sua casa, trepo com você, disk-sexo, delivery mesmo, e não posso nem dormir até tarde depois de passar a madrugada? Desculpa, mas meu sono tá precioso demais pra isso... se cuida, hein?
É, eu ando preguiçosa...
- Gata, eu vou ficar louca. Não dá, preciso desse cara. Como assim, ele ta namorando outra? Como assim, ele gosta de outra? Preciso fazer alguma coisa. Me ajuda!
- Não dá meu, não tem o que fazer, dessa vez foi pro saco mesmo. Ele realmente tá feliz, tá de boa. Desencana. Pára de ser mimada, porra.
- Mas que inferno! Odeio quando me tiram o doce e eu ainda não disse chega.
- Compra um chocolate pô!
- E o que você acha que eu tou comendo?
Deu. Desliguei e fui dormir, que não há nada a fazer a não ser ouvir duas músicas e chorar um pouquinho, esperar o dia seguinte e lembrar do que realmente importa.
Às vezes, eu simplesmente amo as segundas-feiras...

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