quinta-feira, março 30, 2006

Somos nós que escolhemos os caras errados. E, também, eles que nos escolhem!

Beijamos um cara no fim de semana. Logo, ele é o assunto do dia. Principalmente se nos ligar no dia seguinte. Mil sonhos mirabolantes, vontade de afeto, de carinho, de ser amada. Já começamos a ficar de quatro. E nos esquecemos de tudo. Damos um jeito pra ver o cara, na hora em que ele liga, ou, na hora em que ele pode. Largamos estudo, trabalho, balada com as amigas, damos um jeito! Tudo é perfeito. Até o peido do cara é perfeito. Estamos estupidamente encantadas.

De repente, o cara se afasta. O motivo? Ele não quer nada sério. Ou, ele já deu pra gente, que era o que ele queria mesmo, desde o começo. E a gente fica mal. E se pergunta por que sempre escolhemos o cara errado. E chora. E enche a cara. E promete que não vai mais fazer isso. Daí... daí a gente beija outro cara no fim de semana....

É interessante como, ultimamente, a gente depende tanto do outro pra se reconhecer como gente. É! Como gente mesmo! Como mulher, bonita, interessante, inteligente, que merece ser amada e admirada, por ser única, singular. Cada uma de nós merece isso. Mas não percebe que isto é fruto da nossa imaginação... não é o amor do outro que nos torna tudo isso. Somos nós mesmas.

O problema gata, é botarmos todas as nossas expectativas numa busca sem fim por um cara que, supostamente, deveria nos completar. Porque não percebemos que não é o outro que vai nos completar, mas nós mesmas. Uma relação a 2 (ou a muitos, para as mais modernas) só é legal quando nos tocamos que o outro não é uma metade nossa que falta. Não é ele que deve suprir nossas carências, tapar nossos buracos. Não é ele que tem que estar lá pra nos abraçar, pra trocar nossas lâmpadas, resolver nossos problemas ou nos servir como droga e nos fazer parar de pensar neles. Nossa metade que falta está dentro da gente, está nas nossas realizações, nas nossas conquistas, no modo como lidamos com o mundo que nos cerca. Está no nosso amor-próprio, amor por nós mesmas, que tem sido deixado de lado...

Mas é claro, né? Como vamos nos amar buscando loucamente um maluco pra depositar todo nosso amor e carinho? Voltando todas as nossas energias pra este outro sujeito, que talvez nem esteja interessado? Esperando que ele nos devolva na mesma moeda?

O problema é que muitos não devolvem. E a gente vai gastando nosso amor, pouco-a-pouco. E se amando cada vez menos. Aí... aí fode a vida. Porque chega um ponto onde a gente já está com nosso amor-próprio tão em baixa, que entrega o que sobrou nas mãos de qualquer vagabundo, desesperadas por um retorno enorme. E esse retorno não vem... mesmo porque, nenhum coitado vai ter tanto amor pra suprir uma carência tão grande. Por isso gata, eu parei de investir no outro e comecei a investir em mim...

Se alguém quiser compartilhar comigo... é muito benvindo. Se não... eu me amo por mim e pelo outro. Ou melhor, eu me amo por mim e por mim de novo!

É bom começarmos a ter em mente que...

Eu sou eu.

Você é você.

Eu não estou nesse mundo para atender às suas expectativas.

E você não está nesse mundo para atender às minhas expectativas.

Eu faço a minha coisa.

Você faz a sua.

E quando nos encontramos.

É muito bom.

Pearls

4 comentários:

Anônimo disse...

Bem nessa...o pior é que a gente sabe exatamente que é roubada ou ilusão e mesmo assim não sai desse ciclo.

Ou melhor, não saía! Pq tô com vocês.
Da minha felicidade cuido eu, do outro só quero o "plus"...

Medusa disse...

É na teoria todo mundo se garante! hahahahhahaha mas pelo que tenho visto, na prática é bem (muito bem) diferente. Mas, realmente o ideal é esse mesmo, espero um dia chegar em tamanho equilíbrio racional e emocional (rs). Agora, isso que a Cleópatra falou "a felicidade tem que ser a consequência se uma relação legal" é tudo. Porque essas coisas acontecem naturalmente mesmo!

Anônimo disse...

Amei o texto..era exatamente a força que precisava hoje...acabei um reacionamento com um homem casado...

Pandora disse...

Que bom que o texto te ajudou. Às vezes falta pouco, uma música, uma leitura, uma imagem, para que as coisas se encaixem. Ou, desencaixem. E possamos, a partir daí, vislumbrar outros rumos.

abraço.