quinta-feira, julho 26, 2007

Mais uma de auto-ajuda

De novo, na inútil tentativa de se compreender o que passa na cabeça desses problemas ambulantes chamados carinhosamente de homens, uma pausa para a volta do besteirol. E como meu humor anda furado, vai ser um monte daquelas reflexões idióticas estilo auto-ajuda, sabe? Desculpem, mas quando eu tenho que dizer, eu tenho que dizer, porque aí eu me entendo. Nem que seja subindo pelada numa mesa de boteco, murmurando palavras ininteligíveis para o público de quatro garçons de fim de noite...
O fato é que uma amiga bem esperta me disse que “não podemos exigir mais das pessoas do que elas podem nos dar”. E, a partir dessa frase, tudo foi indo pro lugar na minha cabeça. Não sei bem que lugar, mas... enfim: eu pensava justamente o contrário. Eu acho que, pra uma pessoa merecer um espaço no meu coração (ui, que brega!), ela tem que me dar o impossível e mais um pouco. Sabe o que? Sabe “amorzinho morno”? Eu não quero! Sabe “segunda opção”? Eu não sou! Aí tem a outra frase: “você fica testando todo mundo”. E eu fico mesmo! Quero saber até onde vão aquelas promessas melosas de pré-foda, pós-foda, meio-de-foda! Quero saber o quanto essa paixão berrada aos quatro cantos é de verdade. Quais os limites dessa brincadeira? Até que horas as pessoas acham que vou ficar esperando a lua e todas as estrelas mais brilhantes do céu? Eu tenho cara de freira?
Sabe o que mais eu tenho? Medo...
Tenho medo de ser inconveniente, de incomodar, de estar no lugar errado, de ligar quando não querem, de não ser desejada. Tenho medo de que sintam pena de mim. E, pior: que fiquem comigo por isso – pra mim não existe motivo pior para se estar junto de alguém. E, pra mim, é uma das piores ofensas – duvidar da minha capacidade de seguir vivendo, sem qualquer pessoa que seja. A verdade é que dói no começo, mas sei ficar sozinha comigo e gosto. A companhia do outro só é requerida se esse outro for especial demais e... se ele quiser! E é estranho como as pessoas parecem julgar a minha “necessidade” de ter outra pessoa: a verdade é que ela existe. Mas, de um jeito diferente.
Como é que se encontra a medida entre exigir demais do outro e ir atrás do que se quer? Alguém conhece algum monge budista que conseguiu? Eu exijo demais do outro? Mas, eu não mereço demais do outro? E, se mereço, talvez não seja o certo procurar um outro que seja esse mais, ao invés de ficar tentando mudar alguém para que se equipare às minhas expectativas? Testando, incomodando, cutucando, enlouquecendo... não consigo ver humanidade nisso.
E, por isso, eu sigo procurando. Mas tenho consciência de que, talvez, não ache nada. Em compensação, aprendi a achar a busca divertida... o que diminuiu bastante o sentimento de frustração de, no final, não dar em nada e a busca se reiniciar: a movimentação tem sido satisfatória.
E mais uma frase que tem me doído a cabeça: “você não busca todas essas pessoas que você fica quando sai à noite. Você busca uma pessoa só”. Só uma, mesmo. Talvez... mas seja lá quem for, sei que ainda vou buscar muito. Sei também que ela não é para sempre: já achei algumas em meu caminho. E estar com essas pessoas é bom demais. Mas, procurá-las também é bom...
A verdade é que esse texto não faz o menor sentido. Um monte de idéias desconexas que estão me pentelhando no momento e que não rendem nem respostas, nem ligações, nem mesmo um esboço de alguma coisa bonita de se escrever para se postar num blog num fim de quinta-feira. Eu sinto muito se você perdeu seu tempo para ler isso, mas... enfim, desculpe.

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