quarta-feira, maio 28, 2008

Manifesto ao feminino caótico degradante esfarelante e deprimente


Cidadãs,
venho aqui manifestar minha indignação em relação a bestializaçao cada vez mais deprimente de algumas companheiras, prá não dizer quase todas, prá não dizer todas nós..... ups!
o q será q acontece com as fêmeas de nossa raça? pois é... já já teremos que chamar assim, a esse tipo de gentinha chamada mulher.....tah bom.... antes de começarem a atirar tomates, me deixem primeiramente conjecturar um pouco...
e a culpa disso tudo, realmente, não quero crer q seja nossa....melhor pensar que é da criaçao....ou mais religiosamente correto dizendo, culpa da natureza.....essa natureza tão doce, tão carinhosa , tão romântica, tão meiga que habita todas nós.... e pela qual nos deixamos enlevar, ninar, velar....a ponto de perdermos, por vezes, o que Deus nos deu de mais precioso: a capacidade de pensar racionalmente...
de que caralho eu to falando?
um exemplo típico: aquela que se banha, se produz, se perfuma, e espera por horas o infeliz q prometeu levá-la pra jantar, logo após o futebol, que depois se transformou num churrasco , e como todo bom churrasco , não podia faltar uma cervejinha, duas cervejinhas, 3, 4, até o sujeito em questão beber até cair, ou pelo menos até esquecer ....o que é mesmo que ele tinha prometido? ( tah se identificando?)Agora: vocês já viram o contrário acontecer? eles tomarem banho , se perfumarem, enquanto a gente joga uma pelada e vai tomar umas brejas depois?
outro exemplo, aquele que a infeliz depila até o pensamento, coloca "aquela" lingerie, e leva o maior cano.... já viu homem devorar caixas e caixas de bombons porque ele pôs sua melhor cuequinha e ela não apareceu????
tem cena que até pareceria coisa de programa de humor né... se fossem eles, mas com nós é cena comum do dia a dia....
depois ele vem com mil desculpas esfarrapadas, faz um amor gostoso e a gente se derrete toda.... (já viu esse filme né troxona?)
não... e aquele clássico: o cara dá um perdido 3 dias.... você , que estava até então nas nuvens, já começa a pensar em suicídio, mas antes disso, já masturbou 229 vezes a mente, prá tentar penetrar na mente dele , e tentar imaginar o que o cachorro está pensando(como se cachorros pensassem...):( detalhe: você chega a 4 ou 5 conclusões, das quais nenhuma é hipótese mais provável, e você fica absolutamente na mesma depois de ter gastado todos os seus ATPs de energia da semana.... cansativo, não?)
será que ele ficou bravo por causa daquele "a" craseado a mais que eu coloquei no email que mandei prá ele? ou será que foi a frase toda?, ou será que não deveria ter mandado o email? porque será que ele não respondeu? será que ele nunca mais vai aparecer? nunca mais vai me procurar? vai me bloquear do msn prá sempre?ou pior....tá apaixonado por outra? porque não responde minhas mensagens de celular?
quando a raiva já se transformou em desespero, você já mandou o orgulho à merda,já roeu até as unhas postiças,já deixou 313 mensagens, 574 emails, deu 488 telefonemas em vão , e nem a bandeira gay de arco-íris é tão visível, já rastejaria feito anaconda se fosse prá ele dar um sinal de vida, já telefonou prá vizinha dele prá ela dizer se viu ele entrando em casa, prá faxineira, pro porteiro ; ele chega com cara de desentendido, te dá as respostas mais simplistas e você fica com vontade de se enfiar embaixo do carpete, desmandar os emails e ainda fica feliz, afinal ele apareceu, não era o que você queria? não esqueça de agradecê-lo....
( agora, cá prá nós;você já viu algum macho que é macho perder a dignidade e a compostura nesse nível?)
E as desculpas.....já perceberam que eles nem se esmeram em pelo menos as desculpas serem originais...prá que gastar energia pensando em desculpas, se já existem tantas já prontas de bandeja que sempre funcionaram tão bem?... gastar energia é coisa de mulher idiota desocupada...
o carro quebrou, acabou a bateria do celular, cheguei bêbado e caí no sono, e pronto...simples assim... vocês é que complicam....tolinhas....
bom... brasileiras.... meu manifesto era esse, mas eu não falei que iria dar solução não.... se é que tem... porque também tou procurando prá mim....
e agora?? que atire o primeiro tomate quem nunca viveu situação parecida...

terça-feira, maio 27, 2008

Detonando Jung




A primeira vez que fui na minha atual terapeuta, ela me soltou logo de cara a seco: você é a pior espécie de porraloca, aquela que beija guardador de carros...(o que esperar de alguém que tem por pseudônimo Rê Bordosa?) Não fiquei por baixo e atirei: Sabe que você me deu uma idéia? Até agora eu só pegava garçons...Ela fez uma cara de quem pensou: " essa mina vai me dar trabalho.... e grana também..." Aí perguntei:... "E qual o seu problema com guardadores de carros?...foi aí que ela me falou que seguia a linha de Jung...Ah bom, agora tudo faz sentido.... pensei em levantar do sofá e dizer que foi um prazer , mas achei melhor ficar até o fim, pois afinal já havia pago adiantado um mês por aquela porra toda...(primeira arapuca)
Antes tivesse me levantado, pois foi aí que ela me aplicou aquele testezinho de revista capricho que o Jung inventou...(arapuca número 2)...ok, não vamos desmerecer, a Capricho que o imitou , e por sinal caiu muito bem na revista, a cara dela...
pois é, ela me aplicou e.... minhas características deram 10 em 10 masculinas...
Saí de lá toda pintuda, a fodona,superpoderosa ao extremo, achando que fiz a coisa certa ter permanecido no sofá...
Extrovertida, impetuosa, verdadeira, arrojada, impulsiva, sincera foram alguns dos adjetivos com os quais fiquei me achando a semana inteira...ninguém me agüentava....
Já percebeu quantos adjetivos bacanas os homens têm? Quem não quer ser macho desse jeito? Não pára por aí não, eles também são racionais, imperativos, decididos, seguros, dinâmicos , senhores de si... e por aí afora....
Aí, já viu as características femininas? Todas as que Eu, credo, graças a Deus, não tenho pelo tal testezinho! Dócil, calma, acolhedora, doce, sutil, meiga, romântica,carinhosa,compreensiva,confidente,recipiente....virgi....nem Madre Teresa de Calcutá, junta tantos predicados deprimentes de uma vez....
Quando cheguei lá na semana seguinte ela me disse que eu teria que tirar a criança de dentro de mim,(puuuuta arapuca) pra poder balancear meu masculino/feminino,para poder ser “”” feliz”””.....maldito Jung, já tava sentindo o cheiro dele de novo no ar....esse cara me persegue...
O quê????? Aquela menina chata que me perturbava antigamente, que se apaixonava perdidamente por todos os postes que cruzavam na frente dela,se esfregava nestes postes e sofria feito cadela no cio???? Tô fora....Isso é ser feliz??Bem se vê que Jung nunca foi mulher....
Sabe-se lá quanto tempo e esforço eu despendi pra matar essa pentelha? E querem ressuscitá-la e deixar a solta? Nem fudendo!!!! Não posso permitir...
E os sonhos então.... "ele" não me dá sossego nem quando durmo.... tenho que medir o que sonho, feito quem mede palavras... senão a vaca já vai enfiar mais libélulas esvoaçantes cor de rosa pálido e azul-neném na minha cabeça....
A propósito, estou bem satisfeita só com meu consciente,com ele tenho os pés no chão,não me falta nada não.... será que já inventaram que o consciente é masculino, e o inconsciente, mariquice de mulher? Porque cairia bem esse conceito também, né não?
Será que não está precisando surgir uma psicanalista mulher, ou um grupo delas ,que se baseassem fundamentalmente no âmago das angústias femininas, tão milenares e tão ainda incompreendidas e que revolucionariam a psicanálise , e terminasse de vez com essa porra dessas nossas confusões? Elas poderiam começar vendendo testículos na entrada do consultório...
Prá que que eu ainda vou na terapeuta? Minhas tardes de terça-feira estavam muito vagas e o jardineiro dela é uma delícia!!! .....

Que há de errado com nossas heroínas?


Na real, foi muito bem sacado, nos lembrarmos de como os contos de fadas nos idiotiza a séculos através de nossos arquétipos...mas gostaria de aqui também fazer uma alusão a algo bem mais sutil porém talvez não menos nocivo: os livros de séculos passados, ou estórias onde as mulheres que tentam tirar suas manguinhas de fora, se fodem de verde e amarelo....
Claro que estes romances foram escritos por homens ; que nunca deixaram nossas heroínas saírem ilesas de um romance.
Imaginem o prazer quase sexual de Tolstói, ao por exemplo, jogar a coitada da Anna Karenina debaixo de um trem , suicidando-se arrependida de sua aventura extra- conjugal.A primeira vez que li esse livro, ainda adolescente, amava o autor até o penúltimo capítulo, pois teve a sensibilidade de conseguir penetrar na angústia do vazio da alma feminina ,de tal forma que até pode-se por assim dizer, que o cara era o Chico Buarque da época... e aí ele me caga no final?????
E a pobre da Madame Bovary então? Nosso amigo Flaubert, foi tão sensível e impetuoso, ao escrever sobre os desejos do coração de uma mulher e seus adultérios, que causou escândalo e sofreu processo em sua época, mas provavelmente foi absolvido porque teve a sorte de ter acabado com a raça da personagem no final do livro.
E nossa querida amiga Blanche Dubois, de Um bonde chamado desejo? Existiu cara mais cruel que Tennesse Williams? Que fim vocês esperariam, que um macho daria, para um mulher que diz a frase mais linda, ousada e arrepiante da história: "Voulez-vous coucher avec moi ce soir?"
Tudo isso pra não falar da finada e idolatrada Rê Bordosa.Hoje em dia, ela é até chamada de morta-viva, a coitada. Angeli não deu conta da grandeza da personagem feminina que criou, e deve ter sentido que criatura superou criador, e o pior: ERA MULHER!!!!!! Ué,fácil, então é só matar a infeliz...E foi o que ele fez... Vocês imaginam o que é isso?Porra, ela era nossa heroína favorita!! Alguém imaginaria o fodão do Super-homem sendo morto por seu criador? E o Batman não existindo mais...pelo contrário: Batman lives forever, lives and rules... E porque matou? Matou porque? Que macho agüentaria o tranco de uma personagem que fuma, cheira, e bebe toda sorte de merda, e acorda sem saber o que fez e pra quem deu na noite anterior, e ainda vira a porraloca mais famosa e querida do país. O próprio Angeli declarou: “você fugiu da minha prancheta. Você começou a pular de um quadrinho para outro, antes que eu raciocinasse. Você começou a enxergar, Rê Bordosa.” O que fazer com uma mulher dessa?????
Tem até um texto: Rê Bordosa, uma personagem sem autor...ele criou consciência que ela tinha vida própria....
Bom, poderia citar tantas, mas não quero que o texto fique longo demais e ninguém leia...
Vamos lembrar aqui a morte do autor Roberto Freire , essa semana, esse sim nunca avacalhou as mulheres... ao contrário, pra ele tudo era uma humanidade só....

segunda-feira, maio 26, 2008

O problema

O problema maior é quando a gente acorda com a certeza de que deveria ter estudado literatura, filosofia, psicologia e música, ao invés de biologia. Perceber que escolheu a história errada para te explicar as angústias da vida. Biologia não me explica nada, nada do que quero saber lá no fundo. Do que sinto lá no fundo. E, quando explica, parece até pior do que não saber. Dói mais do que imaginar, poeticamente, as ânsias, os desejos, as repostas às perguntas. Contorna toda a liberdade da poesia com cerquinhas e gavetas e disserta sobre tudo, sem suprir, entretanto, uma carência da alma que é aquele corpo destrinchado nas aulas de anatomia. O problema é que, quando escolhi biologia, pensava mais em cachorros e baleias do que em mim. E agora que eles estão ao meu alcance, me escapo!

sábado, maio 24, 2008

Estripando Contos de Fadas!


Na verdade, quando a Branca de Neve mordeu a maçã, ela caiu mortinha. Os anões a colocaram numa redoma de vidro e observaram o seu cadáver ir se decompondo por meses... até que perdeu a graça e eles voltaram a trabalhar na mina para desenterrar diamantes – já estavam ficando sem grana.

Nenhum príncipe passou por ali. Eles estavam muito ocupados caçando sem ter necessidade, gastando impostos públicos em orgias particulares, organizando guerras para conquistar novos territórios, enfim, ocupados demais para ir passear na floresta encantada. Afinal, isso é coisa de plebeu.

Já a Cinderela, esta sim! Casou-se com o príncipe e foi morar em seu castelo. O problema é que ninguém explica o que significa “viveram felizes para sempre”. Não explicam direito, nem mesmo, que fatores levaram o cara do cavalo branco a escolher, entre todas as beldades do reino que estavam doidas pra dar pra ele, uma Cinderela!

Vejam: o príncipe queria mesmo alguém que fosse doce, submissa, gostosa e... mentalmente boçal! Todas as mulheres de boa família, questionando-se ou não sua educação na época, não eram babacas! Compreendiam muito bem o que era poder... o que era propriedade... o que era riqueza, bem-estar, etc. Mas a Cinderela... coitadinha! Ela compreendia o que era lavar panelas! Esfregar chão! Atender ordens! O que mais o príncipe ia querer na vida? Ele nunca ia ser questionado por absolutamente nada!

A menina que passou a vida esfregando o chão deve, realmente, achar tudo de bom casar com o príncipe, seja ele ausente ou não, grosseiro ou não, tendo que lavar as suas cuecas ou não, dividindo-o com tudo que era mulher que ele resolvia comer ou não. Não decidindo, enfim, absolutamente nada do que poderia ser a sua vida... pois, resolveu vivê-la em função do príncipe.
E a minha amiga até comentou comigo que os tempos mudaram, mas os contos de fadas continuam os mesmos: vocês já viram Shrek? Princesa Fiona e tal? Onde já se viu, escolher ficar feia, só para viver “feliz para sempre”... com um ogro??!! Percebem que a coisa está piorando?
Estamos abrindo mão até mesmo da nossa beleza para satisfazer os príncipes encantados! Só para ficar junto de alguém!

E a pequena sereia... acho que destas, é a única história com final realista. Mas, foi pervertida pela Disney!

Vocês sabem que a Ariel, aquela ameba apaixonada, impregnada de princípios romanceados do amor, resolve, no ápice da sua insanidade atrás da “tampa da panela”, abrir mão da sua voz para poder ir atrás do seu príncipe (da sua voz! Quer metáfora mais metafórica que isso? A mina cala a boca pelo cara!). E ela tem um prazo pra conseguir o amor do príncipe, sem voz! Imagina?

E, pela Disney, ela consegue! Porque mulheres não precisam mesmo falar pra um príncipe se apaixonar por elas! Aliás, talvez seja mais fácil que ele se apaixone desta forma... mas, na história original... o príncipe nem dá bola pra ela... e a dita cuja morre de amor.

Morre de amor! Sabem o que isso quer dizer? Morre assassinada pela loucura que vão enfiando nas nossas cabecinhas, desde que nascemos: contos de fadas, novelas, filmes da Julia Roberts, reencontros saudosos do fantástico, José de Alencar, Roberto Carlos...

De novo: a tal tampa da panela, alma gêmea, chinelo velho, par perfeito! Tudo porquê... ninguém conta a parte do “felizes para sempre”. E nós aqui, procurando esse príncipe encantado, que nem tem nome, porque não precisa, já que é um ideal, ou seja: não existe!

E, sem querer desfazer as ilusões de ninguém (mesmo porque eu não conseguiria – não desfaço nem as minhas!), preciso estabelecer o paralelo com as mulheres de verdade que conheço e que passam a vida procurando, para si, estes contos de fadas! São mulheres que encontraram seus príncipes, vivenciaram a parte do “felizes para sempre”, acharam uma bosta, conseguiram sair dessa e... estão doidas para tentar de novo!

Como assim????

O pior de tudo, é que eu entendo... porque eu acompanhei as histórias de todas elas. Sei que é completamente ilógico, idiota, babaca e etc! E... ainda assim... eu também quero!

Alguém, por gentileza, exorcize a Branca de Neve que existe em mim! Tou cansada de comer maçãs envenenadas para alguém vir me salvar!

quinta-feira, maio 15, 2008

ex-amor...




Ontem foi tão estranho... Tão diferente daquele turbilhão de sentimentos de outros tempos... Estavas ali na frente, lindo é verdade, mas sem disparar o meu coração. Pela primeira vez ficamos sem assunto. Que triste.
Enquanto te perdias procurando um assunto, que não fosse trabalho ou uma crítica qualquer ao meu jeito de ser, eu pensava mil coisas...

Tudo bem saiu um elogio. Bem leve, profissional, mas gostei. Estava em tempo né?! Por isso eu estava quieta. Porque estava longe. E antes tu davas um real por meus pensamentos!

Devíamos talvez, ter deixado tudo na imaginação...
Mas eu não ganharia tantas coisas... E também não perderia tantas outras, é verdade. Assim como os meus cabelos que ficaram no teu vodu!

Mas ontem, queria reencontrar na memória algo que me fizesse querer de verdade estar ali, como em outros tempos...
Queria reencontrar pelo menos aquelas risadas, os olhares demorados e a temperatura da minha pele.

Mas foi agradável. Normal. Tranqüilo, como sempre sou. Como prezo e como gosto. Com todo o esforço que sempre fiz para ficar tudo bem. Embora nunca reconheças.

Se pelo menos fossemos amigos... Mas nunca fomos. Fomos amantes, namorados, parceiros, colegas, mas não amigos.
Natural. Nossa história nunca foi só nossa. Talvez noutra ocasião não tivéssemos nos aproximado. Eu no samba você no rock!

Se bem que sabíamos como parar o relógio nas tardes quentes na floresta encantada ou nos fins de tarde na praia deserta! Um clipe. Só faltava a música! Que nunca foi minha... Mas antes tinha silêncio, não ausência como senti na despedida, ontem, com reticências antes e depois:
"... amanhã se tu quiser..."

quarta-feira, maio 14, 2008

Um pouco do que guardo.


Uma palavra e um sorriso teu.
Tudo o que eu queria...e veio, sempre vem.
Quero acreditar que sempre virá.
Um sussurro de bobagens e o mundo ficou melhor,
mais feliz, mais leve, bonito.
Uma gota de existência de coisas boas, bem guardadas no fundo dos olhos.
Olhos que encontram um motivo qualquer pra olhar bem de perto, que ficam a investigar cada pedaço desse sorriso, pra tentar entender como cabe tanta paz dentro dele.
Será um pressentimento ou uma vontade?
Não sei. De todas as coisas que guardo essa é a mais querida.
Um fragmento de tudo que é especial e sincero.
Quero esse sorriso dos olhos, sempre.

segunda-feira, maio 12, 2008

Aos Anônimos da Vida...


Olá, este é um texto para esclarecer algumas coisinhas...

Estamos, neste blog, com pelo menos, cinco autoras realmente atuantes. Com isso, quero dizer que cinco pessoas diferentes têm postado mais freqüentemente aqui as suas crônicas, poesias, contos, paixões, medos e afins...

fora estas cinco, temos ainda mais nove mulheres que contribuem com suas criações em menor intensidade...

Quatorze mulheres diferentes com idéias diferentes sobre a vida, sobre relações humanas, sobre a origem do universo, sobre sexo antes do casamento, drogas, alienígenas, enfim...
acho que o ponto do blog é este: proporcionar um espaço para que mulheres tão diferentes possam colocar suas opiniões.

Achei legal retomar esta questão, pois hoje, recebi por e-mail um comentário de um destes “anônimos”, sobre um texto bastante antigo, de uma autora que, se não me engano, nem olha mais o blog. E, como o texto é antigo, a grande maioria das pessoas que visita o blog não verá este comentário. Só eu, por ser “fundadora” e receber e-mails com os comentários postados.

Queria dizer pra esse moço que fico muito feliz pelo fato de estar acompanhando nossas vidas por aqui. E que temos alguns visitantes freqüentes que contribuem demais colocando suas sugestões, críticas e dúvidas, que nos fazem refletir sobre o que escrevemos...

Mas existe um pequeno problema no “anonimato”: a gente não sabe quem está escrevendo...

Ok, você vai me dizer que este é o ponto do anonimato! Mas seria legal que, ao menos, você se identificasse através de um apelido, ou algo do gênero, pelo menos para localizarmos se você é um leitor freqüente, se só apareceu um dia e leu UM texto e resolveu julgar todo o blog por este texto... porque foi o que pareceu...

Eu, particularmente, sou da mesma opinião que você a respeito deste texto... mas respeito a posição da autora que realmente considera relevante os modos de falar e escrever do sujeito que com quem ela está pensando em ficar...

E, se este anônimo for quem eu estou pensando, imagino que também considere isto relevante, pois creio ter sido a mesma pessoa que criticou uma outra autora pelo modo que ela escreve poesia...

“rimas pobres”? - É, acho que foram estes os termos utilizados...

Enfim, voltando a ser eu mesma e “bagaceirando” tudo: se você achou ruim essa crítica aos homens, sugiro que leia “Oras Bolas”, “O Chaveirinho Colombiano” e “SPA”. Quem sabe, você compreenda que, apesar de tantas coisas lindas que temos, nós, meninas, também temos coisas horrorosas... horrorosamente babacas, politicamente incorretas, fúteis e... completamente divertidas!

Não são apenas os homens que vão ao bar para falar de bundas, tetas e se gabar de como a mina que pegaram anteontem era burra e fácil... temos esse ladinho também.

Espero que através do blog você possa perceber isso: somos, no final das contas, uma especiezinha vagabunda, cheia de transtornos muitas vezes contraditórios. E é isso mesmo que faz o ser humano ser tão interessante, independendo do sexo, gênero, ou opção sexual.

sábado, maio 03, 2008

sofá


Feriado de chuva. Floripa mais parece Atlântida. Mais pela falta de vontade que pela chuva, entreguei-me ao sofá. Com direito a filme, travesseiros, cobertor e um amigo bicho esquentando os pezinhos sempre frios! Há quanto tempo não me deleitava nesse nada. Nos instantes descompromissados diante da tela mágica. Em que se pode estar de legging cinza, short colorido, blusa roxa e meia rosa! Descombinando, descabelada. Confortável, mas não exatamente feliz.

O Sorriso de Monalisa conta de algum jeito a minha história. E as meias rosa não combinam com a professora subversiva, que indignada com as coisas do mundo não consegue ser exatamente tudo aquilo que inspira. Talvez queira apenas um romance simples e doce, desses que acontece mesmo, somente, com a Julia Roberts.

E a dicotomia romantizada e criticada me faz pensar... Não que quizesse ser somente esposa, cuidar dos filhos e dos cachorros... Mas essa escolha não nos é mais permitida. O destino das mulheres da minha geração está projetado. Sê forte! Talvez entenda um pouco, agora, as amigas loucas que por descuido ou excesso de vontade engravidam. Mulheres que assumem a vontade de ser com alguém. De um jeito certo ou um jeito torto.

O sofá torna-se imensamente grande. E com dois braços não consigo acariciar minhas costas. Minha boca não consegue morder minha nuca, nem contar segredos aos meus próprios ouvidos. E com apenas os meus dois olhos verdes não consigo ver meus sentimentos refletidos...

Nessa hora, meus conhecimentos em física teórica não substituem uma fonte de calor externa! A compreensão exata da epistemologia não substitui a falta daqueles suspiros, reflexos de carinho, esperança e desejo. E nenhuma linguagem é tão prazerosa quanto o ronronar consonante dos amantes.

Acho que é por isso que demoro tanto a me entregar ao sofá. Ninho e divã . Que acolhe e provoca a vontade de ser com alguém.