sexta-feira, junho 20, 2008

O TRATADO DAS PÁLAS


Este tratado se destina a especificar: 1. o que é pála; 2. sua função na vida humana; 3. os tipos existentes de pála; 4. frases palosas consagradas; 5. as leis que regem a fenomenologia da pála. 6. referências Palográficas

1. Sobre o que é pála

A palavra pála vem do latim palermun, que em sua origem, se referia ao herói romano Palermanun, sobre o qual não se encontra nenhum paloso parágrafo na história ocidental. Diz a lenda palosa que Palermanun, após visualizar a face da deusa Afrodite, nos calendários de pedra da época, jurou à deusa seu amor eterno, iniciando, assim, um ciclo infinito de pálas. A primeira delas foi ir até o Olimpo, pedir a mão de Afrodite e oferecer-lhe, em troca, qualquer coisa (tipo assim, qualquer coisa) que ela quisesse. Afrodite, aquela filha duma puta, exigiu que Palermanun que realizasse 7 provas mortais que o tornariam digno de seu amor (especialmente porque, ela achava o cara um loser e queria que ele morresse mesmo). Após realizar as 7 provas, o paloso, persistente, fundou, juntamente a Paleassus (o segundo paloso da história do mundo ocidental), a primeira dupla sertaneja romana, cuja primeira canção foi a versão caipira de “Total Eclipse Of The Heart”. Tocada pela dupla, noite e dia, embaixo do monte Olimpo, na tentativa de conquistar o coração de Afrodite. Esta, cansada de ouvir “Vire aquiiiiii... de vez em quando eu fico um pouco cansado... Vire aquiiiii... Nada que eu possa fazer, total eclipse do meu coraçãooooo..”, simplesmente jogou um raio neles. Foi o fim dos dois primeiros palosos, porém, seu legado ainda permanece no coração de todos os palosos do mundo, que cantam, até hoje, “Total Eclipse of The Heart”, enlouquecidamente.



Conclui-se, portanto, a partir da análise etmológica da palavra, que ela não se relaciona, como muitos pensam, às qualidades “palerma” ou “palhaço”, mas sim, ao amor que existe dentro de cada um de nós, inconveniente, incessante, que transborda, aleatoriamente, em várias direções. E que não pode ser contido, até que um raio atinja as nossas cabeças.

2. Sua função na vida humana

A função da pála é preencher vazios. Ou seja, Quando você não tem mais o que fazer, você dá pála. O curioso é que, quando você tem, você também dá pála! Ou seja, dar pála é inevitável, inexorável e intrínseco a todos os palosos, de diferentes regiões, nações, religiões, etnias, gostos musicais, idades e opções sexuais.

3. Dos tipos existentes de pála

A pála sobre a qual temos focado nossa atenção refere-se à pála amoureuse, ou amorosa. Recebeu este nome porque, afinal de contas, os franceses são os mais palosos seres viventes em matéria de amor, tanto que atribuem à sua capital, Paris, o título de cidade do amor, quer dizer, cidade luz, quer dizer, do amor, enfim, esquece, dei pála...
Todas as outras pálas, no fim das contas, são subordinadas à pála amorosa. Porque todas se originam do impulso inconsciente de buscar a completude extasiante da primeira pála que, em geral, é amorosa.
A pála primeira é direcionada aos pais. Sobre esta Freud escreveu sua teoria do complexo de Édipo, de Electra e todos os outros, porque, afinal, era um paloso.

- Pála Jason: é aquela que você desenterra, retorna dos mortos, nos dias de carência extrema, quando não tem o que fazer. É aquela que nunca, nunca morre, nem que você coloque sua cabeça num liquidificador, jogue álcool e taque fogo.
- Pála do momento: aquela que se dá para a bola da vez, constantemente consumindo todos os pensamentos do seu dia, com a intenção de elaborar e re-elaborar a pála que será dada, com toda certeza.
- Pála pueril: aquela que você dá inocentemente, sem ter consciência de que está dando pála.
- Pála bêbada: aquela que você dá depois de tomar oito cervejas no bar, jurar para si mesmo, em nome da sua mãe, do seu pai e de tudo que é mais sagrado que nunca mais vai ligar praquele desgraçado e, ao final deste discurso, pega seu celular escondido no banheiro e manda um torpedo-pála.
- Pála platônica (ou sublime): aquela em que você passa as manhãs rabiscando versos vagabundos no quardanapo da pastelaria para uma pessoa que você nunca beijou.

Sobre as outras pálas não vamos dizer mais nada, pois o texto é nosso e a pála também. Ficamos apenas caladas.

4. Frases palosas consagradas

“Pála é amor”. (Platão)
“A primeira pála a gente nunca esquece”. (Menina do primeiro sutiã)
“Os gordinhos são muito mais palosos”. (Jô Soares)
“Every now and then I fall apart” (Bonnie Tyler)
“Dê pála, não faça guerra”. (autor desconhecido, anos 70)
“Quem sabe dá pála, não espera acontecer”. (Geraldo Vandré)
“Exagerado, jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado. Adoro uma pála inventada”. (Cazuza)
“A pála é o melhor remédio”. (Dráuzio Varella)
“A pála é sempre relativa” (Eistein)
“Onde houver ódio que eu leve a pála” (São Francisco de Assis)
“A pála é nossa” (Carlos Alberto de Nóbrega)
“Eu tenho um sonho no qual um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de suas pálas” (Martin Luther King)
“As pálas que você fez pra mim” (Maria Bethânia)
“É dos palosos que elas gostam mais” (autor desconhecido careca)
“Romeu, Romeu, por que és Romeu?” (Julieta)

5. As leis que regem a fenomenologia da pála

Art. 1° - A pála não deve ser reprimida. Quando reprimida, esta pode ocasionar uma série de distúrbios, ainda maiores que ela mesma.

Art. 2º - Uma pála dada não pode ser revertida, correndo-se o risco de torná-la uma pála pior ainda.

Art. 3° - A pála deve ser despretensiosa, sem que se espere uma pála em retorno. Caso contrário, você pode continuar dando pálas até morrer.

Art. 4° - É vedada qualquer forma de discriminação da pála alheia, pois, nunca se sabe o dia paloso de amanhã.

Parágrafo único - É considerado um paloso padrão aquele que, no intuito de controlar as suas pálas, analisa incessamente a repercussão que suas pálas terão no objeto de sua pála. E, mesmo assim, continua dando pála. É considerado um paloso loser, aquele que reavalia suas pálas passadas e acaba por podar as pálas presentes, em função dos resultados negativos das anteriores, sendo também considerado, um paloso enrustido.

Art. 5° - Pála dada é pála compartilhada, ou seja, após dar uma pála, você tem a obrigação de socializá-la, de preferência, tomando uma cerveja com um outro paloso, que vai te compreender.

6. Referências Palográficas

ALENCAR, José. “O Guarani”. Brasil, 1857.

BEATLES, The. “And I love her”. Londres, 1960.

CARLOS, Roberto. “Como é grande o meu amor por você”. Brasil, 1991.

CHITÃOZINHO, ? & XORORÓ, ?. “Foram tantas pálas que eu perdi a conta. E nos muros, quantas pálas escrevi”. Brasil, 1980 e tantos.

HOUSTOUN, Whitney. “I’ll will always love youuuuuuuuuu uuuu uuuu uuuuu aaaaa”. Nitestates, 199...

IGLESIAS, Julio. “Eu sei, você nunca me quis, agora eu sei. Fingia que me amava e eu te amei”. Sei lá de onde é esse gringo, 1982.

MARQUEZ, Gabriel Garcia. “O amor nos tempos da pála, ops, do cólera”. Colômbia, 1....??

NAZARETH. “Love hurts”. Wherever, 197...

NOVA, Roupa. “Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir”. Brasil, 80’s.

PIXINGUINHA, Alguma coisa. “Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê”. Brasil, 1940 e poucos. Acho.

SHAKESPEARE, William. “Romeu e Julieta”. Londres, 1500 e bolinha.

SWAYZE, Patrick & MOORE, Demi. “Ghost”. Nitestates, 199...

WHITESNAKE. “Is this love that I’ feeling”. EUA, 198...

?, Eurípedes. “Medéia”. Grécia, sabe-se lá quando.





Maria Cláudia S. Lopes & Mari Brasil

8 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim! Até que enfim! não aguentava mais aquela rê bordosa mimada! (provocações necessárias, ok? saudáveis...)
Ótimo ótimo, deviam é cobrar pra ser lido!
Sem palavras pro manifesto!
Nossa!
muito, muito legal, nossa, nossa, sério, cara do céu
legal massa, tô dando pála?



João Poneis

Medusa disse...

Nossa, isso é coisa de se escrever no Iega ... puta merda... mas bom, atendeu ao gosto do João Poneis (a origem do sobrenome vem de pôneis ou de japonês. Alias pôneis tem pála grande ou pequena? (a pergunta seria a mesma pro caso do poneis derivar de japonês) hehehehehhehehe Bom... dizem que o tamanho do sujeito não interfere no tamanho da pála. Como também dizem que essa história de que japonês tem pála pequena é lenda. Se pála preenche vazios, uma pála pequena deve busca um vaziozinho heheheheh Quanta bosta, quanta merda... mas hoje é sexta-feira, a raiva de ontem já passou, já falei com meu amor e logo logo irei pála o lado de lá do Oceano.

Medusa disse...

Ai que saudades de falar as bostas no Iega que depois viravam textos como esse

Rê Bordosa disse...

Porra meu!!!! me falaram que o texto era bom, mas vai tomar no cu, cêis duas... o anônimo aí que me odeia tem toda razâo, num escrevo nunca mais depois dessa...
to com todos os músculos do corpo doloridos de tanto rir, tá certo q já tava dolorido do fds, heuehuheuhue
cara ,sério, isso tem que sair desse blog e ir prá lugares mais nobres...
ah sei lah, vão tomar no cu de novo!!! beijos

Rê Bordosa disse...

Pô, ja li 10 vezes e não enjôo

Anônimo disse...

Realmente demais!! Muito, muito bom! To rindo a toa! Tava ate meio desanimado aqui, mas depois dessa resolvir levantar e botar a pala pra bater!

Leila Diniz disse...

Quase morri de rir!!! Adorei as referências!hahaahhahaah e a Medusa tem mesmo razão, esse texto é a cara dos escritos de Iega! Muiiiiito bommmmmmmmm
beijos

Das Duderik Mussi disse...

Como um bom manezinho só tenho uma coisa a comentar… sem comentários!