O caminho, a carona, a conversa. O que eu quero provar?
- Hoje eu vou pegar!
- De novo mulher? Você não cansa?
- Nunca! Só canso dois dias depois, trancados num quarto. E, ultimamente, ninguém me cansou assim.
Risadas estrondosas. Eu me sinto a femme fatalle. Mas não sou, nada disso. É um teatro, pra disfarçar que o mundo inteiro dói dentro de mim. Não posso demonstrar medo diante do inimigo – que eu não sei quem é, ou que é, ainda.
Penso num amor. E tento afastar essa imagem de mim. Ela me entristece, como se eu já não tivesse me desmanchado em lágrimas por momentos suficientes pra qualquer novela, pra todas as novelas juntas.
Outros pensamentos, pra substituir:
- Peguei três caras no fim de semana.
- Mas você não tá namorando?
- Ah, mas não é bem assim. Na verdade, ele está me namorando, mas eu não estou namorando com ele.
- Você não presta nem um pouco (risada).
- Eu já falei que esse namoro foi um mal-entendido e que, assim que puder, eu vou terminar com ele.
- Ah meu, não vai magoar o cara, hein?
E eu? Não estou magoada, demolida, reduzida à pó, agora? Por que eu tenho que me importar tanto com os outros? A minha dor parece bobagem pra todo mundo... “ih, ela ainda não saiu dessa”. “pára de pensar nesse cara”. “você ainda não superou? Começa um capítulo novo”. É o que estou fazendo. Mas ele continua aparecendo, capítulo sim, capítulo não.
Chegamos. A fila na porta do bar está enorme. A noite promete.
Um comentário:
Estive conversando com desses senhores que adora falar dos velhos tempos e me disse pra aproveitar bem a vida (pra variar). Me disse algo mais ou menos assim: Quando se e jovem e se tem a simpatia, nao se tem a cama, quando se tem a cama ja nao tem mais aquela simpatia. Quando se tem a simpatia e a cama, muitas vezes falta a vontade. Agora quando se tem a simpatia, a cama e a vontade, ai ja nao consegue mais... A moral era pra aproveitar a vida... Fiz que entendi e concordei e ... achei apropriado repetir aqui!
Postar um comentário