quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Luminescências



Em meio a folia ou a calmaria, vislumbro imagens... Eu nos braços do meu amor sob tênues luzes da cidade, no céu refletidas na água. A praia está escura, mas não deserta o suficiente. A água é maravilhosamente temperada. Coloco meus pés e me deparo com um tapete de luzes. São pequenos seres marinhos arredondados brilhantes trazidos pelas marolas. Esses seres mágicos nos mostram um caminho.Puro encantamento. Meu coração se regozija de alegria e prazer. Ao longe, sons musicais lembram-me é carnaval. Aqui, ouço teu som e a minha palavra... te amo! Aqui, sinto teu cheiro misturado à maresia, sinto tua pele macia e perfumada, sinto teu gosto em muitos beijos roubados, sinto teu corpo que me estremece de felicidade por poder viver esse momento sublime.Que estranha magia exerces sobre mim. Misterioso como uma noite sem luar.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Tropecei na realidade

É incrível como, de repente, uma notícia, uma frase muda todos os seus sentimentos...
Hoje eu soube que uma pessoa que admiro muito está doente.
E me contaram numa hora em que eu estava andando na rua, repassando mentalmente detalhes das minhas incoerências...
Sofrendo muito, quase chorando, me sentindo a última das mortais, com esses enormes problemas pra resolver...
E, de repente, esses meus problemas ficaram tão pequenos...
Ficaram fáceis. Ficaram feinhos, até. E, ainda assim, bem bonitos.
Senti uma vergonhazinha por transformar um amor no mundo inteiro...
E é estranho, porque amores vêm e passam.
Mas a gente sempre acha que é especial e que é o último.
E que, por isso, vale tudo a pena...
A gente se prende e fica mesquinho, não deixando nada escapar pelos vãos dos dedos...
Vai fazendo muitas bobagens... e deixa tudo do tamanho de um furacão...
Quando, na verdade... era pra ser tão suave...
Pessoas que se gostam. Que amam suas companhias...
Por quê, não?
Eu não consigo ver problemas nisso.
Mas a minha cabeça agora está sutil.
Sabe-se lá quando essa chuvinha boa vai virar outra tempestade...

De novo?

Que lindo carnaval... época de entrega...
E eu entrego meu corpo... a qualquer um...
E eu finjo que sou forte o suficiente pra agüentar...
E eu agüento tanta coisa...
E eu finjo gozar com todos esses estupros...
E eu amo essa dominação mental...
E eu não sei o que está acontecendo comigo.
Toda essa confusão.
E eu finjo saber todos que me amam...
E eu finjo saber todos que não me amam...
E eu me decepciono, cada vez mais...
E eu não sei mais pra onde ir...
Por onde fugir,
Por onde sair...
E eu achei que esses caras fossem me fazer bem...
E eu não sabia que não podia confiar...
E eu estou aqui perdida, nessa madrugada,
Sem saber porquê, ou quem amar.
E eu estou precisando agora, de tanto amor.
E eu não estou conseguindo me amar tanto.
E eu achava que podia... mas, não...
E eu estou no meio de tantos abraços...
E eles não têm suprido tanta falta.
E eu sinto sua falta...
E eu nem sei se quero seus ombros,
Tenho medo que você não consiga me carregar agora.
Tenho medo, porque você nunca me carregou antes...
(Que mentira... você sempre esteve lá)
Tenho medo, porque eu nunca precisei, você sempre precisou...
E eu sempre estive lá,
(Que mentira, eu sempre precisei)
E eu não estou lá...
Estou longe.
Me carrega para perto?
Me abraça e me aperta?
Me levanta?
Paga minhas contas, me deixa sem dívidas?
Coloca uma música, canta e me embala?
Me abraça, me abraça, me abraça...
Eu sinto tanto a sua falta...
Me perdoa...?
Me explica?
Me mata... me acalma...
Me acalma, por favor...
Eu preciso que você me acalme...
Eu preciso de você agora...
Não se aproveita da minha fragilidade, por favor.
Me levanta... Não me derruba mais...
Me pega no colo e me bota no céu de novo...
quero voltar a brilhar, como uma de suas estrelas.

domingo, fevereiro 11, 2007

Às minhas amigas...com tripla personalidade.


Tem sempre aqueles momentos em que passamos por algumas coisas que não são muito legais e aí, nessas horas, é sempre muito bom lembrar que somos especiais para alguém. Eu às vezes não sei até que ponto temos noção disso. Hoje eu estava ouvindo as músicas do meu micro e por coincidência tocou uma música que me lembra muito todas as coisas que vivi há exatamente um ano atrás. Comecei a pensar no quanto as amigas de verdade são importantes na nossa vida. Acho que eu nunca agradeci por tudo o que essas mulheres maravilhosas fizeram por mim, todos os conselhos, puxões de orelha, o teto quando precisei “fugir de casa”, enfim vocês foram muito importantes e muito próximas em um dos momentos em que eu mais precisei de alguém.
Sempre temos aquela amiga pra quem pedimos os conselhos mais estranhos e dividimos as nóias. E alguns desses conselhos levamos junto, “na mala”, pra vida toda. Comigo, particularmente, carrego uma das coisas que ouvi de uma amiga e que fez muito sentido pra mim, foi exatamente: “ah, se joga ou então vai ficar vivendo as coisas pela metade”, (ah, eu esqueci do “porra”!). Isso nunca mais saiu da minha cabeça. Essa frase me fez pensar em tudo: no que estava sentido, no modo como lidava com as minhas amizades, como encarava meu trabalho, minha família e me dei conta que durante muito tempo na minha vida vivi as coisas pela metade mesmo! Foi assustador! Como podia? Resolvi me jogar e ver no que dava...assumi todas as conseqüências disso e quer saber? Foi o melhor conselho que já recebi de uma amiga. Obrigada!
Me sinto também uma pessoa especial por ter vocês como minhas amiga, pessoas queridas com as quais compartilho boa parte da minha vida, por ter a oportunidade de conhecer e conviver com várias as mulheres que fazem parte de cada uma de vocês...
A profissional, competente, inteligente, decidida, que fala umas coisas sobre ciência, sentidos, epistemologia, educação que ninguém entende direito. Professoras, doutorandas, mestrandas, doutoras, as autoras mais fodas quando se fala em educação em ciências no Brasil hahahaahahaha.
Aquela que é companheira de IEGA, de fazer merda, beber todas e cair na farra, que fala pra caralho mas é minha amiiiga, é divertida, centro das atenções de qualquer roda, até de roda de samba (mesmo com um requebrado que não é exatamente samba no pé. Tem paulistas e gaúchas no samba! rsrsrsr). Aquela que apaixona e encanta as pessoas, ah, e que pega um monte de cara gato também.
E a que é uma florzinha, que se apaixona, chora, também fica triste de vez em quando, tem um coração do tamanho do mundo, que perdoa, é essa a que dá conselhos, é a que ouve as abobrinhas das amigas.
É muito bom poder dividir os momentos legais (e os nem tanto) com vocês, as nossas cervejadas no bar, as saídas pra surtar, os cafés de comadres...e quando não estão aqui, essa ausência é sempre uma presença (típica frase de analista de discurso rsrsr). Amo muito vocês e quero que fiquem bem.Enfim, falei tudo isso pra dizer simplesmente o seguinte: AZAR DE QUEM NÃO “OPCIONAR” EM TER VOCÊS POR PERTO!! Mas azar mesmo

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Enquete Especial I: Você e sua melhor amiga se apaixonaram pelo mesmo cara. O que fazer?

* Como as revistas bregas femininas, nós agora teremos uma sessão especial para discutir as maiores dúvidas existenciais femininas. Essa é a primeira delas. Foi amplamente discutida por diversas especialistas no assunto. No bar, obviamente. Se você tiver uma questão realmente relevante e idiota, pode mandar que nós nos encarregaremos de solucioná-la.

Você estava bem feliz. E conheceu um cara bem legal. E ele é tudo. E você quer casar com ele. E ter cinco filhos. E um fusca.

E a sua melhor amiga te liga. E fala a mesma coisa. E vai na sua casa.

E você descobre que o cara dos seus sonhos... é o mesmo que o dela. O que fazer, meu deus?

Como duas mulheres bem decididas, moderninhas e independentes, vocês resolvem tomar uma atitude bastante importante: ir pro bar encher a cara.

No vai-e-vem de tanta cerveja e caipirinha, vocês vão levantando possibilidades para resolver o caso. Para este texto, selecionamos as melhores idéias e, principalmente, as mais plausíveis. Ao invés de apenas uma resposta, diferentemente da revista querida, você minha amiga leitora, tem várias opções. São elas:

- Tirar no palitinho, pra ver quem leva o bofe.

- Tirar no par ou ímpar pra ver quem leva o bofe.

- Matá-lo e ficar com toda a grana dele (essa só é uma boa alternativa se ele tiver bastante grana).

- Dividí-lo: uma fica com ele nos dias pares e outra, nos dias ímpares do mês.

- Uma ficar com a outra e mandar ele pro inferno, aquele maldito indeciso do caralho.

- Cada uma pegar um dos 2 melhores amigos dele. Ou dois irmãos. Ou, dois primos. E casar e serem bem felizes para sempre. E fazer surubas de vez em quando.

- Uma cortar os pulsos da outra. Suicídio duplo. Ou homicídio duplo, sei lá...

- Cada uma ficar com um dos 2 amigos mais feios dele. E fazer os amigos feios bemmmm felizes, de modo que eles contem os detalhes dos chás de bucetas pra ele pro resto da vida.

- Ou pior (e melhor): fazer isso com os dois amigos mais bonitos dele.

- Enlouquecer o desgraçado: fazer serenatas na janela dele... as duas juntas. Cantando música sertaneja; quando uma encontrar ele, lembrar coisas do último encontro... com a outra!; chorar todo dia, fazer dramas, dizer que vai se matar; fazer chantagens emocionais, etc, etc, etc...

- Passar de carro de madrugada pela casa dele e jogar uma garrafa de vodka vazia (que vocês esvaziaram juntas, antes) na janela do quarto dele. E ir pra uma praia depois, nadar peladas.

- Contar tudo pra mãe dele e pedir que ela tome providências.

- Contar tudo pro pai dele também.

- Cada uma comprar uma bicicleta (ao invés de querer casar) e ir pedalando até uma alta montanha do Chile pra virar eremita.

- Começar a fazer cursos por correspondência para tentar ocupar a cabeça e esquecê-lo: tricô, gaita javanês são as melhores opções.

- Fazer um bonequinho de vodu dele e espeté-lo, toda vez que sentir raiva ou saudade. Ou melhor, fazer dois bonequinhos, um pra cada. Programar reuniões especiais, para espetá-los juntas!

- Trancá-lo num quarto escuro e almofadado e botar funk carioca pra tocar o dia todo. Deixá-lo lá por muito tempo... aliás, esquecê-lo lá...

- Alistá-lo na legião estrangeira. E mandar cartas de amor, todo os dias. As duas.

- Prendê-lo na parede do bar e usá-lo de alvo pra um joguinho de dardos... imaginem onde seria o círculo de maior pontuação? Hehehehehehe.

- Esquecer esta merda de discussão e agarrar os dois caras da mesa ao lado.. que são bemmmm gatos... e tão olhando mooooito... hum...

Ops, fomos!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Aperte a tecla foda-se...

Em algumas noites. Só nestas noites.

Eu desejaria concentrar todo o fel que eu sinto...

nas minhas mãos.

E, num simples gesto, como quem solta uma coruja maldita para a madrugada...

enviá-la a estas pessoas.

Eu gostaria que ela se multiplicasse como uma praga e adentrasse os corações de cada uma destas pessoas.

E retribuísse seus favores, a bicadas.

Que tudo começasse como uma pequena pontada no peito.

E irradiasse por todo o corpo, como câimbras...

Como um infarto,

que invadisse seus cérebros e acionasse suas memórias

e as ligasse às minhas memórias,

para que elas entendam o que estão sentindo...

As minhas dores

As dores que eu senti por cruzar cada um de seus caminhos.

Em algumas noites, só nestas...

eu gostaria de liberar no vento algumas mariposas.

Para que, em suas danças ao redor da luz,

elas soprassem no canto dos ouvidos alheios...

todos os segredos que eu guardo com desgosto.

Todas as falas que só me prejudicam.

Eu gostaria de destruir trabalhos, amizades e amores,

através de palavras que nem são minhas...

Como uma mensageira do inferno...

Em algumas noites, eu queria me despir de pudores e consciências,

Escolher uma vítima e fazê-la sofrer. Qualquer uma.

Queria ver sangue escorrendo.

Pelo puro prazer de me vingar de tudo

de tudo que até hoje eu quis, mas não me vinguei.

Daquela menina que me bateu na primeira série.

E daquela pessoa que não me aprovou num concurso no ano passado.

Gostaria de me vingar das minhas paixões frustradas.

E das pessoas que me ensinaram a me importar com os outros...

Gostaria de mostrar a cada uma dessas pessoas, através dessa pessoa escolhida,

que eu sinto muito.

Que eu sinto raiva.

Que eu sinto ódio!

Que corrói meu peito e vai tirando a minha vida, meu lugar, aos pouquinhos...

Que eu desejo sim, julgá-las, como nunca faço.

Que eu acho que elas não estão certas!

E que elas não podem fazer isso comigo!

Nessas noites, eu queria ter todos esses poderes,

Queria me despir da minha pele de cordeiro e liberar esse lobo!

Que ele saísse à caça, engolindo cada má ação, cada gesto. Cada uma dessas pessoas que me magoaram tanto.

Gostaria que ele mastigasse devagar e dolorido...

Por que eu não consigo? Infligir tanta dor?

Todo mundo consegue!

Mas é tão difícil pra mim...

porque isso seria admitir a todas estas pessoas que elas me afetam.

Isso faz com que eu me sinta tão fraca. Tão frágil.

Nesta noites, eu gostaria de me aceitar frágil.

E apenas sentar e chorar... perante todas essas pessoas.




domingo, fevereiro 04, 2007

Rituais adolescentes?

Outro dia me peguei no meio de uma cena de pegação bem diferente e observei todos os passos, curtindo muito, com atenção. Nesse dia, foi bem de adolescente mesmo. E, me deu uma saudade da época em que não havia um desespero tão grande por orgasmos...
Era uma época bem boba e bem boa. Em que a gente podia dormir abraçado, sem rolar nada. Mesmo que tivesse acabado de conhecer o cara e arrastado ele pra sua casa. Porque, hoje em dia (leia-se: na minha idade), se a gente fizer isso é capaz de ouvir “porra mina, se você não ia dar pra mim, por que me tirou da balada? Eu poderia faturar outra foda!”, ou algo do gênero.
Estávamos eu e a vítima no sofá da sala, em casa, assistindo tv... nós nos conhecíamos há pouco tempo. E era a primeira vez que ficávamos sozinhos, sem os nossos amigos intermediários ao redor...
A cena é incrível: os dois não tiram os olhos da tv nem por um instante. Não se olham. Não conversam. Os corações são ouvidos a quilômetros, em disparada.
De repente, uma mão esbarra na minha. Mas esbarra rápido e volta pro lugar. Instinto-resposta imediato: minha mão se mexe um pouco na direção da dele. O impressionante é que nenhum dos dois olha a cena, mas sabe que aconteceu. Eu não olhei pro lado, mas sabia exatamente onde estava a mão dele. Ele também não olhou, mas percebeu que a minha se mexeu pra perto da dele.
Após alguns segundos disfarçando, a mão dele encosta na minha. Meu coração parece sair pela garganta, mas eu nem pisco! A partir deste instante, não existe mais filme, tv, sala, nem nada, mas meu olhar não desvia do ponto remoto onde, um dia, houve uma televisão. E nem o dele...
Aguardo alguns instantes e encosto minha mão um pouco mais. Ele retribui. Eu de novo. E ele pega a minha mão.
Está o maior frio do mundo, e eu suo, derreto, estou vermelha, com vontade de jogar o cobertor que esconde todo esse jogo pela janela. Mas... que janela? Você não sabe nem onde está a parede!
As mãos já se encontraram, se acariciam. E você querendo gritar muito de felicidade, querendo ligar pra todas as suas amigas e contar pra elas sobre o calor que você está sentindo, como seu corpo todo treme, exceto sua mão que está enlaçada na dele, firme, forte e disfarçando todo esse furacão que percorre o resto do seu corpo. Aí você cai em si e pensa: “ligar pra minhas amigas? Eu quero é pular em cima desse cara e beijá-lo a noite toda!”.
Você olha pro lado, dá um sorrisinho tímido. Que é retribuído. Aí você sabe que já está tudo certo.
A mão dele solta a sua e começa a abusar do seu braço. Você se arrepia toda. Já não tem mais noção do prédio. Parece que estão perdidos em alguma praia linda, ou no meio de nuvens, flutuando apaixonados. Que ridículo. Que bom.
Aí ele se vira pra você, passa a mão no seu cabelo, no seu rosto. E você se vira pra ele. E se derrete. E ele te abraça. E você quer morrer de amor.
Estúpida.
Enfim, após toda essa enrolação, ele te beija.
Aquele beijinho suave, no cantinho da boca, e você está no céu. Beijinhos, selinhos bobos. E, nesta hora de êxtase, não importa se o mundo vai explodir na terceira guerra mundial. Ele é tudo. Você também. E estão os dois ali, juntos. A fome no mundo praticamente acabou... não há mais espécies em extinção pra se preocupar. E efeito estufa é intriga da oposição...
Os abraços começam a ficar mais apertados, mais fortes. E você morre de tesão só de encostar seu corpo contra o dele.
Porque esse ritual demora horas. E amplifica em mil vezes o efeito de cada toque.
E, a surpresa final: ao invés de a gente transar enlouquecidamente, pra, no dia seguinte eu avisar pra ele que o ônibus dele está saindo (pra quem não sabe, esse é o meu jeito delicado de falar “já te comi e não sei o que você ainda tá fazendo aqui em casa”), a gente começa a conversar... e, a gente descobre que um acha o outro muito legal. E a gente dorme abraçado... e acorda e toma café da manhã juntos.
E, esse dia... foi tão emocionante quanto orgasmos múltiplos... não transar também é bem legal.