quarta-feira, junho 27, 2007

Ciúme




Tremam aos lábios as palavras de posse:
meu/teu
(Meu! Meu)
E se não sabia que era meu, que se derrame essa vontade:
Entre intervalos de alto destino
No prelúdio, já conhecia o desfecho
Teu gosto: Meu
Cuspam à fala amarga,
cem mil novos sons
E se não sabia a quem torturava,
que saiba agora,
Como um estandarte dos desejos, um cheiro:
Um cheiro teu: Meu!
Às bocas secas, um rio de saliva
Que implorava um rio no deserto de nossos amores.
À confusão do escuro, se ouvia, se gritava:
No ciúme da palavra, um texto.
Um texto teu: Meu!
À pálida estrutura,
Restava um oco, uma falta,
Uma sua sombra.
Agora anda e acompanha o outro corpo!
No dissabor que me restou:
Um corpo.

Um corpo teu.

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