Chega dia 12 de junho e ninguém mais tem paz. Desde a hora que a gente acorda a questão é: “e o namorado”?
Liga a tia de não sei onde, que eu não vejo há 20 anos e o papo não é saber se eu ganhei a bolsa que estava pleiteando, nem se minha pesquisa de doutorado vai salvar a humanidade, nem se eu tou com gripe, nem porra nenhuma. Do outro lado da linha, a vozinha esganiçada só quer a resposta para: “cadê o namorado?”.
Pois é...
Encontro a vizinha na rua, a caminho para a depilação e, como se eu já não estivesse atrasada para uma sessão de tortura de uma hora, a desgraça resolve me parar pra conversar. E qual é o tema?
Pois é...
“Mas você não estava com um namorado? Um que veio de não sei onde e fazia não sei quê? Lembra?”
Não! Não lembro, porra!
(Ex-namorado foi feito exatamente pra gente esquecer... se possível, pra gente afogar, mas, se não der, no mínimo, pra esquecer...)
(perguntinha idiota...)
Mas ela não se conteve e teve que dar uma alfinetadinha:
“Mas olha menina, já ta quase trintando, hein? Vê se arruma um logo! Senão vai virar tia!”
(Uhhhhhhhhhhhhhh!! Que meda!)
Acho que tá escrito na minha testa: “mulher bonita, inteligente e batalhadora que necessita, desesperadamente, de um marido para ser feliz, porque o resto não serve pra nada se você não virar Amélia em algum momento da sua vida”.
(Vou mandar bordar numa camiseta: “ninguém é feliz até lavar cuecas”)
Minha tia também veio me perguntar do meu namorado e...
Pois é...
Ela achava que eu estava namorando um cara que... meu deus, eu namorei há uns 7 anos. Será que ela realmente achava que eu ainda estava com ele, apesar de almoçar todo fim de semana na casa dela e não mencionar o sujeito? Ou só queria puxar o assunto?
Pois é...
Mas a melhor parte foi a mulher do banco, amiga da minha mãe. Depois de uma fila de uma hora, chego no caixa pra pagar a bosta da conta. Eu só queria ir logo, tou com gripe, quero cama...
“E o namorado?”
“Pois é...” – sorriso amarelo nos lábios.
“Não tá mais com ele?”
“Ele quem?”
“Com aquele... engenheiro, acho.”
“Engenheiro?”
“É! Você não namorava um engenheiro do ITA? De casamento marcado?”
“Acho que você está me confundindo com alguém...”
“Não! Você não é filha da Helô? É você mesma! Como ele chamava? Roberto, acho.”
... Ah, vida!
Me arrumaram um engenheiro para casar chamado Roberto. Milico ainda. Eu mereço...
“Não, não, acho que você está me confundindo mesmo, não tem nenhum engenheiro. E eu só queria pagar esse boleto, porque venceu e...”
“Mas eu tenho certeza que era você!”
“De qualquer forma, eu só vim acertar essa conta e...”
“Bom, mas se não tem engenheiro, tem o que agora? Um médico?”
Eu mereço...
(por que as pessoas só enumeram as profissões que eu acho menos atraentes na vida? Só faltava ela dizer advogado...)
“Ou um advogado?”
“Não, não, sem namorados desse tipo. Mas a conta...”
(Cu!)
Liga a tia de não sei onde, que eu não vejo há 20 anos e o papo não é saber se eu ganhei a bolsa que estava pleiteando, nem se minha pesquisa de doutorado vai salvar a humanidade, nem se eu tou com gripe, nem porra nenhuma. Do outro lado da linha, a vozinha esganiçada só quer a resposta para: “cadê o namorado?”.
Pois é...
Encontro a vizinha na rua, a caminho para a depilação e, como se eu já não estivesse atrasada para uma sessão de tortura de uma hora, a desgraça resolve me parar pra conversar. E qual é o tema?
Pois é...
“Mas você não estava com um namorado? Um que veio de não sei onde e fazia não sei quê? Lembra?”
Não! Não lembro, porra!
(Ex-namorado foi feito exatamente pra gente esquecer... se possível, pra gente afogar, mas, se não der, no mínimo, pra esquecer...)
(perguntinha idiota...)
Mas ela não se conteve e teve que dar uma alfinetadinha:
“Mas olha menina, já ta quase trintando, hein? Vê se arruma um logo! Senão vai virar tia!”
(Uhhhhhhhhhhhhhh!! Que meda!)
Acho que tá escrito na minha testa: “mulher bonita, inteligente e batalhadora que necessita, desesperadamente, de um marido para ser feliz, porque o resto não serve pra nada se você não virar Amélia em algum momento da sua vida”.
(Vou mandar bordar numa camiseta: “ninguém é feliz até lavar cuecas”)
Minha tia também veio me perguntar do meu namorado e...
Pois é...
Ela achava que eu estava namorando um cara que... meu deus, eu namorei há uns 7 anos. Será que ela realmente achava que eu ainda estava com ele, apesar de almoçar todo fim de semana na casa dela e não mencionar o sujeito? Ou só queria puxar o assunto?
Pois é...
Mas a melhor parte foi a mulher do banco, amiga da minha mãe. Depois de uma fila de uma hora, chego no caixa pra pagar a bosta da conta. Eu só queria ir logo, tou com gripe, quero cama...
“E o namorado?”
“Pois é...” – sorriso amarelo nos lábios.
“Não tá mais com ele?”
“Ele quem?”
“Com aquele... engenheiro, acho.”
“Engenheiro?”
“É! Você não namorava um engenheiro do ITA? De casamento marcado?”
“Acho que você está me confundindo com alguém...”
“Não! Você não é filha da Helô? É você mesma! Como ele chamava? Roberto, acho.”
... Ah, vida!
Me arrumaram um engenheiro para casar chamado Roberto. Milico ainda. Eu mereço...
“Não, não, acho que você está me confundindo mesmo, não tem nenhum engenheiro. E eu só queria pagar esse boleto, porque venceu e...”
“Mas eu tenho certeza que era você!”
“De qualquer forma, eu só vim acertar essa conta e...”
“Bom, mas se não tem engenheiro, tem o que agora? Um médico?”
Eu mereço...
(por que as pessoas só enumeram as profissões que eu acho menos atraentes na vida? Só faltava ela dizer advogado...)
“Ou um advogado?”
“Não, não, sem namorados desse tipo. Mas a conta...”
(Cu!)
Finalmente consegui pagar a conta. Depois as pessoas não entendem os motivos das filas nos bancos...
Cara! Que saco, parece obrigação! O que responder pra "e o namorado"?
"Então, na real eu acho esse papo muito careta e só tou pegando quem eu tou a fim aí"...
Pra uma tiazinha da idade da minha mãe? Pra minha avó? Não dá!
E um amigo já me disse pra responder “vai bem” e colocar um ponto final na história. Mas não dá, porque aí é que o bicho pega: vão querer saber o sexo, cor, altura, largura, se é de família boa e quantos pentelhos tem no saco...
Decidi então que hoje é o dia de se falar “pois é”, que é bem como eu reajo quando acho que não tenho nada pra explicar...
Pra uma tiazinha da idade da minha mãe? Pra minha avó? Não dá!
E um amigo já me disse pra responder “vai bem” e colocar um ponto final na história. Mas não dá, porque aí é que o bicho pega: vão querer saber o sexo, cor, altura, largura, se é de família boa e quantos pentelhos tem no saco...
Decidi então que hoje é o dia de se falar “pois é”, que é bem como eu reajo quando acho que não tenho nada pra explicar...
Pois é...
mas a real é que tou explicando demais.
3 comentários:
O mínimo que tenho a falar sobre este texto é HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAAHHHAHHAAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHA BOM DEMAIS!! E nenhuma mulher inteligente e batalhadora é feliz lavando cuecas!
PERFEITO! A idéia, o texto, o ritmo! Parabéns, estás uma bela escritora!
valeu minhas flores...
aliás... qdo vcs vão começar a postar aki nessa joça?
demorou caralho.
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