segunda-feira, julho 02, 2007

A Mexicana


Que corram lado a lado, ilusão própria dos amantes
Entregues ao sexo e às suas próprias convicções
Derramam-se tanto sobre suas peles
Que se regozijam, mas se afogam, sem perceber,
nas tristezas um do outro

Busquem a glória das conquistas
dos corpos e mentes desejados
Exaurindo qualquer resquício de empatia
Preenchendo sua própria solidão
No domínio que mutuamente se exercem

Que as lágrimas sejam mais constantes que os sorrisos
A dor, mais constante que o prazer,
A graça, contida no pote vazio
De se saber quem ganha e quem perde
Sem nunca se saber quem é

E dessa busca, de mim, no outro,
Espero mesmo suor e sangue e paixão ferventes
Pois quem busca o amor cede a tudo
E meu desejo não é ceder
Mas o balanço de não me encontrar e continuar me buscando

Nos olhos doentes dos próximos que virão:
Num bote sorrateiro arrancar suas asas,
para, aí sim, deixá-los livres: já não voam mais
Sendo o maior arrebatamento o jogo,
da paixão, eu quero o drama.
E não a suposta felicidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

QUERO O DRAMA, A INTENSIDADE, A RÁPIDEZ, A INSENSATEZ E NÃO O ACONCHEGO DE UMA TARDE E UM COLO.

Pandora disse...

bem vinda ao clube... eu até tentei a tarde no colo, mas é um ato de enganação mútua. eu até keria ser enganada, mas a hipocrisisa não me convence facilmente... e eu keria q convencesse... mas, sei lá, felicidade parece ser tão morna...