Enquanto Pandora sofre com o medo da entrega eu me afogo numa entrega absoluta.
Como uma bela sereia, tenho o poder da sedução. Minha voz é meu encanto, ainda que meu canto seja apenas palavras recitadas numa retórica métrica que não é minha. Que é reconstruída a partir do discurso dos que me rodeiam, dos que me apaixonam... Mas o poder, esse sim é meu.
E o amor é para mim uma prisão. Fui condenada a amar demasiadamente, indiscriminadamente, como num feitiço... Feitiço que me cala e me aniquila por uma chance de conquistar um amor...
Aos meus olhos nada parece desprezível, nada é descartável, fantasio encontrar o lado bom de todas as coisas, de todas as pessoas como se meu encanto pudesse despertá-los...
Entrego-me ao amor e ao outro para não ceder às minhas próprias exigências.
Falta-me coragem para impor os limites. Não me autorizo a reprimi-los ainda que isso custe a minha sanidade... É como se Netuno me impusesse certa sujeição. Mas minha submissão é meu domínio, e isso eles não percebem. Num jogo velado faço de conta que perco, mas ganho e ainda assim não me satisfaço, porque eu quero a totalidade. Ora como uma sereia vampira, desejo tê-los inteiramente. Mas isso não é possível porque os pobres mortais não são completos. Vivem uma dicotomia insana entre a razão e emoção. Eu pelo menos opciono pelos meus sentimentos!
Como uma bela sereia, tenho o poder da sedução. Minha voz é meu encanto, ainda que meu canto seja apenas palavras recitadas numa retórica métrica que não é minha. Que é reconstruída a partir do discurso dos que me rodeiam, dos que me apaixonam... Mas o poder, esse sim é meu.
E o amor é para mim uma prisão. Fui condenada a amar demasiadamente, indiscriminadamente, como num feitiço... Feitiço que me cala e me aniquila por uma chance de conquistar um amor...
Aos meus olhos nada parece desprezível, nada é descartável, fantasio encontrar o lado bom de todas as coisas, de todas as pessoas como se meu encanto pudesse despertá-los...
Entrego-me ao amor e ao outro para não ceder às minhas próprias exigências.
Falta-me coragem para impor os limites. Não me autorizo a reprimi-los ainda que isso custe a minha sanidade... É como se Netuno me impusesse certa sujeição. Mas minha submissão é meu domínio, e isso eles não percebem. Num jogo velado faço de conta que perco, mas ganho e ainda assim não me satisfaço, porque eu quero a totalidade. Ora como uma sereia vampira, desejo tê-los inteiramente. Mas isso não é possível porque os pobres mortais não são completos. Vivem uma dicotomia insana entre a razão e emoção. Eu pelo menos opciono pelos meus sentimentos!
3 comentários:
bem-vinda, Sereia!
talvez mesmo, antes este mergulho no amor desmedido, que a eterna fuga para o que me resta: a eterna esperança, o esperar e terno!
Pandora? sei... rs
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