terça-feira, outubro 30, 2007

De repente Rio...




Meio assim de última hora, mas nos planos da agenda, aconteceu. Foi estranhamente calmo. Como uma paixão meio planejada teve pouco mistério. As vistas eram parcialmente conhecidas. Por imagens e imaginação eu sabia como era... Mas o cheiro ainda era um mistério.

A chuva fria que caia durante o primeiro encontro tornou o momento verdadeiro. Nenhuma pose valeria à pena. Era um dia normal sem a excitação de cartão postal. Mas também não precisava. Nunca tinha desejado estar no Rio. Estava lá porque bons ventos apontavam novas possibilidades...

Olhava atenta. Cada detalhe era especial porque era novo e velho ao mesmo tempo. Era como entrar na televisão em uma história programada. E justamente essa previsibilidade de comportamento limitava meus movimentos. De repente era eu mesma. Eu no Rio! Ironicamente desarmada.

Pelo caminho, a realidade se apresentava aos olhos em constantes contrastes que se contrapunham o tempo todo! Ora tão belo, ora tão ruim que a consciência sussurrava certa culpa. Tudo, muito, cheio, nada, pouco, vazio... Natureza, homem, máquina cravados em rocha. Por que só agora me permiti?

Surpreendi-me apenas com a resistência aflorada numa aparente calma diante da Babilônia. Aos poucos fui acostumando ao seu jeito estranho: um misto de graça e mal humor. Era um Rio diferente, entre Marina e Dicró. As coisas não precisam de vocêêêê... quem disse que eu, tinha que precisaaar... Mas agora precisava. Queria. Estava lá: eu e o Rio.

Agora descubra de verdade o que você amaaa... (...) o mundo pode ser seu!!!
Na despedida, cheia de suspiros disse baixinho: “eu volto!”.

Nenhum comentário: