De repente chegou a solidão.
-Você por aqui?
- É, voltei!
- Mas eu não chamei...
- Estava ali de olho e percebi que estavas sozinha...
- Sozinha? Impressão sua. Estou com minhas lembranças.
- Onde?
- Dentro do peito.
- Lembranças de quê?
- Deveria perguntar de quem?
- De quem? Não me diga que é...
- Do amor? Não, não...
- Então de quem?
- Adivinha.
- Do desejo?
- Não.
- Então só pode ser do carinho.
- Errou de novo.
- Ta me irritando...
- Que bom!
- Não me queres aqui?
- Nunca quis...
- Mas te acompanhei tantas vezes...
- Eu nunca quis falar, mas nunca gostei da sua companhia.
- Por quê?
- Porque me consomes...
- Parecias gostar...
- Eu fingia.
- E por que fingia?
- Por que tinha medo.
- Ah eu sabia... Sempre ele. E agora?
- Mandei-o embora. De vez.
- É mesmo? E por quê?
- Pra me afastar de você.
- Sério?
- Aham.
- Quer dizer que a gente...
- É. Acabou...
- Logo agora que eu estava acostumando...
- Eu também estava.
- Então quer dizer que de repente... mais tarde, a gente pode...
- Não, não pode. Não quero.
- Por que não?
- Porque prefiro ela...
- Ela quem?
- A saudade.
Um comentário:
Cara... lindo demais...
Postar um comentário