quinta-feira, agosto 03, 2006

SPA - Síndrome do Pau Anão


Essa também é de uma época em que eu era bobinha...

Estava eu, perdida numa festa (DOIDA PARA DAR!), quando vi um cara gato...
Amigo de um conhecido.
Cheguei, puxei papo, mexi no cabelo (daquele jeito que as mulheres mexem no cabelo quando estão... DOIDAS PARA DAR). Fiz um charminho.
Fui gentilmente e sutilmente tirando ele da roda, levando para um canto e... obviamente, levei!
Não satisfeita com simples beijinhos, sugeri a ele que ele fosse dormir em casa (afinal, eu tava... DOIDA PARA DAR).
E assim, eu e meu belo príncipe, faturado "facinho" numa festa, nos dirigimos à minha casa.
Chegando lá, mil beijos para todos os lados... o calor aumentando... fomos tirando nossas roupas...
Tiramos blusas.
Tiramos calças.
Tirei minha calcinha.
Ele tirou a cueca.
Enquanto ele tirava a cueca, eu me debrucei sobre o criado mudo, para pegar uma linda camisinha (carésima) com gostinho de uva, que eu havia comprado para ocasiões especiais.
Na minha cabeça, tudo o que passava era: "ponho a camisinha com a boca? (uhuuuu! vou dar!) ou ponho com a mão? (finalmente vou dar!! yesssss!) bom, se eu kiser impressionar, melhor por com a boca (dar, dar, dar, lá lá lá!). mas pode dar errado, vou por com a mão mesmo (dar, dar!)".
Foi quando eu me virei, camisinha de uva na mão e vi o cara, sem cueca. Na verdade, o problema foi que eu NÃO VI.
Gente, era do tamanho do meu dedo mindinho. Sério. Do comprimento E largura.
A minha cara, provavelmente não conseguia disfarçar meu susto. Naqueles dez segundos em que olhava estaticamente a piroquinha do cara, passaram na minha cabeça os seguintes pensamentos, sobre "o que fazer":
1. Sorrir gentilmente e dizer "ai ti pequenininho lindo! ti coisinha mais fofa! bilu, bilu, bilu, bilu!".
2. Fingir um desmaio.
3. Fingir uma caganeira, correr para o banheiro e dizer que isso é um problema genético que eu tenho todo dia. Ainda bem que eu estava em casa, porque, normalmente, não dá pra segurar.
4. Verificar o desafio.
Escolhi esse. Pensei: vou encarar!
Me dirijo à minhoquinha, com a camisinha... pensando, será que está duro?
Parecia estar...
Ainda quis me certificar e perguntei: "então gato, tem certeza que você está a fimd e fazer isso mesmo?"
Ele respondeu: "claaaaaro que sim. Super a fim. Você não percebeu?"
Eu deveria ter dito "não, desculpe, mas não... parece-me que você quer é ir dormir. Pra sempre!", mas não tive coragem.
Vou colocar a camisinha...
Caralho! Ficava larga! Além de tudo, não podia me proteger! Que merda. É, não dava pra encarar...
O que falar?
1. Deixei uma torta no forno. Da minha vizinha. Tenho que ir lá.
2. Putz! Esqueci que tenho um trabalho pra entregar amanhã cedo! Será que você pode ir embora?
3. hehehe. até que ele ficou fofo de vestidinho roxo... mas tá meio largo...
4. EU NÃO POSSO FAZER ISSO! EU TENHO NAMORADO! ESTOU COM DOR NA CONSCIÊNCIA! ME DESCULPA, PELO AMOR DE DEUS! AI, POR QUE EU FIZ ISSO? DESCULPA. SERÁ QUE VOCÊ PODE IR EMBORA? (obviamente, me debulhando em lágrimas).
Foi isso.
Ele compreendeu meu drama. Eu tinha namorado mesmo. Não era tudo mentira. E tudo se resolveu.
Até que um dia... encontrei uma amiga que já havia ficado com ele, antes do meu "episódio". E fui comentar com ela (na verdade, alertá-la), pois achei que ela só tinha ficado nos beijinhos com ele e poderia, como eu, querer ago mais.
Foi quando ela me contou... que havia acontecido a mesma coisa com ela!! Mas ela não teve coragem de falar pra ninguém! Alguém acredita nisso? Tudo poderia ser evitado!! É... precisamos aumentar a cumplicidade entre as mulheres... mesmo!


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