Passei essas últimas semanas na Ilha meio que me despedindo. Me despedindo pouco, é verdade. Estava meio ausente mesmo, como muitas de vocês reclamaram, enlouquecida por uma paixão pelas incertezas (vocês sabem do que estou falando...).
Mas vocês sabem que eu fico assim mesmo: respiro as paixões como se fossem oxigênio, necessário ao próximo passo. Sou assim com tudo na vida, as paixões me movem, me fazem trabalhar, sair, estudar, ler, escrever, existir...
Hoje queria falar da minha paixão por vocês (e isso não tem nada a ver com as revelações sobre minha nova opção sexual. hauahahahua). Sobre como foi bom me abrir, receber essas novas paixões – minhas amigas queridas da ilha.
Queria falar de todas essas personalidades que me habitaram por esse tempo... queria falar de como são frágeis, apesar de aparentarem ser fortes. Queria falar de como falam muito sem dizer nada. E como tudo me disseram em seus silêncios e olhares para o vazio...
Como foram sábias e burras. Como se jogaram contra moinhos de vento, brigando com o nada para se tornarem guerreiras. E sobre como re-estabeleceram a paz, numa simples palavra, num gesto.
Como percebiam todas as minhas nóias, minhas armadilhas, meus pudores, meus amores. Como me avisavam, como me cuidavam. E como eu tentava devolver esse carinho, meio sem jeito pra coisa... será que vocês sentiam?
Queria falar de nossas dúvidas. Do que fazer, pra onde seguir, por qual caminho... nem sempre respondidas, mas sempre conversadas, negociadas, sonhadas em conjunto.
Da companhia - companheirismo mesmo. Do abraço amigo, do colo. Dos cafés, dos passeios, dos almoços, das jantas, das baladas, dos bares. Que momentos felizes e tristes passamos segurando nossas mãos.
Queria falar que, apesar de não parecer na hora, todas temos nossos amores: presentes, ausentes, vividos, doloridos, felizes. E que nossas buscas não são desnecessárias – ainda perceberemos que o amor que buscamos está, em grande parte, em nós mesmas. E é tanto amor, que desejamos lançá-lo para o mundo, como setas envenenadas...
Queria falar das nossas diferenças: da amiga mais racional à mais emotiva; da mais decidida à mais confusa; da mais feliz à mais deprimida; da mais amiga à menos amiga. As diferenças se desfazem quando estamos juntas. Porque cada uma de nós tem todas estas características, mais marcantes ou não em determinado tempo.
Queria falar dos nossos tempos. Desses descompassos que a carteira de identidade nos impõe: os anos vividos. Até agora, não descobri o que, realmente, eles representam... sou criança quando acordo de noite assustada. Sou velha quando dou meu ombro pra alguma de vocês chorar. Sou adolescente quando amo. E adulta quando trabalho. E estou fora do tempo quando escrevo, agora pra vocês... temos todas as mesmas idades? Agora, não tenho nenhuma.
Queria, enfim, falar sobre despedidas – afinal eu estou indo pra longe, por um tempo.
Queria dizer que elas não existem. Porque cada uma de vocês agora mora em mim. E eu moro em cada uma de vocês. Naquele minuto de cumplicidade que só as amigas podem entender...
3 comentários:
orra... ker dar pra mim?? huauhahuahuahu!!
eu amo todas vcs. das mais psicopatas às mais normais. vcs sim, me fizeram descobrir quem eu realmente sou... mais ou menos, né? huahuahuahu!!
Bom, o que posso dizer disso tudo. Eu acho que a amizade é realmente uma escola de nos fazer mais gente. Fico triste por vc estar indo embora Scarlatt, mas desejo que o vento te lever para bons lugares, que lá vc seja tão feliz quanto foi aqui, que faça tb novas e boas amizades, encontre novos amores, beba em outros copos e outras fontes. Sei que a verdadeira amizade permanece, apesar do tpo e da distância. Difícil não ter mais alguns de nossos amigos em nossa rotina, no dia-a-dia, dá um pequeno vazio, uma certa tristeza e nostalgia, mas também não é o fim do mundo. Onde quer que vc esteja ou onde quer que eu esteja, estaremos de certa forma juntas, unidas por nossas lembranças e tb pelo MSN, ORKUT...hehehehehhehe
Desejo sorte nesse teu retorno ao teu lugar de origem, tá certo, não tão lindo como minha ilha, mas afinal nem todo mundo tem sorte de nascer num lugar como esse, mas... Boa sorte amiga, boa viagem, bom retorno e aguardo vc aqui sempre! Beijos, amei o texto!
Texto lindo!
Amigas no sol ou na chuva, então...
Depois comento mais, quando lembrar minha senha. rs
Te amoooo!!!
Ah, e estou nas mais normais... rs
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